Permanência prolongada na postura sentada e desconforto físico em estudantes universitários
DOI:
https://doi.org/10.5935/0104-7795.20150034Palavras-chave:
Postura, Dor, Fadiga, Estilo de Vida SedentárioResumo
A evolução do homem promoveu adoção da postura sentada por períodos prolongados, induzindo alterações biomecânicas e fisiológicas no corpo. No ensino, a adoção desta postura pode induzir distúrbios musculoesqueléticos e desconforto físico, associado ou não com aprendizagem. Objetivo:Quantificar e caracterizar o tempo de permanência na postura sentada por estudantes universitários e avaliar relação do tempo com queixas de dor e/ou desconforto. Método: Estudo quali-quantitativo. Coleta dos dados feita por meio de diário. Participaram 47 universitários que registraram número de horas na postura sentada, atividades, presença de dor e/ou desconforto e responderam pergunta aberta sobre suas observações referentes ao período experimental. Foi realizada análise estatística descritiva e calculado o coeficiente de correlação de Spearman entre elas, duas a duas. As respostas à pergunta aberta foram categorizadas e agrupadas segundo a frequência e similaridade. Resultados: Estudantes avaliados permaneceram longos períodos sentados (13,4 DP 1,5 horas). Percepção de desconforto do mobiliário foi relevante. Queixas de desconforto e/ou dor podem estar relacionadas com a permanência prolongada na postura sentada. Os locais com mais queixas de dor foram a cabeça, região cervical, ombros e lombossacral. Quanto maior o tempo na postura sentada, maior a incidência de queixas dor. Não se pode afirmar que a dor provoque ou aumente o nível de estresse. Conclusão: O diário foi ferramenta útil para coleta de dados e serviu como instrumento de interferência na auto-observação e autocuidado. Este estudo contribui para o entendimento de como a postura sentada afeta universitários e fornece indicadores para futuras intervenções.
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