Vilas e cidades em trânsito: assentamentos urbanos, agência indígena e fronteira colonial na formação do espaço platino (séculos XVI e XVII)
DOI :
https://doi.org/10.1590/1982-02672021v29d1e7Mots-clés :
América Meridional, Espaço platino, Traslados urbanos, Fronteira colonial, Agência indígenaRésumé
Este texto busca apresentar uma análise, em conjunto, dos assentamentos urbanos coloniais desaparecidos ou trasladados ao longo do primeiro século e meio de colonização da América Meridional, especificamente na região platina, que compreende aqui as jurisdições espanholas do Paraguai, Rio da Prata e Tucumã, e a Capitania de
São Vicente, no Brasil. Para além, ou aquém, dos debates sobre ordenamento europeu ou morfologia urbana, a proposta é refletir sobre os assentamentos surgidos nestes espaços de fronteira colonial, marcados pela precariedade, mobilidade e porosidade, e por uma intensa e essencial relação com as populações indígenas contíguas. Busca-se, aqui, sobretudo, entender o papel desses assentamentos na conformação do território colonial platino e na constituição de experiências americanas compartilhadas.
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