Submissão
Condições para submissão
Condições para submissão
Os artigos e demais colaborações, como entrevistas e críticas, devem estar em consonância com a proposta temática do número da revista e com as suas diretrizes editoriais.
Cada pessoa colaboradora pode apresentar apenas uma contribuição por número. Não é permitida a publicação de colaborações de mesma autoria em números consecutivos da revista.
As colaborações submetidas devem ser inéditas, não sendo aceitos inclusive capítulos de livros. Ao autorizar a publicação, a pessoa autora ou coautora confere à Revista Aspas o direito de publicação inédita.
O retorno ao texto submetido só será feito quando o mesmo for enviado a pareceristas. Caso o texto não passe pela primeira triagem, a Revista Aspas não se compromete com o envio de um parecer ou retorno.
Processo de avaliação pelos pares
A publicação dos artigos, enviados de acordo com os critérios da revista, são submetidos à avaliação de dois pareceristas, seguindo o sistema duplo-cego: os revisores desconhecem nomes ou afiliações dos autores; e as avaliações dos revisores são encaminhadas aos autores sem a identificação dos mesmos, ao longo do texto e sem metadados.
Os pareceristas são profissionais de reconhecida formação e experiência, que possuem estudos, pesquisas e/ou publicações na área de Artes Cênicas, preferencialmente doutores. O grupo é formado por meio de cadastro e/ou convite do corpo editorial da revista.
Os artigos são enviados aos pareceristas pela equipe editorial responsável pelo número.
Os artigos podem ser aceitos sem alterações; aceitos com sugestões de alterações; ou recusados.
Em caso de divergência na avaliação, um terceiro parecerista será solicitado.
Cabe ao Núcleo de Edição deliberar a respeito da oportunidade de convidar pessoas autoras nacionais ou internacionais para publicação e compartilhar essa informação com a Equipe Editorial.
Os conteúdos publicados nos textos são de inteira responsabilidade dos autores.
O cadastro no sistema e posterior acesso, por meio de login e senha, são obrigatórios para a submissão de trabalhos, bem como para acompanhar o processo editorial em curso. Acesso em uma conta existente ou Registrar uma nova conta.
Seções da Revista Aspas
As seções Editorial e Artigos são fixas e as demais variam conforme a abordagem do dossiê temático de cada número da Revista Aspas.
Suas seções são assim delineadas:
- Editorial: texto elaborado por pessoas integrantes do Núcleo de Edição com argumentos que exponham as ambições e linhas de força norteadoras daquele número.
- Artigos: textos de natureza científica que discutam ideias, metodologias, técnicas, procedimentos, processos ou resultados no campo expandido das Artes Cênicas, sempre em diálogo com o tema proposto pelo dossiê, de maneira que cada edição mostre um recorte do que está sendo produzido pela comunidade acadêmica.
- Crítica: textos que examinem com argúcia trabalhos em Artes Cênicas, ponderam o contexto histórico, as informações relevantes e os percursos da criação e das equipes artísticas e técnicas, sempre que possível conectando o objeto de análise a outras linguagens e pensamentos.
- Entrevista: textos na forma de diálogos aprofundados junto a pessoas pesquisadoras, pensadoras e artistas no cenário das Artes Cênicas que aportam ângulos inspiradores em sintonia com o tema da edição.
- Resenha: textos acerca de livros recém-publicados, com vistas a uma escrita atenta aos aspectos estruturais da obra, às características de linguagem, à perspectiva histórica, à trajetória de quem escreveu e à contribuição intelectual ou artística no conjunto.
- Forma livre: conteúdos textuais, imagéticos e/ou sonoros afeitos ao mote da edição e dispostos em diferentes suportes ou plataformas, acessados a partir da publicação digital (a exemplos de link ou código QR), sendo elaborados em dramaturgia, caderno de pesquisa, vídeo, série fotográfica, relatos de campo, etc.
Declaração de direito autoral
O autor se compromete a sempre que publicar material referente ao artigo publicado na Revista aSPAs mencionar a referida publicação da seguinte forma: "Este artigo foi publicado originalmente pela Revista aSPAs em seu volume (inserir o volume), número (inserir o número) no ano de (inserir o ano) e pode ser acessado em: http://revistas.usp.br/aspas "
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CHAMADA Revista Aspas 15.2 “AS ARTES DA CENA E OS MOVIMENTOS ABOLICIONISTAS: Pedagogias libertárias e espaços de imaginação política”
CHAMADA Revista Aspas 15.2 “AS ARTES DA CENA E OS MOVIMENTOS ABOLICIONISTAS: Pedagogias libertárias e espaços de imaginação política”
Segundo a plataforma World Prison Brief, a população carcerária mundial ultrapassa os 11 milhões de pessoas. Entre 2000 e 2019, a população carcerária mundial aumentou mais de 25%, enquanto a população global cresceu cerca de 21% no mesmo período.
Além disso, cerca de um terço dos prisioneiros no mundo estão detidos sem julgamento, o que levanta preocupações sobre os direitos humanos e a eficiência dos sistemas judiciais em diversos países. A superlotação carcerária é outro problema crítico, com muitos sistemas prisionais operando acima de sua capacidade, o que afeta negativamente a saúde e o bem-estar dos detentos. As altas taxas de encarceramento não diminuem os índices de violência e criminalidade, o que nos leva a pergunta levantada por Angela Davis: Estariam as prisões obsoletas?
