ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A PESQUISA DE CAMPO EM GEOGRAFIA AGRÁRIA
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2009.74150Palavras-chave:
geografia agrária, resistência na terra, campesinato, trabalho de campo, pesquisa participante.Resumo
Desenvolvo uma pesquisa de mestrado com o objetivo de compreender as conquistas, os avanços, os obstáculos, os impasses e os limites de uma cooperativa de produção agropecuária (CPA). Com essa finalidade, a pesquisa foi proposta aos camponeses da Copava (Cooperativa de Produção Agropecuária Vó Aparecida), da agrovila III, do assentamento Pirituba, pertencente ao Movimento dos Sem-Terras (MST), localizado nos municípios de Itapeva e Itaberá, sudoeste do Estado de São Paulo, Brasil. Intencionando construir a análise por meio da dialética materialista, uma parte essencial da pesquisa torna-se a coleta de dados feita com base em trabalhos de campo, não se querendo afirmar, com isso, que o trabalho de campo seja o único meio de construir uma pesquisa por meio da dialética. A importância do trabalho de campo consiste em fornecer bases mais seguras para a posterior discussão teórica e a melhor compreensão da realidade estudada. Além disso, com essa pesquisa, procuro me inserir na realidade camponesa não apenas como pesquisadora que observa, que busca compreender uma dada realidade, mas como uma pesquisadora que deseja ajudar a construir um mundo mais justo e igualitário. Dessa forma, tenho sido levada a refletir sobre o que é uma pesquisa participante e, principalmente, um pesquisador participante. O objetivo do presente texto é iniciar uma discussão acerca do processo de inserção do pesquisador na comunidade estudada e do uso da técnica do gravador como forma de registro de informações, sempre a partir da minha prática pessoal de pesquisa em geografia agrária.
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