O Parque Pedra de Xangô: afirmação da arquitetura e da geografia negras

Autores

  • Helen Rejane Silva Maciel Diogo Universidade Federal de Santa Catarina
  • Maria Alice Silva Universidade Federal da Bahia
  • Francisco Quintanilha Veras Neto Universidade Federal de Santa Catarina
  • Fabio Macedo Velame Universidade Federal da Bahia

Palavras-chave:

Arquitetura Contra-colonial, Fotografia Afrodiaspórica, Parque Pedra de Xangô, Pensamento de Fronteira

Resumo

A escrita tem como proposta a exposição da narrativa contra-colonial imbricada na arquitetura do Parque Pedra de Xangô, a partir de uma perspectiva teórica, do trabalho de campo e dos resultados advindos da dissertação intitulada Pedra de Xangô: um lugar sagrado afro-brasileiro na cidade de Salvador, e das informações e impressões preliminares desenvolvidas no projeto de tese intitulado A Governança Espiritual: o sagrado afro-brasileiro presente na edificação do memorial do Parque Pedra de Xangô. Para discorrer sobre o tema, iremos trabalhar com três experiências paradigmáticas — que contribuíram na elaboração dessa escrita, mas, também, na compreensão da máxima expressão da simbologia, representação e poder ancestral concentrado no território afrodiaspórico. O texto de Stuart Hall, Pensando a diáspora, os depoimentos de Sangodele Ibuowo e Oyeniyi Oyedemi, integrantes da comitiva do Aláàfin Òyó, e de uma adepta do candomblé serão analisados. O método de pesquisa utilizado é o afrodescendente, de modo que a pesquisa transgride as regras prescritas compulsoriamente pelo saber/fazer hegemônico. As normas aqui são ditadas por Xangô, o Rei, o Orixá da ética, da verdade e da justiça, de forma a dar visibilidade à fotografia afrodiaspórica, produto de uma geografia negra, política e religiosa presente no território das cidades.

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Biografia do Autor

  • Helen Rejane Silva Maciel Diogo, Universidade Federal de Santa Catarina

    é Advogada e mestranda no Programa de Pós-graduação em Direito da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). É pesquisadora do Núcleo de Direito e Descolonização da Universidade São Judas Tadeu (USTJ) e do Grupo Transdisciplinar em Pesquisa Jurídica para uma Sociedade Sustentável da UFSC. Estuda constitucionalismo negro, Criminologia Crítica, Direito e Descolonização, Epistemologias e Feminismos Negros, Patrimônio Cultural e religiosidade afro-brasileira.

  • Maria Alice Silva, Universidade Federal da Bahia

    é Advogada, Mestra e doutoranda em Arquitetura e Urbanismo pelo Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Estuda patrimônio cultural, direito e racismo ambiental, inclusão social e políticas públicas para comunidades tradicionais.

  • Francisco Quintanilha Veras Neto, Universidade Federal de Santa Catarina

    é Advogado, Mestre e Doutor em Direito, com Pós-doutorado em Direito. É Professor Titular do Centro de Ciências Jurídicas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e do Programa de Pós-graduação em Direito da mesma instituição. Coordena o Grupo Transdisciplinar em Pesquisa Jurídica para Sociedade Sustentável, onde dirige pesquisas sobre direito ecológico e direito humanos, constitucionalismo, democracia e organização do Estado.

  • Fabio Macedo Velame, Universidade Federal da Bahia

    é Arquiteto, Mestre e Doutor em Arquitetura e Urbanismo. É Professor Associado da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Bahia (UFBA), pesquisador do Centro de Estudos Afro-Orientais da mesma instituição e do Grupo de Pesquisa EtniCidades, grupo de estudos étnico-raciais em arquitetura e urbanismo. Coordena pesquisas sobre cidades africanas, arquiteturas e urbanismo africano, diásporas negras e cidade, arquiteturas e cidades afrodiaspóricas, racismo e cidade, arquiteturas de povos e comunidades tradicionais, arquiteturas de grupos étnico-raciais e arquiteturas afro-brasileiras.

Publicado

23-12-2022

Como Citar

Diogo, H. R. S. M., Silva, M. A., Veras Neto, F. Q., & Velame, F. M. (2022). O Parque Pedra de Xangô: afirmação da arquitetura e da geografia negras. Revista V!RUS, 1(25), 69-81. https://revistas.usp.br/virus/article/view/228476