Na contramão dos discursos punitivistas e medidas paliativas existem trabalhos, ações, práticas artísticas e pesquisas em Artes Cênicas que tem com o intuito não somente promover a a dita ressocialização, sendo essa uma das pautas que o encarceramento utiliza se como defesa de sua existência, mas acima disso tem como eixo de diretriz o fim das prisões.
Segundo a abolicionista e pesquisadora Liat Ben Moshe, as prisões têm sido, ao longo da história, um espaço de contenção das rebeldias e povos marginalizados e operam na sociedade contemporânea como um braço estendido do projeto escravocrata. Esse legado punitivista que propõe a reclusão como forma de (re)socialização tem sido empregado em diversas outras instituições como manicômios, clínicas de reabilitação para dependentes químicos com internação compulsória, internatos escolares, entre outros.
Como resistência, movimentos abolicionistas por todo o mundo têm buscado novas formas de se promover justiça e organizar nossas sociedades, onde o teatro cumpre um papel fundamental nesse tipo de elaboração.
A socióloga Angela Alonso (2012) afirma que, em meados do século XIX, diversos grupos de teatro se apresentavam na porta das igrejas após as missas de domingo para levar o ideal abolicionista às massas e arrecadar fundos para comprar cartas de alforria e libertar pessoas escravizadas. Embora esse fato não tenha tido tanta visibilidade quanto outros movimentos dentro da história das artes cênicas, esse legado do teatro abolicionista sustentou toda uma série de diferentes metodologias, poéticas e estratégias, que construíram um verdadeiro arsenal estético na luta contra o punitivismo e o encarceramento em massa no Brasil.
Esse legado do teatro abolicionista é continuado por Abdias Nascimento na década de 1940, com seu Teatro do Sentenciado, e posteriormente por toda uma leva de artistas engajados em buscar novos imaginários possíveis para organizar nossas sociedades e a forma como pensamos conceitos como justiça, responsabilização, educação e reparação. Esse contexto não é tão diferente em outros lugares do planeta onde o encarceramento em massa é uma realidade.
No campo universitário, grupos de extensão por todo o Brasil e no mundo tem construído estéticas e éticas nas artes da cena junto a pessoas encarceradas e sobreviventes do sistema prisional, que trazem contribuições para o campo das metodologias em artes cênicas.
Com o intuito de aproximar as ações, pesquisas e práticas artísticas abolicionistas no que tange ao encarceramento, a Revista Aspas convida pessoas pesquisadoras, grupos de pesquisa a compartilharem e proporem reflexões para compor a edição 15.2 AS ARTES DA CENA E OS MOVIMENTOS ABOLICIONISTAS: Pedagogias libertárias e espaços de imaginação política . Com esta chamada, buscamos estimular reflexões que contribuam com o debate e que dialoguem com uma ou mais das seguintes perguntas:
- Como ações em instituições de privação de liberdade podem se caracterizar como um discurso abolicionista em Artes Cênicas?
- Práticas e Ações artísticas que atuem como denúncia, transformação de justiça em espaços de privação de liberdade;
- Quais as contribuições de trabalhos e ações em artes cênicas para as pessoas em privação de liberdade, diante de uma perspectiva não-reformista e de mudança radical?
- Propostas pedagógicas emancipatórias em Artes Cênicas para e por corpos privados de liberdade;
- Quais questionamentos e possíveis modificações no sistema prisional que esses trabalhos podem suscitar para pensar modos de organização sociais em que a privação de liberdade não seja mais uma alternativa necessária?
- Quais os limites das práticas em artes cênicas nesses contextos e seus paradigmas?
Referências:
ALONSO, Angela. A teatralização da política: a propaganda abolicionista, Revista Tempo Social, São Paulo, n. 24, v. 2, 2012. Disponível em:<https://www.scielo.br/j/ts/a/6DG8jmyCxypRW6LrSTnzzRt/?lang=pt#>.
BEN-MOSHE, Liat. Dis-epistemologies of Abolition. Critical Criminology, v. 26, n. 3, 3 set. 2018
CONCILIO, Vicente. Teatro e prisão: dilemas da liberdade artística. HUCITEC, 2015.
IMARISHA, Walidah. Reescrevendo o futuro: usando ficção científica para rever justiça. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 2016. Disponível em: <https://pt.scribd.com/document/378747787/Walidah-Imarisha-22Reescrevendo-o-futuro-22-pdf>
DAVIS, Angela. Estarão as prisões obsoletas? DIFEL. 2018
LUCAS, Ashley E. Teatro e a crise global do encarceramento. São Paulo: Hucitec, 2021.
GAULÊS, M.; BASTOS, M. H. F. DE A. Muito além do Carandiru: processos indisciplinares em teatro, prisão e abolição. Ephemera: Revista do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal de Ouro Preto, v. 7, n. 13
NARVAES, Viviane Becker. O Teatro do Sentenciado de Abdias Nascimento: classe raça e a modernização do teatro brasileiro. 2020. Tese de Doutorado (Teoria e Prática do Teatro) - Programa de Pós-graduação em Artes Cênicas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2020. Disponível em: <https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27156/tde-19022021-183344/publico/VivianeBeckerNarvaesVC.pdf>.
NASCIMENTO, Abdias. Submundo, cadernos de um penitenciário. São Paulo: Zahar, 2023
WORLD PRISON BRIEF. Highest to Lowest - Prison Population Total. 2025. Disponível em <https://www.prisonstudies.org/highest-to-lowest/prison-population-total?field_region_taxonomy_tid=All>
Artigos
Seção que recebe os artigos de pesquisadores das artes cênicas sobre o tema em pauta.
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