Prevalência de incontinência urinária entre idosos institucionalizados e sua relação com o estado mental, independência funcional e comorbidades associadas

Autores

  • Layse Biz de Quadros Universidade Federal de Santa Catarina
  • Alessandra Aguiar Universidade Federal de Santa Catarina
  • Alessandra Vieira Menezes Universidade Federal de Santa Catarina
  • Elysama Fernandes Alves Universidade Federal de Santa Catarina
  • Tatyana Nery Universidade Federal de Santa Catarina
  • Poliana Penasso Bezerra Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.5935/0104-7795.20150025

Palavras-chave:

Idoso, Institucionalização, Cognição, Incontinência Urinária, Atividades Cotidianas

Resumo

Incontinência urinária é definida como a perda involuntária de urina pela uretra podendo causar diversos problemas sociais e higiênicos, além de alterações que comprometem o convívio social como depressão, vergonha e isolamento, tendo maior prevalência nas mulheres do que nos homens. Objetivos: Determinar a prevalência de incontinência urinária em uma amostra de idosos institucionalizados e analisar sua relação com características sociodemográficas, comorbidades associadas, função cognitiva e independência funcional. Métodos: Estudo transversal, descritivo e exploratório. Participaram 27 idosos que atenderam aos critérios de inclusão, de ambos os sexos, residentes em uma instituição de longa permanência. Prevalência foi determinada pela porcentagem de idosos que apresentaram incontinência urinária; características sociodemográficas e comorbidades avaliadas através de uma ficha de anamnese padrão, revisados com os dados dos prontuários; função cognitiva avaliada através do Mini-Exame do Estado Mental e independência funcional através da escala de Barthel modificada. Comparação entre grupos - teste t de Student e associações - teste do qui-quadrado. Resultados: Nove idosos (33,33%) apresentaram incontinência urinária. Houve associação entre sexo e incontinência urinária, com prevalência maior para o sexo feminino (p = 0,029). A incontinência urinária possui associação com a baixa escolaridade (p = 0,014), o tempo de admissão na instituição (p = 0,004), classificação funcional (p = 0,003) e déficit cognitivo (p = 0,001). Conclusão: Incontinência urinária é frequente em idosos residentes em instituições de longa permanência, com maior prevalência no sexo feminino, havendo relação com a baixa escolaridade, maior tempo de admissão, maior dependência na realização das atividades e pior déficit cognitivo.

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Publicado

2015-09-09

Edição

Seção

Artigo Original

Como Citar

1.
Quadros LB de, Aguiar A, Menezes AV, Alves EF, Nery T, Bezerra PP. Prevalência de incontinência urinária entre idosos institucionalizados e sua relação com o estado mental, independência funcional e comorbidades associadas. Acta Fisiátr. [Internet]. 9º de setembro de 2015 [citado 21º de novembro de 2024];22(3):130-4. Disponível em: https://revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/114520