Globalização não-hegemônica e mudanças no centro histórico de Belém

Autores

  • Ana Beatriz Fernandes de Macedo Universidade da Amazônia
  • Helena Lúcia Zagury Tourinho Universidade da Amazônia
  • Nadime Alvarenga Fróes Universidade da Amazônia

Palavras-chave:

Globalização não hegemônica, Patrimônio cultural, Comércio popular, Comerciantes asiáticos, Centro histórico de Belém

Resumo

Desde o século passado, a globalização não hegemônica tem sido vista como oportunidade de negócio por países asiáticos que passaram a produzir e exportar produtos de baixo custo, mediante a constituição de redes estruturadas em forma de pirâmide e compostas por fornecedores, produtores, distribuidores e vendedores. No extremo dessas redes, estão as relações de compra e venda estabelecidas, normalmente, entre asiáticos e consumidores locais, que vêm alterando espaços terciários urbanos tradicionais, visto que, a contra-hegemonia surge como reação à globalização (hegemônica e não hegemônica), por meio de ações e/ou lutas pela distribuição democrática de riqueza. O presente artigo analisará como tal processo se apropria dos espaços e como a dialética global-local resulta em mudanças no uso e ocupação dos solos de centros históricos. Para isso, com base em pesquisa bibliográfica, será discutido o papel dos transmigrantes asiáticos nos processos socioespaciais recentes, observados em centros históricos. Em seguida, a partir do levantamento de campo, será mensurada, caracterizada e analisada a distribuição espacial dos imóveis ocupados para a comercialização de mercadorias populares, de procedência asiática, no Centro Histórico de Belém (CHB). Dessa forma, o trabalho mostrará: (i) a expressiva quantidade e concentração espacial de imóveis do CHB que transacionam mercadorias do circuito da globalização não hegemônica de procedência asiática; (ii) que além de estabelecimentos gerenciados por transmigrantes, existe um grande número de lojas comercializando, predominantemente, produtos de origem asiática; (iii) que o comércio popular de mercadorias procedentes de países asiáticos está redefinindo a divisão social do espaço no CHB.

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Biografia do Autor

  • Ana Beatriz Fernandes de Macedo, Universidade da Amazônia

    é Arquiteta, Mestre e doutoranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente Urbano. É pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente Urbano da Universidade da Amazônia (UNAMA).

  • Helena Lúcia Zagury Tourinho, Universidade da Amazônia

    é Arquiteta e Doutora em Desenvolvimento Urbano. É professora da Universidade da Amazônia (UNAMA) e do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente Urbano da mesma instituição. É líder do grupo de pesquisa em Mercado Imobiliário em Centro Histórico (Módulo Belém).

  • Nadime Alvarenga Fróes , Universidade da Amazônia

    é Arquiteta, e estuda intervenções nos imóveis do Centro Histórico de Belém no grupo de pesquisa em Mercado Imobiliário em Centro Histórico (Módulo Belém) da Universidade da Amazônia (UNAMA).

Publicado

23-12-2022

Como Citar

Macedo, A. B. F. de, Tourinho, H. L. Z., & Fróes , N. A. (2022). Globalização não-hegemônica e mudanças no centro histórico de Belém. Revista V!RUS, 1(24), 143-158. https://revistas.usp.br/virus/article/view/229112