O mundo após o 11 de setembro: a perda da inocência

Autores/as

  • Rubens Ricupero Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0103-20702003000200002

Palabras clave:

Conflitos mundiais, Estados Unidos, 11 de setembro, Unilateralismo, Multilateralismo, Globalização, Política externa

Resumen

Findas as ilusões que se seguiram à queda do Muro de Berlim e a perplexidade com as possíveis conseqüências imediatas do contra-ataque norte-americano ao 11 de setembro, o que vemos hoje é aumento do poder do Estado, unilateralismo no uso desse poder, acirramento das divergências entre as forças mundiais, recuo na tendência globalizante e reversão dos ganhos com o "dividendo da paz" até então, fazendo ressurgir um nacionalismo político-econômico, manifestado com a afirmação do poder do Estado sobre o mercado, com a prevalência da política estratégica diante da economia e do comércio. Mesmo o "multilateralismo" proferido por alguns chefes de Estado não pretende uma autêntica democratização das relações internacionais. Ao Brasil resta lutar por uma reforma na arquitetura financeira internacional e no sistema multilateral de comércio, mobilizando nações com interesses semelhantes para juntos explorar os espaços abertos pelas limitações do poder norte-americano e dos demais países industrializados, com o fim de buscar uma cooperação solidária e generosa, inspirada no auto-interesse de cada um, na consciência de que somos interdependentes uns dos outros. A solução para os impasses do desenvolvimento e a armadilha da pobreza não virá com a (re)construção de muros físicos, político-jurídicos, econômicos e, sobretudo, mentais.

Descargas

Los datos de descarga aún no están disponibles.

Biografía del autor/a

  • Rubens Ricupero, Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento

    é ex-ministro da Fazenda (governo Itamar Franco), é secretário-geral da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad). Publica aos domingos uma coluna na seção Opinião Econômica, do caderno Dinheiro da Folha de S. Paulo.

Referencias

ARON, Raymond. (2002), Paz e guerra entre as nações. São Paulo, Imprensa Oficial do Estado/Editora Universidade de Brasília/Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais.

BANK FOR INTERNATIONAL SETTLEMENTS (BIS). (2003), Relatório de 2003. Basiléia, 30 jun.

BEATTIE, Alan. (2003), “A muscular foreign policy may be too costly for Americans to bear”. Financial Times, 15-16.

COGGAN, Philip. (2003), “Will the US economy soar or belly-flop?”. Financial Times, 26-27, jul.

DEUTSCH, Karl W. (1956), Political community and the north atlantic area: international organization in the light of historical experience. Nova York, Greenwood Press Publishers.

FONTAINE, André. (1965), “De la révolution d’Octobre à la guerre de Corée”. In: Histoire de la Guerre Froide, Paris, Fayard, vol. 1.

FUKUYAMA, Francis. (1989), “The end of history?”. The National Interest, 16: 3-18.

GILPIN, Robert. (1987), The political economy of international relations. Princeton, Princeton University Press.

KAGAN, Robert. (2003), Paradise and power: America and Europe in the new world order. Nova York, Alfred A. Knopf.

RICUPERO, Rubens. (1995), “Os Estados Unidos da América e o reordenamento do sistema internacional”. In: Visões do Brasil, Rio de Janeiro, Record, pp. 99-129.

RICUPERO, Rubens. (2001), “A busca de sentido para a economia e o desenvolvimento”. In: ARBIX, Glauco et al. (orgs.). Razões e ficções do desenvolvimento, São Paulo, Edusp/Unesp, pp. 41-54.

RICUPERO, Rubens. (2002), Esperança e ação. São Paulo, Paz e Terra.

TOLKIEN, J. R. R. (1997), “The fellowship of the ring”. In: The lord of the rings, Londres, Harper Collins Publishers, parte 1.

Publicado

2003-11-01

Número

Sección

não definida

Cómo citar

Ricupero, R. (2003). O mundo após o 11 de setembro: a perda da inocência . Tempo Social, 15(2), 9-30. https://doi.org/10.1590/S0103-20702003000200002