“Terra de ninguém”? Vivência do espaço e criação de laços sociais e pertencimentos em uma cidade com alta taxa de imigração
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2016.102024Palavras-chave:
cidades, espaços públicos, lugar, laços sociais, pertencimentosResumo
Este artigo aborda o tema da relação de pessoas com os lugares onde vivem, na esteira da discussão sobre transformações nos laços sociais na atual fase da modernidade. A partir de pesquisa empírica, de caráter qualitativo e exploratório, com migrantes internos que moram em Macaé (RJ), investiga pertencimentos e laços sociais estabelecidos no âmbito da cidade, discutindo hipóteses que os expliquem, com ênfase à configuração contemporânea do tempo/espaço e à construção simbólica de lugares em espaços urbanos. Na pesquisa, percebeu-se tendência de polarização entre as esferas profissional e pessoal, havendo carência de oportunidades para formação de outros laços, pertencimentos e compromissos. A alta mobilidade da cidade influencia a relação dos sujeitos com a cidade. Mas a principal dificuldade para construir vínculos reside na dinâmica social global do tempo, do espaço e das relações sociais: trata-se da falta de acesso a espaços públicos de diálogo e discussão de questões coletivas.
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