Independência funcional e comprometimento motor em indivíduos pós-AVE da comunidade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-0190.v27i1a169615

Palavras-chave:

Acidente Vascular Cerebral, Paresia, Atividades Cotidianas

Resumo

Indivíduos acometidos por acidente vascular encefálico (AVE) podem apresentar déficits motores, como a hemiparesia, que limitam a autonomia para realização das atividades de vida diária (AVD). Objetivo: Avaliar o comprometimento motor e a independência funcional de indivíduos pós-AVE cadastrados nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) no município de Araranguá/SC. Método: A amostra foi composta por indivíduos com sequelas motoras de AVE cadastrados nas UBS de Araranguá, que foram avaliados através da Escala de Rankin Modificada, Mini Exame do Estado Mental, Medida de Independência Funcional (MIF), Escala de Fugl Meyer (EFM) e questionário sociodemográfico. Resultados: Foram avaliados 56 indivíduos, com média de idade de 67,3±11 anos. Na MIF, 67,9% apresentaram dependência modificada, necessitando de até 25% de auxílio para realizar suas AVD. Na pontuação total da EFM, 58,9% dos indivíduos apresentaram comprometimento marcado, 32,1% apresentaram comprometimento grave para membro inferior e 46,4% apresentaram comprometimento moderado para membro superior. Foi observada correlação significativa entre o resultado da EFM total com o resultado da MIF total (ρ=0.6; ρ<0,01) e entre o resultado da EFM total com todos os itens da escala MIF (ρ<0,01). Conclusão: Os indivíduos avaliados apresentaram comprometimento motor marcado e algum grau de dependência funcional. A correlação significativa entre as variáveis demonstrou que indivíduos pós-AVE crônico no município de Araranguá apresentam comprometimento motor que gera dependência funcional para realização das AVD. Espera-se que os resultados encontrados possam auxiliar profissionais de saúde da região a criarem abordagens para manter estes indivíduos mais independentes.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Johnson W, Onuma O, Owolabi M, Sachdev S. Stroke: a global response is needed. Bull World Health Organ. 2016;94(9):634-634A. Doi: http://dx.doi.org/10.2471/BLT.16.181636

Feigin VL, Forouzanfar MH, Krishnamurthi R, Mensah GA, Connor M, Bennett DA, et al. Global and regional burden of stroke during 1990-2010: findings from the Global Burden of Disease Study 2010. Lancet. 2014;383(9913):245-54. Doi: http://dx.doi.org/10.1016/s0140-6736(13)61953-4

Carvalho-Pinto BP, Faria CD. Health, function and disability in stroke patients in the community. Braz J Phys Ther. 2016;20(4):355-66. Doi: http://dx.doi.org/10.1590/bjpt-rbf.2014.0171

Bohannon RW. Muscle strength and muscle training after stroke. J Rehabil Med. 2007;39(1):14-20. Doi: http://dx.doi.org/10.2340/16501977-0018

Carvalho JC, Gusmão CA, Matos MA, Matias AC, Santos NA. Avaliação dos desfechos de funcionalidade e mobilidade pós-acidente vascular encefálico. Rev Fac Ciênc Méd Sorocaba. 2013;15(4):100-4.

Yoshida HM, Barreira J, Fernandes PT. Habilidade motora, sintomas depressivos e função cognitiva em pacientes pós-AVC. Fisioter Pesqui. 2019;26(1):9-14. Doi: https://doi.org/10.1590/1809-2950/17001026012019

Lopes Junior JEG, Freitas Junior JHA, Figueiredo ADJ, Santana FM. Perfil dos pacientes acometidos por acidente vascular encefálico cadastrados na estratégia de saúde da família. Rev Fisioter S Func. 2013;2(1):21-7.

