Associação entre o desempenho físico, a força muscular e a qualidade de vida de idosos com mieloma múltiplo: um estudo transversal

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-0190.v32i1a223141

Palavras-chave:

Idoso, Mieloma Múltiplo, Desempenho Físico Funcional, Força Muscular, Qualidade de Vida

Resumo

O Mieloma Múltiplo (MM) é uma doença onco-hematológica rara, progressiva e incurável, que afeta predominantemente a terceira idade e pode repercutir de maneira negativa na Qualidade de Vida (QV). As alterações no sistema osteomioarticular podem levar à diminuição do desempenho físico e da força muscular. Objetivo: Associar o desempenho físico, a força muscular e a QV de idosos com MM. Método: Realizou-se um estudo transversal onde idosos (≥60 anos) tiveram sua QV avaliada por meio do questionário Short Form-36 (SF-36), o desempenho físico foi mensurado pelo teste Timed Up and Go (TUG) e a Força de Preensão Manual (FPM) através da dinamometria de preensão manual. A normalidade dos dados foi verificada pelo teste Shapiro-Wilk. Para a análise estatística, utilizaram-se os coeficientes de correlação de Pearson ou Spearman. O nível de significância adotado foi de p ≤ 0,05. A amostra foi composta por 23 indivíduos. Resultados: O TUG apresentou correlação negativa e moderada com os domínios capacidade funcional (r= -0.6181; p < 0,001) e vitalidade (r= -0.444; p < 0.033) do SF-36. Não houve correlação entre a FPM e os domínio do SF-36. Conclusão: Um bom desempenho físico pode estar relacionado à percepção positiva da QV em idosos com MM. Isso foi evidenciado pela relação entre um menor tempo no teste TUG e uma maior capacidade funcional e vitalidade. Em contraste, não houve associação entre a FPM e os domínios do SF-36.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Mian H, McCurdy A, Giri S, Grant S, Rochwerg B, Winks E, et al. The prevalence and outcomes of frail older adults in clinical trials in multiple myeloma: A systematic review. Blood Cancer J. 2023;13(1):6. Doi: https://doi.org/10.1038/s41408-022-00779-2

Kazandjian D. Multiple myeloma epidemiology and survival: A unique malignancy. Semin Oncol. 2016;43(6):676-681. Doi: https://doi.org/10.1053/j.seminoncol.2016.11.004

Dao A, McDonald MM, Savage PB, Little DG, Schindeler A. Preventing osteolytic lesions and osteomyelitis in multiple myeloma. J Bone Oncol. 2022;37:100460. Doi: https://doi.org/10.1016/j.jbo.2022.100460

Möller MD, Gengenbach L, Graziani G, Greil C, Wäsch R, Engelhardt M. Geriatric assessments and frailty scores in multiple myeloma patients: a needed tool for individualized treatment? Curr Opin Oncol. 2021;33(6):648-657. Doi: https://doi.org/10.1097/cco.0000000000000792

GRADE Guidance Group. Grading of Recommendations Assessment, Development, and Evaluation [homepage on the Internet]. Philadelphia: GRADE; c2022 [cited 2022 Mar 15]. Available from: https://www.gradeworkinggroup.org/

Costa CO, Fernandes AFC. Perfil epidemiológico do mieloma múltiplo DE 2013 a 2023 no brasil. Hematol Transfus Cell Ther. 2023;45:S413. Doi: https://doi.org/10.1016/j.htct.2023.09.779

Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 708, de 6 de agosto de 2015. Aprova as diretrizes diagnósticas e terapêuticas do mieloma múltiplo. Diário Oficial da Republica Federativa do Brasil, Brasília (DF); 2015 Ago 7; Seção 1: 38.

Zaleta AK, Miller MF, Olson JS, Yuen EYN, LeBlanc TW, Cole CE, et al. Symptom burden, perceived control, and quality of life among patients living with multiple myeloma. J Natl Compr Canc Netw. 2020;18(8):1087-1095. Doi: https://doi.org/10.6004/jnccn.2020.7561

Rajkumar SV. Multiple myeloma: 2020 update on diagnosis, risk-stratification and management. Am J Hematol. 2020;95(5):548-567. Doi: https://doi.org/10.1002/ajh.25791

Kent EE, Ambs A, Mitchell SA, Clauser SB, Smith AW, Hays RD. Health-related quality of life in older adult survivors of selected cancers: data from the SEER-MHOS linkage. Cancer. 2015;121(5):758-65. Doi: https://doi.org/10.1002/cncr.29119

Ciconelli R M, Ferraz MB, Santos W, Meinão I, Quaresma MR. Tradução para a língua portuguesa e validação do questionário genérico de avaliação de qualidade de vida SF-36 (Brasil SF-36). Rev Bras Reumatol. 1999; 39(3):143-50.

