Caracterização do estro de novilhas cruzadas (Bos taurus indicus x Bos taurus taurus) por radiotelemetria

Autores

  • Claudia Maria Bertan Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Reprodução Animal, Centro de Biotecnologia em Reprodução Animal, Pirassununga, SP
  • Mario Binelli Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Reprodução Animal, Centro de Biotecnologia em Reprodução Animal, Pirassununga, SP
  • Ed Hoffmann Madureira Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Reprodução Animal, Centro de Biotecnologia em Reprodução Animal, Pirassununga, SP

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1678-4456.bjvras.2006.26562

Palavras-chave:

Estro, Radiotelemetria, Heat-Watch

Resumo

Embora a técnica de inseminação artificial (IA) apresente inúmeras vantagens, no Brasil é empregada em apenas 7% das fêmeas de corte. Falhas na detecção de estros constituem o principal fator limitante para a obtenção de êxito no emprego da técnica. Um sistema eletrônico, que se baseia na radiotelemetria, foi desenvolvido para a detecção de estros. Este sistema fornece o registro da data, horário e duração das montas ocorridas. O presente estudo teve como objetivo avaliar, pelo sistema de radiotelemetria, as características comportamentais de estro em novilhas cruzadas de corte (Bos taurus taurus x Bos taurus indicus), criadas em regime extensivo, na região sudoeste do Brasil. A hipótese testada foi que a duração dos estros e o número de montas são bastante variáveis entre as fêmeas e que a maioria das montas ocorre no período noturno. Para a sincronização dos estros as novilhas receberam 0,5mg de MGA/cabeça/dia, uma vez ao dia, durante 8 dias, e uma injeção de 15mg de luprostiol (PG) via IM no último dia da ingestão de MGA. Os estros foram registrados pelo sistema de radiotelemetria "Heat-Watch", durante um período de até 120 horas após a aplicação de PG. A duração média dos estros foi de 10,4 + 5,7 horas, duração que variou de 45 minutos a 22,7 horas. O número médio de montas foi de 26,2 + 13,6 e variou de 3 a 81 montas. A duração média das montas foi de 2,7 + 0,3 segundos. Dransfield et al.¹ classificaram os estros em curta (< 7 horas) e longa (>; 7 horas) duração e baixa (< 1,5 montas/hora) e alta (>; 1,5 montas/hora) intensidade. Houve uma maior incidência dos estros de longa duração quando comparados aos de curta duração (72,8% vs. 27,2%; P<0,05) e uma maior incidência dos estros de alta intensidade quando comparados aos de baixa intensidade (70,2% vs. 29,8%; P<0,05). A média geral de montas diurnas foi de 10,0 + 9,7 (das 7:00 às 19:00 horas) e de montas noturnas de 13,0 + 12,4 (das 19:00 às 7:00 horas), sendo que não foi observado efeito de período do dia no número de montas (P=0,08). No presente estudo confirmou-se a hipótese de que o comportamento de estro é extremamente variável entre as fêmeas, mas não a de que a maioria das montas ocorre no período noturno.

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Publicado

2006-12-01

Edição

Seção

NÃO DEFINIDA

Como Citar

1.
Bertan CM, Binelli M, Madureira EH. Caracterização do estro de novilhas cruzadas (Bos taurus indicus x Bos taurus taurus) por radiotelemetria. Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci. [Internet]. 1º de dezembro de 2006 [citado 30º de junho de 2024];43(6):816-23. Disponível em: https://revistas.usp.br/bjvras/article/view/26562