Micobacteriose em cães. Relato de casos em São Paulo - Brasil

Autores

  • Carlos Eduardo Larsson Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, São Paulo, SP.
  • Nilceo Schwery Michalany Escola Paulista de Medicina, São Paulo, SP.
  • Sonia Regina Pinheiro Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, São Paulo, SP.
  • Ana Luiza Basso Penteado Ledon
  • Silvio Arruda Vasconcellos Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, São Paulo, SP.

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1678-4456.bjvras.1994.52047

Palavras-chave:

Micobacteriose, Cães

Resumo

Na clínica dermatológica veterinária por vezes atendem-se carnívoros domésticos com lesões ulceradas de evolução prolongada e, geralmente, rebeldes à terapia usual, que podem ser originárias de infecções por micobactérias do gênero Mycobacterium. Pela escassez de descrições na bibliografia brasileira, pelo inusitado das lesões e pela resposta à terapia preconizada, descrevem-se dois casos de micobacteriose em caninos atendidos na FMVZ/USP. As cadelas (Pastor Alemão, Doberman), adultas, apresentavam lesões ulceradas graves, nas faces posteriores dos pavilhões auriculares, de aspecto granulomatoso, exsudativas, recobertas por crostas hemorrágicas. Inexistiam linfoadenomegalia satélite e tampouco sintomas nos demais sistemas orgânicos. Complementaram-se os exames físico, hematológico e radiológico por curetagem das lesões e biópsias de pele que foram então submetidas a exames histopatológico, bacteriológico (direto: técnicas de Holst-Mitchinson e Radhakrishna, Ziehl-Neelsen); cultivo (meios de Lowenstein-Jensen e de Stonebrink & Leslie), em diferentes temperaturas; teste de tuberculina (PPD mamífero e aviário). Demonstrou-se, na bacterioscopia e na histopatologia, a presença de bacilos ácido-álcool resistentes que não cresceram nos meios de cultivo convencionais, mesmo quando submetidos a várias temperaturas distintas, bem como quadro tecidual piogranulomatoso típico. Após a interposição da terapêutica tópica (solução de Burrow, sal sódico de rifamicina) e parenteral (rifampicina) obteve-se flagrante melhora com remissão do quadro lesional. Discutem-se a etiopatogenia do quadro e as condutas diagnóstica e terapêutica.

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Publicado

1994-03-01

Edição

Seção

PATOLOGIA ANIMAL

Como Citar

1.
Larsson CE, Michalany NS, Pinheiro SR, Ledon ALBP, Vasconcellos SA. Micobacteriose em cães. Relato de casos em São Paulo - Brasil. Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci. [Internet]. 1º de março de 1994 [citado 21º de dezembro de 2024];31(1):35-41. Disponível em: https://revistas.usp.br/bjvras/article/view/52047