Idosos atendidos em um Serviço de Urgência e Emergência Psiquiátrica
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1806-6976.smad.2021.158278Palavras-chave:
Idosos, Serviços de emergência psiquiátrica, Medicamentos, Registros médicosResumo
Objetivo: caracterizar os idosos atendidos em um Serviço de Urgência e Emergência Psiquiátrica quanto ao perfil sociodemográfico, diagnóstico psiquiátrico, prescrição de medicamentos e conduta médica e avaliar suas associações com o sexo. Método: estudo transversal, quantitativo, em que os dados foram obtidos a partir dos prontuários de pacientes atendidos no referido serviço, entre julho/2015 e junho/2016. A variável independente foi o sexo e as dependentes foram: idade; procedência; informante; tratamento psiquiátrico anterior; diagnóstico; medicamentos prescritos e conduta. Resultados: nos 152 prontuários analisados, observam-se idade prevalente entre 60 a 69 anos, maioria de mulheres, procedência do município local e comparecimento com acompanhante. Os diagnósticos prevalentes são a esquizofrenia e os transtornos mentais e comportamentais decorrentes do uso de substâncias psicoativas. As medicações prescritas com maior frequência são da classe dos antipsicóticos e anti-histamínicos, seguidas dos ansiolíticos/sedativos. O critério de Beers considera a prescrição de medicamentos do grupo dos benzodiazepínicos, antipsicóticos e anti-histamínicos inapropriada para idosos. A principal conduta foi a alta, sem encaminhamento a outro serviço. Conclusão: embora haja incentivo do Ministério da Saúde, com a criação de novas políticas de saúde mental, muitos profissionais mantêm o modelo de atendimento baseado na queixa e conduta, dificultando a reabilitação psicossocial dos pacientes.
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