O estar em comum de Cristina Rivera Garza
DOI :
https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i35p118-131Mots-clés :
Cristina Rivera Garza, Necroescritas, Desapropriação, Circulação da crítica francesa, DeslocamentoRésumé
Este artigo se trata de uma aproximação inicial à obra de Cristina Rivera Garza, escritora e professora mexicana estabelecida nos Estados Unidos desde os anos 1990. Ela é responsável pela proposição e direção do programa de pós-graduação em Escrita Criativa, vinculado ao Departamento de Estudos Hispânicos da Universidade de Houston. Praticando o que tem sido chamado por escrita documental, em que o interesse em dar a ver os documentos de investigação supera a discussão sobre a tensão entre ficcional e não-ficcional, algumas de suas obras mais conhecidas são Habia mucha neblina o humo o no sé qué (2016), sobre o escritor mexicano Juan Rulfo; Nadie me verá llorar (1999) e La Castañeda (2010), respectivamente um romance e um relato histórico sobre um hospital psiquiátrico no México, tema de sua tese de doutorado; e Andamos perras, andamos diablas (2021), reedição de seu primeiro livro de contos, La guerra no importa (1991), em que discute a temática do feminicídio. Sua obra ficcional mais recente, El invencible verano de Liliana (2021), adentra e dá a ver os documentos de investigação sobre o feminicídio de sua irmã mais nova. Sua obra é escrita majoritariamente em espanhol e aborda questões relacionadas ao contexto mexicano, sendo marcada por contos, trabalhos investigativos, poesia, romances e ensaios críticos. Estaremos interessados aqui por sua publicação ensaística Los muertos indóciles. Necroescrituras y desapropiación (2019), na qual a escritora defende as noções de “necroescritas” e de “desapropriação” e em que articula uma variedade de noções advindas do campo intelectual francês, os deslocando para seu próprio contexto crítico-literário. Nosso foco estará sobretudo direcionado aos três primeiros ensaios da obra, nos quais a autora atualiza para seu campo de discussão noções como por exemplo “a morte do autor” (Roland Barthes), “a função autor” (Michel Foucault) e “a comunidade inoperada” (Jean-Luc Nancy). Buscaremos mostrar como Rivera Garza estabelece este contato e como ele é produtivo para seu pensamento crítico.
##plugins.themes.default.displayStats.downloads##
Références
BARTHES, Roland. Sade, Fourier, Loyola. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
CASANOVA, Pascale. A República Mundial das Letras. Trad. Marina Appenzeller. São Paulo: Estação Liberdade, 2002.
CUSSET, Franços. French Theory. Foucault, Derrida, Deleuze et Cie et les mutations de la vie intellectuelle aux États-Unis. Paris: Éditions Découvertes, 2003.
EMRE, Merve. Cristina Rivera Garza’s Bodies Politic. The New Yorker, jul. 2022. Disponível em: https://www.newyorker.com/magazine/2022/07/11/cristina-rivera-garzas-bodies-politic. Acesso em: 4 mar. 2023.
EXPANSIÓN (Cidade do México). Redação. Qué pasó con 'La Bestia', el tren de la muerte que movía a miles de migrantes. 2022. Disponível em: https://politica.expansion.mx/sociedad/2022/06/28/la-bestia-el-viaje-por-un-mejor-futuro-en-el-tren-de-la-muerte. Acesso em: 3 mar. 2023.
GOVERNO DE MÉXICO. SECRETARIA DE CULTURA. Teatro - Dos personas se tocan brevemente, un falso documental sobre documentales verdaderos de Las Patronas. 2018. Boletín No. 870. Disponível em: https://inba.gob.mx/prensa/9948/dos-personas-se-tocan-brevemente-un-falso-documental-sobre-documentales-verdaderos-de-las-patronas. Acesso em: 3 mar. 2023.
HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa: online. São Paulo: Moderna, 2023. Disponível em: https://houaiss.uol.com.br/corporativo/apps/uol_www/v6-1/html/index.php. Acesso em: 3 mar. 2023.
OROZCO, Luis Miguel Estrada. Autobiografía del algodón, de Cristina Rivera Garza:: poética viva y borrador abierto. Amoxcalli: REVISTA DE TEORÍA Y CRÍTICA DE LA LITERATURA HISPANOAMERICANA, Benemérita Universidad Autónoma de Puebla (Puebla), v. 4, n. 8, p. 111-127, ago. 2021. Disponível em: http://rd.buap.mx/ojs-dm/index.php/amox/article/view/744. Acesso em: 4 mar. 2023.
RIVERA GARZA, Cristina. Andamos perras, andamos diablas. Ciudad de México: Dharma Books, 2021.
RIVERA GARZA, Cristina. Autobiografía del algodón. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Penguin Random House, 2022.
RIVERA GARZA, Cristina. Los muertos indóciles. Necroescrituras y desapropiación. Ciudad de México: Penguin Random House, 2019.
SAMOYAULT, Tiphaine. Roland Barthes: biografia. Trad. Sandra Nitrini e Regina Salgado Campos. São Paulo: Editora 34, 2021.
SÁNCHEZ, Nayeli García. Autobiografía del algodón, Cristina Rivera Garza: una escritura terrenal. Revista de La Universidad de México, Ciudad de México, v. 1, n. 1, p. 171-175, nov. 2020. Disponível em: https://www.revistadelauniversidad.mx/articles/6604782f-bb69-4ab8-b701-aea15fce4654/autobiografia-del-algodon-cristina-rivera-garza. Acesso em: 4 mar. 2023.
VILLEGAS, Rodrigo Dominguez. Central American Migrants and “La Bestia”: The Route, Dangers, and Government Responses. 2014. Disponível em: https://www.migrationpolicy.org/article/central-american-migrants-la-bestia. Acesso em: 3 mar. 2023.
Téléchargements
Publiée
Numéro
Rubrique
Licence
Ce travail est disponible sous licence Creative Commons Attribution - Pas d’Utilisation Commerciale - Partage dans les Mêmes Conditions 4.0 International.
Les auteurs qui publient dans cette revue acceptent les termes suivants :
- Les auteurs conservent le droit d'auteur et accordent à la revue le droit de première publication, avec le travail sous la Licence Creative Commons Attribution qui permet le partage du travail avec reconnaissance de l'auteur et de la publication initiale dans cette revue scientifique.
- Les auteurs sont autorisés à assumer des contrats supplémentaires séparément, pour une distribution non exclusive de la version de la contribution publiée dans cette revue (par exemple, publication institutionnelle ou en tant que chapitre de livre), avec reconnaissance de la publication initiale et originale dans cette revue.
- Les auteurs sont autorisés et encouragés à publier et distribuer leur travail en ligne (par exemple auprès de leurs institutions ou sur leur page personnelle) à tout moment avant ou pendant le processus éditorial, car cela peut générer des échanges académiques productifs, ainsi qu'une croissance de l'impact et de la citation de l'article publié (Voir The Effect of Open Access).