Terranova TT, Albieri FO, Almeida MD, Ayres DVM, Cruz SF, Milazzotto MV, et al. Acidente vascular cerebral crônico: reabilitação. Acta Fisiatr. 2012;19(2):50-9. Doi: https://doi.org/10.5935/0104-7795.20120011

Fernandes MB, Cabral DL, Souza RJP, Sekitani HY, Teixeira-Salmela LF, Laurentino GEC. Independência funcional de indivíduos hemiparéticos crônicos e sua relação com a fisioterapia. Fisioter Mov. 2012;25(2):333-41. Doi: https://doi.org/10.1590/S0103-51502012000200011

Hartman-Maeir A, Soroker N, Ring H, Avni N, Katz N. Activities, participation and satisfaction one-year post stroke. Disabil Rehabil. 2007;29(7):559-66. Doi: https://doi.org/10.1080/09638280600924996

Riberto M, Miyasaki MH, Jucá SSH, Lourenço C, Battistella LR. Independência funcional em pessoas com lesões encefálicas adquiridas sob reabilitação ambulatorial. Acta fisiátr. 2007;14(2):87-94.

Viana FP, Lorenzo AC, Oliveira EF, Resende SM. Medida de independência funcional nas atividades de vida diária em idosos com sequelas de acidente vascular encefálico no Complexo Gerontológico Sagrada Família de Goiânia. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2008;11(1):17-28. Doi: https://doi.org/10.1590/1809-9823.2008.11013

Costa A. Análise do perfil funcional e dos preditores da qualidade de vida relacionada à saúde em indivíduos pós acidente vascular encefálico [Dissertação]. Florianópolis: Universidade do Estado de Santa Catarina; 2016.

Bertolucci PH, Brucki SM, Campacci SR, Juliano Y. O mini-exame do estado mental em uma população geral: impacto da escolaridade. Arq Neuropsiquiatr. 1994;52(1):1-7. Doi: https://doi.org/10.1590/S0004-282X1994000100001

Cincura C, Pontes-Neto OM, Neville IS, Mendes HF, Menezes DF, Mariano DC, et al. Validation of the National Institutes of Health Stroke Scale, modified Rankin Scale and Barthel Index in Brazil: the role of cultural adaptation and structured interviewing. Cerebrovasc Dis. 2009;27(2):119-22. Doi: https://doi.org/10.1159/000177918

Riberto M, Miyazaki MH, Jorge Filho D, Sakamoto H, Battistella LR. Reprodutibilidade da versão brasileira da Medida de Independência Funcional. Acta Fisiatr. 2001;8(1):45-52. Doi: https://doi.org/10.5935/0104-7795.20010002

Melgaard L, Rasmussen LH, Skjøth F, Lip GY, Larsen TB. Age dependence of risk factors for stroke and death in young patients with atrial fibrillation: a nationwide study. Stroke. 2014;45(5):1331-7. Doi: https://doi.org/10.1161/STROKEAHA.114.004903

Laufer Y, Sivan D, Schwarzmann R, Sprecher E. Standing balance and functional recovery of patients with right and left hemiparesis in the early stages of rehabilitation. Neurorehabil Neural Repair. 2003;17(4):207-13. Doi: https://doi.org/10.1177/0888439003259169

Michaelsen SM, Rocha AS, Knabben RJ, Rodrigues LP, Fernandes CGC. Tradução, adaptação e confiabilidade interexaminadores do manual de administração da escala de Fugl-Meyer. Rev Bras Fisioter. 2011;15(1):80-8. Doi: https://doi.org/10.1590/S1413-35552011000100013

Barker-Collo S, Bennett DA, Krishnamurthi RV, Parmar P, Feigin VL, Naghavi M, et al. Sex Differences in stroke incidence, prevalence, mortality and disability-adjusted life years: results from the Global Burden of Disease Study 2013. Neuroepidemiology. 2015;45(3):203-14. Doi: https://doi.org/10.1159/000441103

Lucke-Wold BP, Turner RC, Lucke-Wold AN, Rosen CL, Huber JD. Age and the metabolic syndrome as risk factors for ischemic stroke: improving preclinical models of ischemic stroke. Yale J Biol Med. 2012;85(4):523-39.

