Sobre alguns poliquetas de escama do nordeste do Brasil

Resumo

São discutidas 15 espécies de Poliquetas de escamas, provenientes de amostras de fundo coletadas ao longo da costa nordeste do Brasil, pelo Laboratório de Ciências do Mar (ex-Instituto Oceanográfico) da Universidade Federal de Pernambuco. A área coberta por duas séries de cruzeiros realizados por esse Laboratório, em 1965 e 1966, abrange a costa nordeste, de Sergipe ao Ceará. Com exceção de duas, as espécies estudadas provém da primeira série de cruzeiros que se limitou ao litoral de Sergipe e Alagoas. Essa série designada pela sigla "AK " recebeu o nome do barco de pesca utilizado na prospecção, o "AKAROA", As duas outras espécies provém de amostras coletadas pelo barco "CANOPUS", ao largo dos Estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Ainda que não hajam sido encontradas espécies novas, algumas são particularmente interessantes em virtude de sua relativa raridade. Pareulepis fimbriata (Treadwell), que consideramos sinônimo de P. geayi (Fauvel) ocorreu em duas estações, Harmothoë aculeata Andrews pode ser considerada como forma vicarial de H. areolata Grube. Pontogenia chrysocoma (Baid) é a espécie melhor representada, com 4 exemplares, provenientes de 4 estações diferentes. A família Polyodontidae é representada por dois grandes exemplares de Polyodontes oculea (Treadwell) (fragmentos anteriores) e um exemplar de uma espécie menor que corresponde à descrição de Panthalis pustulata Treadwell. Essa espécie, que possui branquias e é desprovida de cerdas peniciladas verdadeiras, deverá ser transferida para o gênero Polyodontes como o consideramos aqui. As outras espécies são: Lepidasthenia virens (Blanchard), Lepidonotus caeruleus Kinberg, Psammolyce arenosa (delle Chiaje), P, fimbriata Hartman, P. flava Kinberg, Sthenolepis grubei (Treadwell), S. oculata (Hartman), Sigalion arenicola Verrill, Thalenessra lewisii (Berkeley), e uma Harmothoë semelhante a H. extenuata Grube, representada por um exemplar com tôdas as escamas perdidas.