A Centralidade da Geografia: dos conceitos às práticas
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2015.102518Palavras-chave:
Ordenamento do território. Espaço. Tempo. Reforma agrária. Geografia aplicada. Portugal.Resumo
Em 2013, por altura do 25º Aniversário da Associação Portuguesa de Geógrafos, publiquei na revista Inforgeo um pequeno ensaio que intitulei “Continuamos a procurar a Geografia: o que é e para que serve”. As preocupações e os desafios permanecem, noutros tempos e noutros espaços. A contemporaneidade favoreceu a centralidade dos saberes geográficos: do ordenamento do território às ciências, às artes, à filosofia, observa-se o fascínio por conceitos como os de fronteira, viagem, nomadismo, margem, inclusão e exclusão, que de há muito também fazem parte da gramática geográfica. A partir do desafio que é colocado no texto de apresentação do congresso, a exigir “o contínuo repensar da geografia”, para atingir o melhor entendimento da “concretude do mundo”, apoiamo-nos nos eixos temáticos propostos como áreas de trabalho para organizar nossa intervenção em quatro pontos que, no fundo, se poderão resumir a quatro ideias morais que têm intermediado meu trabalho da geografia para sua práxis: (1) Espaço-tempo-inovação: onde se fala de Hägerstrand e da remota aldeia de Palaçoulo (Trás-os-Montes, Portugal); (2) A luta pela terra: onde se fala da essência da geografia e da reforma agrária no Alentejo (sul de Portugal), das unidades coletivas de produção ao leanfarming; (3) O planeamento e a gestão urbanística como instrumentos da segmentação social da cidade: onde se fala da Área Metropolitana de Lisboa e de novos movimentos sociais urbanos; e (4) Da necessidade da Geografia recuperar o seu território: onde se fala de natureza, ambiente, comer, beber, homem, mulher (Ang Lee: yin, shi, nan, nu: 飲食男女).
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