Voos MC, Ribeiro LEV. Estudo comparativo entre a relação do hemisfério acometido no acidente vascular encefálico e a evolução funcional em indivíduos destros. Rev Bras Fisioter. 2008;12(2):113-20. Doi: https://doi.org/10.1590/S1413-35552008000200007

Teles MS, Gusmão C. Avaliação funcional de pacientes com acidente vascular encefálico utilizando o protocolo de Fugl-Meyer. Rev Neurocienc. 2012;20(1):42-9. Doi: https://doi.org/10.34024/rnc.2012.v20.8300

Cacho EWA, Melo FRLV, Oliveira R. Avaliação da recuperação motora de pacientes hemiplégicos através do protocolo de desempenho físico Fugl-Meyer. Rev Neurociências. 2004;12(2):94-101. Doi: https://doi.org/10.34024/rnc.2004.v12.8877

Ricci NA, Kubota MT, Cordeiro RC. Concordância de observações sobre a capacidade funcional de idosos em assistência domiciliar. Rev Saúde Pública. 2005;39(54):655-62. Doi: https://doi.org/10.1590/S0034-89102005000400021

Riberto M, Miyasaki MH, Jucá SSH, Lourenço C, Battistella LR. Independência funcional em pessoas com lesões encefálicas adquiridas sob reabilitação ambulatorial. Acta Fisiátr. 2007;14(2):87-94.

Amaral-Natalio M, Nunes GS, Herber V, Michaelsen SM. Relação entre cadência da subida e descida de escada, recuperação motora e equilíbrio em indivíduos com hemiparesia. Acta Fisiátr. 2011;18(3):146-50.

Reeves ND, Spanjaard M, Mohagheghi AA, Baltzopoulos V, Maganaris CN. Older adults employ alternative strategies to operate within their maximum capabilities when ascending stairs. J Electromyogr Kinesiol. 2009;19(2):e57-68. Doi: https://doi.org/10.1016/j.jelekin.2007.09.009

Langhorne P, Bernhardt J, Kwakkel G. Stroke rehabilitation. Lancet. 2011;377(9778):1693-702. Doi: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(11)60325-5

Lucena EMF, Morais JD, Batista HRL, Mendes LM, Silva KSQR, Neves RF, et al. A funcionalidade de usuários acometidos por AVE em conformidade com a acessibilidade à reabilitação. Acta Fisiátr. 2011;18(3):12-8.

Cecatto RB, Almeida CI. O planejamento da reabilitação na fase aguda após o acidente vascular encefálico. Acta Fisiátr. 2010;17(1):37-43.

Boaventura CL, Borges CH, Ozaki HA. Avaliação da sobrecarga do cuidador de pacientes neurológicos cadeirantes adultos. Ciênc Saúde Coletiva. 2016;21(10):3193-3202. Doi: https://doi.org/10.1590/1413-812320152110.15202016

Paolucci S, Grasso MG, Antonucci G, Bragoni M, Troisi E, Morelli D, et al. Mobility status after inpatient stroke rehabilitation: 1-year follow-up and prognostic factors. Arch Phys Med Rehabil. 2001;82(1):2-8. Doi: https://doi.org/10.1053/apmr.2001.18585

Silveira CRA, Menuchi MRTP, Simões CS, Caetano MJD, Gobbi LTB. Validade de construção em testes de equilíbrio: ordenação cronológica na apresentação das tarefas. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum. 2006;8(3):66-72. Doi: https://doi.org/10.1590/%25x

Downloads

Publicado

2020-03-31

Edição

Seção

Artigo Original

Como Citar

1.
Rissetti J, Feistauer JB, Luiz JM, da Silveira L de S, Ovando AC. Independência funcional e comprometimento motor em indivíduos pós-AVE da comunidade. Acta Fisiátr. [Internet]. 31º de março de 2020 [citado 11º de dezembro de 2024];27(1):27-33. Disponível em: https://revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/169615