O cinema letrista em 1968: a experiência do café-cinema e Le soulèvement de la jeunesse
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2178-0447.ars.2021.185265Palavras-chave:
Vanguarda letrista, Maio de 1968, Cinema experimentalResumo
Entre 1967 e 1969, a vanguarda letrista mantém um café-cinema, unindo projeções experimentais e intervenções artísticas, inspiradas em práticas anteriores do grupo. À luz de tal experiência, o objetivo é examinar os posicionamentos letristas em relação aos eventos de 1968, a partir de três passos. Primeiramente, um mapeamento das atividades e manifestos associados ao café-cinema, tomando-os em suas continuidades com práticas letristas remanescentes. Num segundo momento, passa-se ao debate conceitual de tais continuidades, a partir das ideias de colagem, cotidiano e juventude. Por fim, avança-se à análise do filme Le Soulèvement de la jeunesse (1968), de Maurice Lemaître, identificando uma construção autocentrada, que toma as rebeliões como consolidação das teorias anunciadas por Isidore Isou no livro Traité d’économie nucléaire (1949).
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Referências
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FILMOGRAFIA
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Chutes (1968), Maurice Lemaître, França, 12 min.
Le Soulèvement de la jeunesse – mai 1968 (1968), Maurice Lemaître, Collectif Jeune Cinéma, França, 26 min.
Les Actualités françaises – 29 mai 1968 (1968), Les Actualités françaises, França, 6 min.
Les Actualités françaises – Regards sur le monde: 1957, Les Actualités françaises, França, 1958, 9min.
Tous derrière Suzanne, jeune dure et pure! (1978-1995), Maurice Lemaître, França, 174 min.
Traité de bave et d'éternité (1951), Isidore Isou, prod. Marc’O, França, 120 min.
Un chien andalou (1929), Luis Buñuel e Salvador Dalí, França, 16 min.
Une oeuvre (1968), Maurice Lemaître, França, 15min.
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