Jornalismo e reformas curriculares: o debate sobre extensão universitária
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9125.v29i2p123-137Palavras-chave:
extensão universitária, trajetória, debate, reformas curriculares, jornalismoResumo
O objetivo deste artigo é identificar, de maneira exploratória, aspectos do debate histórico e conceitual sobre extensão universitária no Brasil, e cotejar desafios e potencialidades contemporâneos colocados aos cursos de Jornalismo, sobretudo com o chamado à curricularização da extensão, isto é, a inserção de ações dessa natureza como componente da matriz curricular dos cursos de graduação. A partir de um olhar para os documentos curriculares oficiais da área, e do diálogo com autores do campo da Educação, mapeia, preliminarmente, certos marcos do processo de inserção da extensão no sistema universitário brasileiro, bem como sua presença/ausência nas reformas curriculares nacionais dos cursos de comunicação/jornalismo.
Downloads
Referências
ANTUNES, Angela Biz; Gadotti, MOACIR; PADILHA, Paulo Roberto. Reinventar a universidade a partir da extensão universitária. In: GADOTTI, Moacir; CARNOY, Martin. (orgs.). Reinventando Freire: a práxis do Instituto Paulo Freire. São Paulo: Instituto Paulo Freire. Lemann Center/Stanford Graduate School of Education, 2018. p. 209-228.
BATISTA, Zenilde Nunes; KERBAUY, Maria Teresa Micely. A gênese da extensão universitária brasileira no contexto de formação do ensino superior. RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 13, n. 3, p. 916-930, 2018.
BRASIL. Conselho Federal de Educação. Parecer n.º 363 (aprovado em 16 de novembro, 1962). Currículo Mínimo para o Curso de Jornalismo. MEC/CFE. Documenta, Rio de Janeiro, n. 10, dez. 1962. p.76-78.
BRASIL. Conselho Federal de Educação. Parecer n.º 984/65 (aprovado em 19 de abril, 1966). Reformula o currículo mínimo e a duração do Curso de Jornalismo. MEC/CFE. Documenta, Rio de Janeiro, n. 50, abr. 1966. p. 69-70,
BRASIL. Conselho Federal de Educação. Parecer n.º 631/69 (aprovado em 2 de setembro, 1969). Plano do Currículo de Comunicações (Revisão do currículo de Jornalismo). MEC/CFE. Documenta, Rio de Janeiro, n. 105, set. 1969. p. 99-114.
BRASIL. Conselho Federal de Educação. Parecer n.º 1.203/77 (aprovado em 5 de maio, 1977). Currículo mínimo do curso de Comunicação Social. MEC/CFE. Documenta, Brasília, DF, n. 198, maio 1977. p. 44-55.
BRASIL. Conselho Federal de Educação. Parecer n. 480/83 (aprovado em 6 de outubro, 1983). Currículo mínimo do curso de Comunicação Social. MEC/CFE. Documenta, Brasília, DF, n. 274, out.1983. p. 81-109.
BRASIL. Conselho Federal de Educação. Resolução n.º 11 (6 de agosto, 1969). Documenta, Rio de Janeiro, n. 105, set. 1969. p.115-117.
BRASIL. Conselho Federal de Educação. Resolução n.º 3/78 (12 de abril, 1978). Fixa o currículo mínimo do curso de Comunicação Social. MEC/CFE. Documenta, Brasília, DF, n. 212, jul. 1978. p. 712-718.
BRASIL. Conselho Federal de Educação. Resolução n. 2/84 (de 24 de janeiro, 1984). Fixa o currículo mínimo do curso de Comunicação Social. MEC/CFE. Documenta, Brasília, DF, n. 278, fev. 1984. p. 209-211.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CES nº 492, de 3 de abril de 2001. Diretrizes Curriculares para a área de Comunicação Social e suas habilitações. Brasília, DF: Conselho Nacional de Educação, 2001. Disponível em: http://portal.mec.gov.br. Acesso: abr. 2023.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CES nº 608, de 17 de dezembro de 2018. Diretrizes para as Políticas de Extensão da Educação Superior Brasileira. Brasília, DF: Conselho Nacional de Educação, 2018. Disponível em: http://portal.mec.gov.br. Acesso em: jun. 2023.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CES 16, de 13 de março de 2002. Estabelece as Diretrizes Curriculares para a área de Comunicação Social e suas habilitações. Brasília, DF: Conselho Nacional de Educação, 2002. Disponível em: http://portal.mec.gov.br. Acesso em: abr. 2023.
BRASIL. Ministério da Educação. Resolução nº 1, de 27 de setembro de 2013. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de graduação em Jornalismo, bacharelado, e dá outras providências. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2002. Disponível em: http://portal.mec.gov.br. Acesso em: abr. 2023.
BRASIL. Ministério da Educação. Resolução nº 7, de 18 de dezembro de 2018. Estabelece as Diretrizes para a Extensão na Educação Superior Brasileira e regimenta o disposto na Meta 12.7 da Lei nº 13.005/2014, que aprova o Plano Nacional de Educação – PNE 2014 – e dá outras providências. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2018. Disponível em: http://portal.mec.gov.br. Acesso em: abr. 2023.
BRASIL. Lei nº 10.172, de 9 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2001. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10172.htm. Acesso em: mar. 2024.
BRASIL. Lei n° 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação - PNE e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2014. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm. Acesso em: maio 2023.
CARBONARI, Maria Elisa Ehrhardt; PEREIRA, Adriana Camargo. A extensão universitária no Brasil, do assistencialismo à sustentabilidade. Revista de Educação, Itatiba, v. 10, n. 10, p. 23-28, 2007.
