Barreiras para mobilização precoce em uma unidade de terapia intensiva neurológica
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2317-0190.v32i3a239666Palavras-chave:
Unidades de Terapia Intensiva, Deambulação Precoce, Limitação de MobilidadeResumo
Objetivo: Quantificar a prevalência de barreiras para mobilização precoce (MP) em uma unidade de terapia intensiva (UTI) neurológica e comparar desfechos clínicos e funcionais entre pacientes com e sem barreiras para MP. Métodos: Estudo observacional retrospectivo, realizado na UTI neurológica de um hospital escola. Foram coletados: sexo, idade, diagnóstico, comorbidades, dias de internação, tempo de permanência em ventilação mecânica, funcionalidade na alta, por meio da escala de mobilidade em UTI (EMU), taxas de alta ou óbito na UTI e barreiras. Resultados: 468 pacientes foram incluídos, 58% do sexo masculino, média de idade de 57,1±16,7 anos. As barreiras mais prevalentes foram fadiga, necessidade de descanso e sonolência (23%), sedação profunda e/ou paralisia (17%) e linha de base ou nova imobilidade/fraqueza (11%). O grupo com barreiras apresentou escore Simplified Acute Physiology Score (SAPS III) e tempo de internação na UTI significativamente maiores (p= 0,001) que o grupo sem barreiras. O grupo sem barreiras apresentou escore EMU (p= 0,001) e a taxa de alta da UTI (p= 0,006) significativamente maiores que o grupo com barreiras para MP. Conclusão: As barreiras mais prevalentes para MP fora do leito foram fadiga, necessidade de descanso e sonolência, sedação profunda e/ou paralisia e linha de base ou nova imobilidade/fraqueza. O grupo com barreiras para MP apresentou escore prognóstico de gravidade da doença e tempo de internação na UTI maiores que o grupo sem barreiras, que apresentou melhor funcionalidade na alta e maior número de altas da UTI que o grupo com barreiras para MP fora do leito.
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