Levantamento dos métodos de eutanásia utilizados em quirópteros neotropicais no estado de São Paulo, Brasil
análise crítica e proposta de padronização de métodos de eutanásia em morcegos
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1678-4456.bjvras.2023.205263Palavras-chave:
Eutanásia em morcegos, Bem-estar animal, Bioética, Controle da raivaResumo
As Divisões de Vigilância de Zoonoses (DVZs) coletam e eutanasiam morcegos que tiveram contato com humanos. O procedimento de eutanásia precisa ocorrer de modo seguro para o animal e para o manipulador, sendo importante garantir o mínimo de estresse ao animal. Os objetivos deste estudo foram: i. avaliar os métodos de eutanásia praticados nas DVZ do estado de São Paulo; ii. comparar esses métodos com os guias nacionais e internacionais de práticas de eutanásia animal; iii. avaliar as metodologias aplicadas considerando a taxonomia e os hábitos alimentares das principais espécies de ocorrência de morcegos; e iv. propor a padronização dos procedimentos de eutanásia. Sessenta e cinco DVZs receberam o questionário online ou foram contatadas por telefone, dessas, trinta e três DVZs (50,8%) que responderam ao questionário foram incluídas no estudo e distribuídas em 11 mesorregiões para garantir anonimato. Os métodos de eutanásia reportados foram divididos em métodos químicos (injetáveis; inalatórios), físicos ou mistos. Os espécimes de morcegos (n = 550) foram identificados e classificados para avaliar os principais gêneros encontrados no estado. A localização da DVZ, as espécies, os hábitos alimentares e o método de eutanásia utilizado foram analisados. Os espécimes por família de espécies de morcegos foram Molossidae (n = 340), Phyllostomidae (n = 171) e Vespertilionidae (n = 39). Métodos químicos foram utilizados em 25 DVZs (75,75%), físicos em 5 (15,15%) e mistos em 3 (9,09%). Não há uniformidade ou padronização nos métodos de eutanásia de morcegos, embora a maioria seja baseada em métodos químicos aceitáveis. É proposto um algoritmo para auxiliar o veterinário na escolha do método de eutanásia, que permite a padronização desses procedimentos para os morcegos, considerando as diferenças fisiológicas e respeitando as diretrizes técnicas, bioéticas e de bem-estar animal.
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