Podsiadlo D, Richardson S. The timed "Up & Go": a test of basic functional mobility for frail elderly persons. J Am Geriatr Soc. 1991;39(2):142-8. Doi: https://doi.org/10.1111/j.1532-5415.1991.tb01616.x

Oliveira-Zmuda GG, Soldera CLC, Jovanov E, Bós ÂJG. Timed Up and Go test phases as predictors of future falls in community-dwelling older adults. Fisioter mov. 2022;35:e35142. Doi: https://doi.org/10.1590/fm.2022.35142

Reis MM, Arantes PMM. Medida da força de preensão manual: validade e confiabilidade do dinamômetro Saehan. Fisioter Pesqui. 2011;18(2):176–81. Doi: https://doi.org/10.1590/S1809-29502011000200013

Dodds RM, Syddall HE, Cooper R, Benzeval M, Deary IJ, Dennison EM, et al. Grip strength across the life course: normative data from twelve British studies. PLoS One. 2014;9(12):e113637. Doi: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0113637

Andriotti JLS. Fundamentos de Estatística e Geoestatística. São Leopoldo: UNISINOS; 2003.

Garcia CS, Righes CS, Muller KTC, Ricas SMMC, Almeida EB. Perfil epidemiológico de pacientes diagnosticados com mieloma múltiplo em hospital de referência para neoplasias malignas hematológicas. RBAC. 2020;52(3). Doi: https://doi.org/10.21877/2448-3877.202000862

Crusoe EQ, Ribeiro G, Zanella KR, Perobelli LM, Aranha MAF, Capra M, et al. Brazilian real-world multiple myeloma (MM) electronic platform register project. Blood. 2020;136 (Supplement 1):4–4. Doi: https://doi.org/10.1182/blood-2020-142072

Gomes A, Rosa FC, Zveibil GS, Ferreira JA, Canto M. Análise do perfil epidemiológico do mieloma múltiplo no brasil nos últimos 5 anos. Hematol Transfus Cell Ther. 2023;45:S411–2. Doi: https://doi.org/10.1016/j.htct.2023.09.776

Landim IR, Martins MLBR, Araújo MBS, Monte BS. Perfil epidemiológico de pacientes com Mieloma Múltiplo em região nordeste com base nos dados provenientes do DataSus nos últimos 7 anos. Braz J Hea Rev. 2023;6(6):29894–904. Doi: https://doi.org/10.34119/bjhrv6n6-253

Todaro J, Bigonha J, Borducchi DMM, Matos LL, Trufelli DC, Sales SMA, et al. Multiple myeloma: five-year experience at a University Hospital. Einstein (Sao Paulo). 2011;9(2):145–50. Doi: https://doi.org/10.1590/s1679-45082011ao2006

Hungria VTM, Maiolino A, Martinez G, Colleoni GWB, Coelho EODM, Rocha L, et al. Confirmation of the utility of the International Staging System and identification of a unique pattern of disease in Brazilian patients with multiple myeloma. Haematologica. 2008;93(5):791–2. Doi: https://doi.org/10.3324/haematol.11637

Hari PN, Zhang M-J, Roy V, Pérez WS, Bashey A, To LB, et al. Is the international staging system superior to the Durie–Salmon staging system? A comparison in multiple myeloma patients undergoing autologous transplant. Leukemia. 2009;23(8):1528–34. Doi: https://doi.org/10.1038/leu.2009.61

Ailawadhi S, Sher T, Patel M, Derby L, Mashtare T, Wilding GE, et al. International Staging System (ISS) is superior to Durie-Salmon (DS) staging in predicting overall mortality in multiple myeloma (MM). Blood. 2008;112(11):2745–2745. Doi: https://doi.org/10.1182/blood.v112.11.2745.2745

Esen R. Restless Legs Syndrome in Multiple Myeloma Patients. J Clin Med Res. 2012;4(5):318–322. Doi: https://doi.org/10.4021/jocmr1083w

Borges AM, Santos G, Kummer JA, Fior L, Molin VD, Wibelinger LM. Autopercepção de saúde em idosos residentes em um município do interior do Rio Grande do Sul. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2014;17(1):79–86. Doi: https://doi.org/10.1590/s1809-98232014000100009

Mari FR, Alves GG, Aerts DRGC, Camara S. The aging process and health: what middle-aged people think of the issue. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2016;19(1):35–44. Doi: https://doi.org/10.1590/1809-9823.2016.14122

