O intelectual público, a ética republicana e a fratura do éthos da ciência
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1678-31662011000300002Parole chiave:
Intelectual público, Ética republicana, Ética da ciência, Éthos da ciência, Nova ética republicana, Reinvenção do intelectualAbstract
No artigo, procura-se focalizar o aparecimento do intelectual público no curso da modernidade, tendo como locus a França e protótipo o pensador humanista (hommes des lettres, segundo Tocqueville, que nos serviu de fonte). Em seguida, sua associação com a ética republicana (affaire Zola, o intelectual como cidadão do mundo) e sua coextensão às atividades científicas, ao moldar a ética da ciência, de acordo com a tipologia traçada por Robert K. Merton. E ainda, o desaparecimento do intelectual público e a fratura do éthos da ciência na atualidade, conforme mostra John Michael Ziman, ao sublinhar o surgimento do boss e o papel do business na ciência contemporânea. No fim do estudo, ao explorar os conflitos entre as ciências, as corporações e as nações, procura-se discutir as saídas e a possibilidade de relançar a ética republicana, de religar o éthos da ciência e de reinventar o intelectual público. A condição será a ampliação do espaço público, para além da política e da esfera do Estado, interpondo entre o público e o privado da ética republicana tradicional a zona mais ampla da cultura e do social. Nesse quadro, o Brasil é situado e a situação da intelligentsia brasileira é discutida.Downloads
Riferimenti bibliografici
Bush, V. Science: the endless frontier. Washington: Government Printing Office, 1945.
Camus, A. Dernière interview d’Albert Camus, le 20 décembre 1959. In: Camus, A. Essais. Paris: Gallimard, 1965. p. 1926-7.
Castelfranchi, Y. As serpentes e o bastão: tecnociência, neoliberalismo e inexorabilidade. Campinas, 2008. Tese (Doutorado em Filosofia). IFCH, Unicamp.
Etzkowitz, H. & Leydesdorff, L. Universities and the global knowledge economy: a triple helix of university-industry-government relations. London: Cassel Academic, 1997.
Gagnebin, B. et al. (Ed.). Oeuvres complètes de Rousseau. Paris: Gallimard, 1964. 3v.
Gibbons, M. et al. The new production of knowledge – the dynamics of science and research in contemporary societies. London/Housand Oaks/Nova Delhi: Sage, 1994.
Judt, T. Passado imperfeito – Um olhar crítico sobre a intelectualidade francesa no pós-guerra. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007.
Judt, T. Reflexões sobre um século esquecido, 1901-2000. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010.
Mayer, J. P. (Org.). Oeuvres complètes. Paris: Gallimard, 1951-1983. 17 t.
Merton, R. K. A ciência e a estrutura social democrática. In: Merton, R. K. Sociologia: teoria e estrutura. São Paulo: Mestre Jou, 1970 [1942]. p. 651-62.
Nowotny, H.; Scott, P. & Gibbons, M. Re-thinking science – knowledge and the public in an age of uncertainty. Oxford/Cambridge: Blackwell/Polity Press, 2006.
Ringer, F. O declínio dos mandarins alemães. São Paulo: EDUSP, 2000.
Rousseau, J. J. Discours sur l’économie politique. In: Gagnebin, B. et al. (Ed.). Oeuvres complètes de Rousseau. Paris: Gallimard, 1964. v. 3, p. 241-78.
Sartre, J. P. Plaidoyer pour les intellectuels. Paris: Gallimard, 1972.
Snow, C. P. As duas culturas e uma segunda leitura. São Paulo: EDUSP, 1995.
Tocqueville, A. L’ancien régime et la revolution. In: Mayer, J. P. (Org.). Oeuvres complètes. Paris: Gallimard, 1952. t. 2, v. 1.
Ziman, J. M. An introduction to science studies – the philosophical and social aspects of science and technology. Cambridge: Cambridge University Press, 1984.
Ziman, J. M. Real science – what it is and what it means. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.
Zola, E. J’accuse. L’Aurore, 13 jan. 1898.
Dowloads
Pubblicato
Fascicolo
Sezione
Licenza
Copyright (c) 2011 Scientiae Studia

Questo volume è pubblicato con la licenza Creative Commons Attribuzione - Non commerciale - Condividi allo stesso modo 4.0 Internazionale.
A revista detém os direitos autorais de todos os textos nela publicados. Os autores estão autorizados a republicar seus textos mediante menção da publicação anterior na revista. A revista adota a Licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.