Cidades mortas: o rural como sinônimo de atraso e decadência

Autores

  • Luciana Meire da Silva Universidade Estadual Paulista 'Júlio de Mesquita Filho' - Unesp - Campus de Marília

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-8099.pcso.2012.74436

Palavras-chave:

Pensamento social brasileiro, Monteiro Lobato, Cidades mortas, Brasil rural.

Resumo

Em Cidades mortas, livro publicado pela primeira vez em 1919, é reunida uma série de contos escritos entre 1900 e 1910. Monteiro Lobato (1882-1948) critica as especificidades do rural brasileiro. Ele o vê como decadente e sem perspectivas de ser reabilitado, porque, segundo entende, caíra em profunda exaustão. Nos contos ambientados na região valparaibana, as imagens elaboradas para falar da decadência são trágicas e mórbidas. A ideia de rural aparece em oposição ao urbano. A construção do urbano, feita por Lobato, é vinculada ao progresso, entendido como modernização ligada ao dinamismo das cidades. O modelo é São Paulo e também a rica Ribeirão Preto, na região do Oeste Paulista. Monteiro Lobato critica a velha elite cafeicultora valparaibana decadentista por seus desperdícios, pelo absenteísmo, pela falta de racionalidade no trato com as lavouras e por suas reclamações de protecionismo governamental. Para o autor, a mentalidade desses perdedores ficou presa ao passado colonial; um obstáculo para o progresso da nação.

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Biografia do Autor

  • Luciana Meire da Silva, Universidade Estadual Paulista 'Júlio de Mesquita Filho' - Unesp - Campus de Marília

    Bacharel em Ciências Sociais pela Unesp de Marília, mestre em Sociologia pela Unesp de Araraquara e doutoranda em Ciências Sociais pela Unesp de Marília. Estuda o Brasil rural nas obras de Monteiro Lobato das décadas de 1910 a 1930, com bolsa de estudos da Fapesp. É orientanda da professora doutora Célia Aparecida Ferreira Tolentino.

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Publicado

2012-12-13

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Silva, L. M. da. (2012). Cidades mortas: o rural como sinônimo de atraso e decadência. Plural, 19(2), 69-82. https://doi.org/10.11606/issn.2176-8099.pcso.2012.74436