Os estivadores esquecidos: arqueologia do Trapiche da Pedra do Sal, Rio de Janeiro, século XIX

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.1590/1982-02672022v30e34

Palabras clave:

Arqueologia da diáspora africana, Zona Portuária do Rio de Janeiro, Estivadores do século XIX, Pedra do Sal

Resumen

Este artigo apresenta os resultados das intervenções arqueológicas realizadas no antigo Trapiche da Pedra do Sal, na Zona Portuária do Rio de Janeiro, à luz de uma contextualização histórica e social da área, um reduto da população negra urbana desde o final do século XVIII até a atualidade. Construído na primeira metade do século XIX a apenas 100 m de distância da Pedra do Sal e a cerca de 200 m do Cais do Valongo, o trapiche se tornou um dos mais importantes da orla da Saúde até ser absorvido pela Companhia Docas D. Pedro II, inaugurada em 1875. Sua prosperidade foi sustentada por essa população negra, germe dos futuros trabalhadores portuários, responsável pelas atividades de embarque, desembarque e armazenamento de mercadorias. Contudo, essa forte presença africana está praticamente
ausente do registro documental e apenas escassamente atestada no registro arqueológico, através de algumas evidências relacionadas às suas práticas espirituais. Em contrapartida a esses estivadores esquecidos e contrastando fortemente com eles, foi possível levantar os diferentes administradores do Trapiche da Pedra do Sal, suficientemente registrados e lembrados. Os resultados dessa investigação são apresentados neste artigo, aspirando contribuir para uma
construção mais inclusiva de parte da memória da Zona Portuária do Rio de Janeiro.

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Biografía del autor/a

  • Tania Andrade Lima, Universidade Federal do Rio de Janeiro

    Professora aposentada do Departamento de Antropologia do Museu Nacional / Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde continua colaborando voluntariamente com o Programa de Pós-Graduação em Arqueologia. Doutora em Ciências (Arqueologia) pela Universidade de São Paulo (USP) com pós-doutorado em História Social pela mesma instituição. E-mail: talima8@gmail.com.

  • Andrea Jundi Morgado, Muséum National d'Histoire Naturelle

    Mestre em Pré-História pelo Muséum National d’Histoire Naturelle de Paris. E-mail: andrea.jundi6@gmail.com.

  • Silvia Puccioni, Resgate. Consultoria em Patrimônio

    Diretora técnica da empresa Resgate Consultoria em Patrimônio e docente no curso de Mestrado Profissional em Conservação e Restauração de Monumentos e Núcleos Históricos da Universidade Federal da Bahia (MP-CECRE/UFBA). Mestre em Arquitetura pela UFRJ e em Arqueologia pelo Museu Nacional / UFRJ. E-mail: puccioni@uol.com.

  • Nayara Amado, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

    Graduanda em Arqueologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Licenciada em História pelo Centro Universitário Augusto Motta. E-mail: nayaramado10@gmail.com.

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Publicado

2022-10-31

Número

Sección

Estudios de Cultura Material

Cómo citar

LIMA, Tania Andrade; MORGADO, Andrea Jundi; PUCCIONI, Silvia; AMADO, Nayara. Os estivadores esquecidos: arqueologia do Trapiche da Pedra do Sal, Rio de Janeiro, século XIX. Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material, São Paulo, v. 30, p. 1–63, 2022. DOI: 10.1590/1982-02672022v30e34. Disponível em: https://revistas.usp.br/anaismp/article/view/195717.. Acesso em: 22 dec. 2024.