Moimaz SAS, Almeida MEL, Lolli LF, Garbin CAS, Saliba NA. Envelhecimento: análise de dimensões relacionadas à percepção dos idosos. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2009;12(3):361–75. Doi: https://doi.org/10.1590/1809-9823.2009.00005

Oliveira JS, Freitas SKS, Vilar NBS, Saintrain SV, Bizerril DO, Saintrain MVL. Influência da renda e do nível educacional sobre a condição de saúde percebida e autorreferida de pessoas idosas. J Health Biol Sci. 2019;7(4(Out-Dez)):395–8. Doi: https://doi.org/10.12662/2317-3076jhbs.v7i4.2343.p395-398.2019

Wildes TM, Tuchman SA, Klepin HD, Mikhael J, Trinkaus K, Stockerl-Goldstein K, et al. Geriatric assessment in older adults with multiple myeloma. J Am Geriatr Soc. 2019;67(5):987-991. Doi: https://doi.org/10.1111/jgs.15715

Mian H, Pond GR, Tuchman SA, Fiala MA, Wildes TM. Geriatric assessment and quality of life changes in older adults with newly diagnosed multiple myeloma undergoing treatment. J Geriatr Oncol. 2020;11(8):1279-1284. Doi: https://doi.org/10.1016/j.jgo.2020.05.004

Cenik F, Keilani M, Hasenöhrl T, Huber D, Stuhlpfarrer B, Pataraia A, et al. Relevant parameters for recommendations of physical activity in patients suffering from multiple myeloma : A pilot study. Wien Klin Wochenschr. 2020;132(5-6):124-131. Doi: https://doi.org/10.1007/s00508-019-01582-z

Sayer AA, Kirkwood TB. Grip strength and mortality: a biomarker of ageing? Lancet. 2015;386(9990):226-7. Doi: https://doi.org/10.1016/s0140-6736(14)62349-7

Tavares DMS, Souza LA, Ikegami ÉM, Rodrigues LR. Desempenho físico de membros inferiores, força de preensão manual e qualidade de vida de idosos. Saúde Pesqui. 2021;14(2). Doi: https://doi.org/10.17765/2176-9206.2021v14n2e8299

Barbosa RC, Sousa ALL. Associação da autopercepção da qualidade de vida e saúde, prática de atividade física e desempenho funcional entre idosos no interior do Brasil. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2021;24(4). Doi: https://doi.org/10.1590/1981-22562022025.210141

Rijk JM, Roos PR, Deckx L, van den Akker M, Buntinx F. Prognostic value of handgrip strength in people aged 60 years and older: A systematic review and meta-analysis. Geriatr Gerontol Int. 2016;16(1):5-20. Doi: https://doi.org/10.1111/ggi.12508

Souza LA, Tavares DMS. Desempenho físico e força de preensão manual como preditores de qualidade de vida de idosos. Acta Fisiátr. 2021;28(3):149–55. Doi: https://doi.org/10.11606/issn.2317-0190.v28i3a185905

Kwak Y, Kim Y. Quality of life and subjective health status according to handgrip strength in the elderly: a cross-sectional study. Aging Ment Health. 2019;23(1):107-112. Doi: https://doi.org/10.1080/13607863.2017.1387766

Marques LP, Confortin SC, Ono LM, Barbosa AR, d'Orsi E. Quality of life associated with handgrip strength and sarcopenia: EpiFloripa Aging Study. Arch Gerontol Geriatr. 2019;81:234-239. Doi: https://doi.org/10.1016/j.archger.2018.12.015

Goodhew RE, Edwards BA. The effect of exercise interventions on quality of life in patients with multiple myeloma: a systematic review and meta-analysis of randomised controlled trials. Clin Exp Med. 2023;23(7):3217-3230. Doi: https://doi.org/10.1007/s10238-023-01058-5

Larsen RF, Jarden M, Minet LR, Frølund UC, Hermann AP, Breum L, et al. Exercise in newly diagnosed patients with multiple myeloma: A randomized controlled trial of effects on physical function, physical activity, lean body mass, bone mineral density, pain, and quality of life. Eur J Haematol. 2024;113(3):298-309. Doi: https://doi.org/10.1111/ejh.14215

Publicado

2025-03-20

Edição

Seção

Artigo Original

Como Citar

1.
Sousa MFB de, Martins RB, Bezerra LMA, Borges KWC, Silva JCA. Associação entre o desempenho físico, a força muscular e a qualidade de vida de idosos com mieloma múltiplo: um estudo transversal. Acta Fisiátr. [Internet]. 20º de março de 2025 [citado 23º de junho de 2025];32(1):35-42. Disponível em: https://revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/223141