“Há coisas pelo meio”
a écfrase na poesia de Manuel Gusmão e João Miguel Fernandes Jorge
DOI :
https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.v1i25p105-118Mots-clés :
Écfrase, Poesia portuguesa moderna e contemporânea, Pintura, Fotografia, João Miguel Fernandes Jorge, Manuel GusmãoRésumé
A poesia dos autores portugueses Manuel Gusmão e João Miguel Fernandes Jorge é conhecida pela relação a ser estabelecida com outras artes. Dessa maneira, o intuito do texto é investigar a maneira como a imagem é evocada pela palavra poética, tendo em vista, para tanto, o conceito da écfrase. Definido inicialmente como a representação verbal de um objeto visual, a noção encontra-se ainda em discussão, uma vez que em muito tende a se associar ao suposto compromisso mimético. Assim sendo, como recorte para o texto aqui apresentado, seleciona-se dois poemas, um composto por Manuel Gusmão e outro por João Miguel Fernandes Jorge. No primeiro, que recebe como título apenas a sequência numérica XXIV, em correspondência a própria organização editorial de Mãe-do-fogo (2009), escrita por Jorge, tem-se a écfrase de uma das fotografias que compõe O amor na margem esquerda, de Ed van der Elsken, enquanto a segunda análise se centra no segundo poema da seção “as mãos, a tersa rima”, de Mapas/o assombro a sombra (1990), responsável por evocar Garota comendo pássaro (O prazer), de René Magritte. Assim sendo, tendo em vista imagens de natureza substancialmente distintas, o intuito da pesquisa é verificar a maneira com a qual a écfrase é realizada nos dois poemas.
##plugins.themes.default.displayStats.downloads##
Références
CLÜVER, C. “A new look at an old topic: ekphrasis revisited”. Todas as letras, São Paulo, v. 19, n. 1, p. 30-44, jan./abr. 2017.
CLÜVER, C. “Intermidialidade”. Pós: Revista do programa de pós-graduação da Escola de Belas Artes da UFMG, Belo Horizonte, v. 1, n. 2, p. 8-23, nov. 2011.
CLÜVER, C. “Da transposição intersemiótica”. In: ARBEX, Márcia (Org.) Poéticas do visível: ensaios sobre a escrita e a imagem. Belo Horizonte: Faculdade de Letras da UFMG, Programa de Pós-Graduação em Letras: Estudos Literários, 2006.
CLÜVER, C. “Estudos interartes: Conceitos, termos, objetivos”. Literatura e Sociedade, Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 2, n. 2, p. 37-55, dez. 1997.
FRIAS, J. M. “Écfrase: 10 aporias”. eLyra: Revista da Rede Internacional LyraCompoetics. Porto, Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa, n. 8, p. 33-40, dez. 2016.
GUSMÃO, M. Contra todas as evidências: poemas reunidos I. Lisboa: Editorial Avante!, 2013.
HANSEN, J. A. “Categorias epidíticas da ekphrasis”. Revista USP, São Paulo, n. 71, p.85-105, set/nov. 2006.
HEFFERNAN, J. A. W. Museum of words: the poetics of ekphrasis from Homer to Ashbery. Chicago e Londres: The University of Chicago Press, 1993.
HUTCHEON, L. Uma teoria da adaptação. Santa Catarina: Editora da UFSC, 2013.
JORGE, J. M. F. Mãe-do-fogo. Lisboa: Relógio D’Água, 2009.
JORGE, J. M. A flor da rosa. Lisboa: Relógio D’Água, 2000.
LOUVEL, L. “A descrição ‘pictural’: por uma poética do iconotexto”. In: ARBEX, Márcia (org.) Poéticas do visível: ensaios sobre a escrita e a imagem. Belo Horizonte: Faculdade de Letras da UFMG, Programa de Pós-Graduação em Letras: Estudos Literários, 2006.
MITCHELL, W. J. T. Picture theory: essays on verbal and visual representation. Chicago: The University of Chicago Press, 1994.
Téléchargements
Publiée
Numéro
Rubrique
Licence
Les auteurs qui publient dans cette revue acceptent les termes suivants :
- Les auteurs conservent le droit d'auteur et accordent à la revue le droit de première publication, avec le travail sous la Licence Creative Commons Attribution qui permet le partage du travail avec reconnaissance de l'auteur et de la publication initiale dans cette revue scientifique.
- Les auteurs sont autorisés à assumer des contrats supplémentaires séparément, pour une distribution non exclusive de la version de la contribution publiée dans cette revue (par exemple, publication institutionnelle ou en tant que chapitre de livre), avec reconnaissance de la publication initiale et originale dans cette revue.
- Les auteurs sont autorisés et encouragés à publier et distribuer leur travail en ligne (par exemple auprès de leurs institutions ou sur leur page personnelle) à tout moment avant ou pendant le processus éditorial, car cela peut générer des échanges académiques productifs, ainsi qu'une croissance de l'impact et de la citation de l'article publié (Voir The Effect of Open Access).