O efeito da rizotomia dorsal seletiva no quadro clínico e nos cuidados diários de crianças com paralisia cerebral espástica

Autores

  • Renata Viana Brígido de Moura Jucá Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
  • Carlos Eduardo Barros Jucá Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
  • Carla Andrea Tanuri Caldas Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
  • Enrico Salomão Ioriatti Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
  • Cyntia Rogean de Jesus Alves de Baptista Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
  • Hélio Rubens Machado Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-0190.v18i1a103459

Palavras-chave:

Criança, Paralisia Cerebral, Espasticidade Muscular, Rizotomia

Resumo

A espasticidade acarreta diversos comprometimentos motores e funcionais para a criança, dificultando o posicionamento e os cuidados de higiene. É de fundamental importância, portanto, o estudo da associação de intervenções cirúrgicas e tratamentos fisioterapêuticos que proporcionem controle da espasticidade. Objetivo: Avaliar o impacto da Rizotomia Dorsal Seletiva (RDS) no quadro clínico de crianças espásticas e na realização dos cuidados diários. Métodos: Participaram do estudo 7 crianças com espasticidade, GMFCS de 4 a 5, de 5 a 11 anos de idade. Antes e depois da cirurgia, os seguintes dados foram avaliados: grau de espasticidade dos grupos musculares adutores do quadril e isquiotibiais nos membros inferiores e para o grupo flexor do cotovelo nos membros superiores (escala de Ashworth Modificada); medida do ângulo poplíteo unilateral e bilateral, do ângulo de abdução do quadril e de dorsiflexão do tornozelo com goniometria. Além disso, foi aplicado questionário às famílias para avaliar o grau de dificuldade para os cuidados diários e o grau de satisfação após a RDS. Conclusões: Houve redução da espasticidade no pós-operatório em todos os grupos musculares testados, em todos os pacientes. Houve alteração significativa da goniometria para o ângulo poplíteo bilateral (p<0,05). Das 7 famílias questionadas, 6 (85,7%) relataram melhora para o posicionamento, alimentação, higiene e facilidade para vestir e instalar órteses. Desse modo, a RDS mostra-se uma opção para o tratamento de casos de espasticidade refratária ao tratamento clínico em crianças com PC quadriespásticas graves, mostrando-se capaz de melhorar a qualidade de vida delas e de seus cuidadores.

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Publicado

2011-03-09

Edição

Seção

Artigo Original

Como Citar

1.
Jucá RVB de M, Jucá CEB, Caldas CAT, Ioriatti ES, Baptista CR de JA de, Machado HR. O efeito da rizotomia dorsal seletiva no quadro clínico e nos cuidados diários de crianças com paralisia cerebral espástica. Acta Fisiátr. [Internet]. 9º de março de 2011 [citado 4º de maio de 2024];18(1):11-5. Disponível em: https://revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/103459