Modernismo e regionalismo no Brasil: entre inovação e tradição

Autori

  • Maria Arminda do Nascimento Arruda Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Departamento de Sociologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0103-20702011000200008

Parole chiave:

Modernismo, Regionalismo, Romance social e histórico, Literatura subjetivista, Lúcio Cardoso

Abstract

As interpretações do modernismo, no Brasil, têm privilegiado sobretudo as vanguardas que emergiram nos dois primeiros decênios do século XX, surgidas nas duas cidades mais importantes do Brasil: Rio de Janeiro e São Paulo. O presente artigo trata da difusão do modernismo literário, ocorrida a partir da década de 1930, em três regiões periféricas ao impulso inovador do país, mas que eram detentoras de culturas consolidadas: Nordeste, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, e que produziram, nos anos subsequentes, a nossa literatura mais vigorosa. Dessa forma, no prisma da literatura, as novidades atingiram radicalidade nos contextos mais resistentes ao estilo moderno de vida. A reflexão, além de indagar sobre esse movimento em direção aos estados ancilares à cultura moderna, propõe-se a analisar a diversidade dessa literatura, vis-à-vis aos impasses dessas regiões no trânsito da modernização. Partindo desse problema de fundo, busca-se relacionar o romance social nordestino, a literatura subjetivista mineira e o romance histórico gaúcho com a particularidade e a diversidade das tensões sociais e políticas vividas por essas elites regionais, em franco processo de declínio. O tratamento privilegiado da literatura do mineiro Lúcio Cardoso permite iluminar os conflitos que permeiam o conjunto, pois, embora fossem particulares, atingiram, na obra cardosiana, sua expressão mais paroxística.

Downloads

La data di download non è ancora disponibile.

Riferimenti bibliografici

Altamirano, Carlos. (2007), “Ideias para um programa de história intelectual”. Tempo Social, 19: 1, jun.

Andrade, Mário de. (1941), “Elegia de abril”. Clima, 1, maio.

Andrade, Oswald de. (1990), Os dentes do dragão. São Paulo, Globo.

Anjos, Cyro dos. (1979), O amanuense Belmiro. 10 ed. Rio de Janeiro, José Olympio.

Arruda, Maria Arminda do N. (1990), Mitologia da mineiridade: o imaginário mineiro na vida política e cultural do Brasil. São Paulo, Brasiliense.

. (2001), Metrópole e cultura: São Paulo no meio século XX. Bauru, Edusc.

Baptista, Abel de Barros. (2005), “O cânone como formação: a teoria da literatura brasileira de Antonio Candido”. In: O livro agreste. Campinas, Editora da Unicamp, pp. 41-80.

Bosi, Alfredo. (1977), História concisa da literatura brasileira. São Paulo, Cultrix.

Bueno, Luís. (2006), Uma história do romance de 30. Campinas/São Paulo, Editora da Unicamp/Edusp.

Burke, Maria Lúcia P. (2005), Gilberto Freyre: um vitoriano dos trópicos. São Paulo, Editora da Unesp.

Candido, Antonio. (s/d), “Romance popular” e “Estratégia”. In: . Brigada ligeira. São Paulo, Martins.

. (2000), “A revolução de 1930 e a cultura”. In: . A educação pela noite e outros ensaios. São Paulo, Ática.

Cardoso, Lúcio. (1979), Crônica da casa assassinada. 2 ed. Rio de Janeiro, Nova Fronteira.

Carelli, Mario. (1988), Corcel de fogo: vida e obra de Lúcio Cardoso. Rio de Janeiro, Guanabara.

Chaguri, Mariana M. (2007), Do Recife nos anos 20 ao Rio de Janeiro nos anos 30: José Lins do Rego, regionalismo e tradicionalismo. Campinas, Editora da Unicamp.

Dimas, Antonio. (2003), “Um manifesto guloso”. In: Kosminski, Ethel, Lépine, Claude & Areas, Fernanda (eds.). Gilberto Freyre em quatro tempos. Bauru/São Paulo, Edusc/Editora da Unesp.

. (2005-2006), “Uma amizade serena: Érico e Herbert Caro”. Revista USP, 68, dez.-jan.-fev.

Drummond de Andrade, C. (1973), “Passeios na ilha”. In: . Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro, Aguilar.

Fabris, Annateresa. (1994), O futurismo paulista. São Paulo, Edusp/Perspectiva.

Freyre, Gilberto. (1947), Interpretação do Brasil. Rio de Janeiro, José Olympio.

. (1976), Manifesto regionalista. 6 ed. Recife, Instituto Joaquim Nabuco.

Furtado, Celso. (1963), Formação econômica do Brasil. Rio de Janeiro, Fundo de Cultura.

Hallewell, Laurence. (2005), O livro no Brasil: sua história. 2 ed. São Paulo, Edusp.

Lafetá, João Luiz. (1974), 1930: a crítica e o modernismo. São Paulo, Duas Cidades.

. (2004), A dimensão da noite. São Paulo, Editora 34.

Martins, Wilson. (1978), História da inteligência brasileira (1915-1933). São Paulo, Cultrix, v. 6.

Miceli, Sergio. (1979), Intelectuais e classe dirigente no Brasil (1920-1945). São Paulo, Difel.

Rego, José Lins do. (1984), Banguê. 14 ed. Rio de Janeiro, Nova Fronteira.

. (1997), Fogo morto. São Paulo, Kilck.

. (2000), Doidinho. 38 ed. Rio de Janeiro, José Olympio.

. (2002a), Menino de engenho. 84 ed. Rio de Janeiro, José Olympio.

. (2002b), Usina. 15 ed. Rio de Janeiro, José Olympio.

Süssekind, Flora. (1984), Tal Brasil, qual romance?. Rio de Janeiro, Achiamé.

Veríssimo, Érico. (1985), O tempo e o vento. Porto Alegre, Globo.

. (2000), “Breve crônica de uma editora de província”. In: Gonçalves, Robson Pereira (org.). O tempo e o vento 50 anos. Bauru, Edusc/UFSM.

Veríssimo, Luís Fernando. (2000), “Érico Veríssimo um escritor de vanguarda?”. In: Gonçalves, Robson Pereira (org.). O tempo e o vento 50 anos. Bauru, Edusc/UFSM.

Zilberman, Regina. (2005-2006), “Érico Veríssimo: memória, história e tempo recuperado”. Revista USP, 68, dez.-jan.-fev.

Pubblicato

2011-11-01

Fascicolo

Sezione

Artigos

Come citare

Arruda, M. A. do N. (2011). Modernismo e regionalismo no Brasil: entre inovação e tradição . Tempo Social, 23(2), 191-212. https://doi.org/10.1590/S0103-20702011000200008