A arte diante do mal radical
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1678-53202009000100005Palavras-chave:
arte contemporânea, fotografia, instituições de arte, Nhem Ein, julgamento estéticoResumo
O objeto principal de discussão deste ensaio é a aquisição, para o acervo do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, de um conjunto de fotos de identidade de civis mantidos em campos de extermínio pelo regime de Pol Pot (líder do Khmer Vermelho cambojano entre 1975 e 1979 e responsável pelo massacre sistemático de milhares de civis durante esse período), feitas por um jovem a serviço do governo, especialmente treinado na prática fotográfica para tal fim. Tratava-se, conforme relato do jovem, de um ritual burocrático que antecedia a execução sumária dos prisioneiros. O autor argumenta que a exibição pública das fotos em evento cultural e logo sua incorporação ao acervo de um grande museu de arte, em 1997, implicaram a institucionalização e a naturalização dessas imagens como objetos de arte, e denuncia o fracasso, à luz desses dois episódios, dos princípios que serviram tradicionalmente à legitimação humanista da arte e das instituições de arte.Downloads
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