Bactérias gram-negativas em cardeais (Paroaria coronata e Paroaria dominicana) apreendidos do tráfico de animais silvestres

Autores

  • Marcos Paulo Vieira Cunha Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Patologia
  • Marta Brito Guimarães Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Patologia
  • Yamê Miniero Davies Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Patologia
  • Liliane Milanelo Departamento de Águas e Energia Elétrica, Centro de Recuperação de Animais Selvagens, Parque Ecológico do Tietê
  • Terezinha Knöbl Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Patologia

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1678-4456.v53i1p107-111

Palavras-chave:

Tráfico de animais, Enterobactérias, Paroaria sp., Escherichia coli, Salmonella

Resumo

Anualmente o tráfico de animais silvestres retira milhões de aves da natureza. Os cardeais (Paroaria coronata) e cardeais-do-nordeste (Paroaria dominicana) estão incluídos entre as espécies de aves mais traficadas. A microbiota cloacal de passeriformes de vida livre é composta principalmente por bacilos e cocos gram-positivos, já os bacilos gram-negativos predominam em aves de cativeiro. Em situações de estresse e baixa de imunidade as bactérias gram-negativas podem causar infecções oportunistas. O presente trabalho identificou bactérias da microbiota da cloaca de 49 espécimes de P. coronata e P. dominicana apreendidas do tráfico de animais silvestres em São Paulo (SP). Foram isoladas treze espécies de bactérias gram-negativas, incluindo Salmonella spp. e Pseudomonas aeruginosa. A maior frequência de ocorrência foi de Escherichia coli, identificada em 42/49 (85,7%) das amostras fecais. Dentre os isolados de E. coli, 21/42 pertenciam aos grupos filogenéticos B2 e D, relacionados a estirpes patogênicas que causam doença extraintestinal em humanos. Klebsiella pneumoniae foi isolada em 28/49 (57,1%) das amostras. Esses resultados reforçam que as condições estressantes a que esses animais são submetidos em situações de tráfico, incluindo o contato com humanos, podem favorecer a colonização da microbiota cloacal das aves por patógenos, o que representa um risco para a sua reintrodução na natureza considerando-se o possível contato com humanos e outros animais.

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Publicado

2016-04-12

Edição

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NOTA PRÉVIA

Como Citar

1.
Cunha MPV, Guimarães MB, Davies YM, Milanelo L, Knöbl T. Bactérias gram-negativas em cardeais (Paroaria coronata e Paroaria dominicana) apreendidos do tráfico de animais silvestres. Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci. [Internet]. 12º de abril de 2016 [citado 30º de junho de 2024];53(1):107-11. Disponível em: https://revistas.usp.br/bjvras/article/view/89532