Les figures du décorateur français au XXe siècle, une histoire de mots et de pratiques
DOI :
https://doi.org/10.1590/982-02672019v27e01Mots-clés :
Décorateur, Artiste décorateur, Ensemblier, Architecte d'intérieur, Arts décoratifs, ProfessionnalisationRésumé
A evolução semântica da palavra “decorador” revela os processos identitários em jogo na construção das figuras de artistas. No alvorecer do século XX na França, os novos valores desse termo têm origem na afirmação do estatuto de artista criador e na consagração da síntese das artes. Uma figura ideal de artista decorador ganha forma, sem, contudo, referir-se a uma categoria profissional estável. Com efeito, não há consenso, no âmbito da recepção crítica, quanto às competências entre conhecimento e savoir-faire, colaboração independente e coordenação de projeto, visão estética e desenho técnico, concepção sob medida ou em série. Do ensemblier ao arquiteto de interiores, o termo “decorador” não adquire nenhuma definição social e profissional específica. A concepção da decoração de estilo francês moderna e a necessidade de responder às reais demandas da sociedade dividem os criadores. Os princípios racionalistas de arranjo dos espaços, defendidos pela Union des Artistes Modernes (UMA) em 1929, colocam definitivamente em crise a identidade do decorador ornamentista. A depreciação semântica que se prolonga durante os Trente Glorieuses culmina em reivindicações profissionais que giram em torno da figura do “arquiteto especializado”. Associações como a Union des Artistes Décorateurs Créateurs d'Ensembles (UADCE) e sindicatos como o dos Créateurs d'Architectures Intérieures et de Modèles (Caim) expressam as novas estratégias identitárias em favor do arquiteto de interiores, criador de modelos ou, mais tardiamente, designer. A especialização e a ampliação das competências do decorador durante esse período revelam porosidades e diferenciações profissionais que são sempre difíceis de legitimar.
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