CASADEI, Eliza Bachega. A extensão universitária e as demandas por justiça: cidadania e comunicação como uma questão de endereçamento. In: CASADEI, Eliza Bachega (org.). A extensão universitária em comunicação para a formação da cidadania. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2016. p. 13-30.
CRISTOFOLETTI, Evando Coggo; SERAFIM, Milena Pavam. Dimensões Metodológicas e Analíticas da Extensão Universitária. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 45, n. 1, 2020.
CUNHA, Luiz Antônio. A universidade reformada: o golpe de 1964 e a modernização do ensino superior. São Paulo: Editora Unesp, 2007.
DEUS, Sandra F. B. A valorização da Extensão universitária no Brasil. Entrevista concedida a Geraldo Ceni Coelho. Revista Brasileira de Extensão Universitária, [s. l.], v. 8, n. 2, 2017. p. 121-124.
FERNANDES, Backer Ribeiro. Extensão: a herança que faltou nas escolas de comunicação. In: MELO, José Marques de. (org.). Pedagogia da comunicação: matrizes brasileiras. São Paulo: Angellara, 2006. p.71-83.
FRAGA, Lais Silveira. Transferência de conhecimento e suas armadilhas na extensão universitária brasileira. Avaliação, Campinas; Sorocaba, SP, v. 22, n. 2, jul.2017. p. 403-419.
FREIRE, Paulo. Extensão ou comunicação? 10. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
GADOTTI, Moacir. Extensão Universitária: Para quê? São Paulo: Instituto Paulo Freire, 2017.
LAVAL, Christian. A escola não é uma empresa. O neoliberalismo em ataque ao ensino público. São Paulo: Boitempo, 2019.
MELO, José Marques de. Poder, universidade e escolas de Comunicação. In: MELO, José Marques de; FADUL, Anamaria; SILVA, Carlos Eduardo Lins da. (orgs). Ideologia e Poder no Ensino de Comunicação. São Paulo: Cortez & Moraes: Intercom, 1979. p. 31-41.
MELO, José Marques de. Comunicação e Modernidade. O Ensino e a Pesquisa nas escolas de comunicação. São Paulo: Edições Loyola, 1991.
NOGUEIRA, Maria das Dores Pimentel. Políticas de extensão universitária brasileira. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005.
OLIVEIRA, Michelle Roxo. Sobre fronteiras no jornalismo: o ensino e a produção da identidade profissional. Tese (Doutorado em Comunicação) - Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2011.
OTRE, Maria Alice Campagnoli. Jornalismo comunitário como experiência popular e democrática. In: CARVALHO, Guilherme. (org.). Jornalismo e Cidadania: iniciativas colaborativas, alternativas, comunitárias, populares e sindicais no Brasil. Curitiba: Intersaberes, 2020.
PAIVA, Cláudio Cesar de; CASAGRANDE, Elton Eustáquio; FONSECA, Sérgio Azevedo; PAIVA, Suzana Cristina Fernandes de. In: PAIVA, Cláudio César de. (org.). Extensão Universitária, Políticas Publicas e Desenvolvimento Regional. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2018.
PAULA, João Antônio de. A extensão universitária: história, conceito e propostas. Interfaces – Revista de Extensão da UFMG, Belo Horizonte, v. 1, n. 1, p. 5-23, 2013.
PERUZZO, Cecilia M. Krohling. Conceitos de comunicação popular, alternativa e comunitária revisitados e as reelaborações no setor. ECO-Pós, [s. l.], v. 12, n. 2, p. 46-61, 2009.
POLÍTICA Nacional de Extensão Universitária. Fórum de Pró-Reitores das Instituições Públicas de Educação Superior Brasileiras, Manaus, 2012.
RIBEIRO, Raimunda Maria da Cunha. As bases institucionais da Política de Extensão Universitária: entendendo as propostas de universidades federais nos planos de desenvolvimento institucional. Revista Internacional de Educação Superior, Campinas, v. 5, p. 1-17, 2019.
ROCHA, Roberto Mauro Gurgel. Extensão Universitária: comunicação ou domesticação? Educação em Debate. Fortaleza, p. 53-60, 1983.
ROMÃO, José Eustáquio. Paulo Freire e a Extensão Universitária. In: GADOTTI, M.; CARNOY, M. (orgs.). Reinventando Freire: a práxis do Instituto Paulo Freire. São Paulo: Instituto Paulo Freire. Lemann Center/Stanford Graduate School of Education, 2018. p. 189-208.
SANTOS, Adilson Pereira dos. Itinerário das ações afirmativas no ensino superior público brasileiro: dos ecos de Durban à Lei das Cotas. Revista de Ciências Humanas, Viçosa, v. 12, n. 2, p. 289-317, 2012.
SILVA, Mariana Duccini Junqueira da. “Ser contado como falante”: a interação dialógica nas práticas de extensão universitária. In: CASADEI, Eliza Bachega (org). A extensão universitária em comunicação para a formação da cidadania. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2016. p. 31-44.
SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currículo. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.
WALTZ, Igor. O “jornalista sentado” e condições de produção: considerações sobre práticas profissionais na comunicação em rede. Leituras do Jornalismo, [s. l.], ano 2, v. 2, n. 4, p. 116-133, 2015.
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Michelle Roxo de Oliveira, Juarez Tadeu de Paula Xavier

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autorizo a publicação do artigo submetido e cedo os direitos autorais à revista, na versão impressa e eletrônica, caso o mesmo seja aprovado após a avaliação dos pareceristas.
Estou ciente de que os leitores poderão usar este artigo sem prévia solicitação, desde que referidas a fonte e a autoria. Os leitores não estão autorizados a usar este artigo para reprodução, na integra ou em partes, para fins comerciais.