Autoria, Autoridade: Questões sobre a escrita de mulheres
DOI :
https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i36p133-155Mots-clés :
Autoria, Autoridade, Escrita de Mulheres, Estudos Decoloniais, Crítica Literaria FeministaRésumé
Autoria, autoridade, autora, feminino, poetisa, são apenas alguns dos vocábulos insuficientes para o desejo de literatura de escritoras de todos os tempos. A língua, esse organismo vivo, urge ser modificada para dar conta da escrita de mulheres ao sul global. Aqui, onde os construtos eurocentrados não alcançam a diversidade de existências, parece pouco aceitar os prêmios de consolação de um cânone sisudo, excludente e branco-hetero-cis-patriarcal. Então se o texto delas pede uma postura diferente da teoria, um empenho do corpo da crítica que vislumbra o estranhamento, este artigo procura escavar algumas concepções a respeito do tema “autoria” para desfazer, desaprender, desrespeitar e a partir daí criar epistemologias à luz de teóricas como María Lugones (2020), Ochy Curiel (2020) e Conceição Evaristo (2019) para compreender a escrita de mulheres. Atendendo ao chamado de Glória Anzaldúa, é preciso que essas mulheres escrevam, em qualquer lugar e tempo, não dá para esperar as condições perfeitas chegarem. É preciso ousar existir. Ao final deste estudo, deixamos que algumas de nossas escritoras se digam em processos de escuta e aprendizado que não se encerram neste artigo.
##plugins.themes.default.displayStats.downloads##
Références
ANZALDÚA, G. Falando em línguas: uma carta para as mulheres escritoras do terceiro mundo. Tradução de Édna de Marzo. Revista de estudos feministas, ano 8, 2000, pp. 229-236.
CALVINO, Í. Por que ler os clássicos. Tradução de Nilson Moulin. São Paulo: Cia das Letras, 2007.
CARNEIRO, S. Enegrecer o feminismo: a situação da mulher negra na América Latina a partir de uma perspectiva de gênero. In: HOLLANDA, Heloisa Buarque de (Org.). Pensamento feminista: conceitos fundamentais. Rio de Janeiro: Bazar do tempo, 2019, p. 313-321.
CIXOUS, H. O riso da medusa. Trad. Luciana Eleonora de Freitas Calado Deplagne. In: Traduções da cultura – perspectivas críticas feministas (1970-2010). Florianópolis: Editora Mulheres, 2017, pp. 129-155.
CURIEL, O. Construindo metodologias feministas a partir do feminismo decolonial. In: HOLLANDA, Heloisa Buarque de (Org.). Pensamento feminista hoje: perspectivas decoloniais. Vários tradutores. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2020, pp. 141-162.
EVARISTO, C. Escrevivência e seus subtextos. In: DUARTE, Constância Lima; NUNES, Isabella Rosado. Escrevivência: a escrita de nós: reflexões sobre a obra de Conceição Evaristo. Rio de Janeiro: Mina Comunicação e arte, 2021.
FERRANTE, E. As margens e o ditado. Tradução de Marcello Lino. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2023.
GONZALEZ, L. “A mulher negra na sociedade brasileira: uma abordagem político econômica”. In: RODRIGUES, Carla; BORGES, Luciana; RAMOS, Tânia Regina Oliveira (Orgs.). Problemas de gênero. Rio de Janeiro: Funarte, 2016. p. 399-416.
GROSZ, E. Corpos Reconfigurados. Cadernos Pagu, Campinas, n. 14, p. 45-86. 2000. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8635340 . Acesso em: 31 ago. 2017.
HANSEN, J. A. “Autor”. In: JOBIM, José Luís (Org.). Palavras da crítica. Rio de Janeiro: Imago, 1992. pp. 11-37
JESUS, C. M. de. Quarto de despejo. São Paulo: Ed. Ática, 2014.
KAMENSZAIN, T. Garotas em tempos suspensos. Tradução de Paloma Vidal. São Paulo: Círculo de poemas, 2020.
KAMBEBA, M. In: Dorrico, Trudruá (Julie) et al. (Orgs.). Literatura indígena brasileira contemporânea. Porto Alegre: Editora Fi, 2018.
KANT, I. Crítica da faculdade do juízo. Tradução de Valério Rohden e Antônio Marques. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010.
LUGONES, M. “Colonialidade e gênero”. In: HOLLANDA, Heloisa Buarque de (Org.). Pensamento feminista hoje: perspectivas decoloniais. Vários tradutores. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2020, p. 58-94.
MARTINS, Leda. Performances do tempo espiralar: poéticas do corpo-tela. Rio de Janeiro: Cobogó, 2021.
MIGNOLO, W. Colonialidade: o lado mais escuro da modernidade. Tradução de Marco Oliveira. Revista Brasileira de Ciências Sociais, volume 32, nº 94, jun/2017.
Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rbcsoc/a/nKwQNPrx5Zr3yrMjh7tCZVk/?format=pdf&lang=pt . Acesso em 10 maio 2022.
MOIRA, A. E se eu fosse puta. São Paulo: Hoo editora, 2018.
NAVARRO, M. H. “A invenção da América e a questão de gênero” in: Sob o signo do presente (Org.) Rita Terezinha Schmidt. Porto Alegre: Editora da UFGRS, 2010. pp. 87-104.
PAZ, O. Os filhos do barro. Tradução de Ari Roitman e Paulina Wacht. São Paulo: Cosac Naif, 2013.
POTIGUARA, E. Metade cara, metade máscara. Rio de Janeiro: Grumin, 2018.
SCHILLER, F. Poesia ingênua e sentimental. Tradução de Márcio Suzuki. São Paulo: Iluminuras, 1991.
TELLES, N. Autor+a in: José Luís (Org.). Palavras da crítica. Rio de Janeiro: Imago, 1992. pp.45-61.
Téléchargements
Publiée
Numéro
Rubrique
Licence
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-nc-sa/4.0/88x31.png)
Ce travail est disponible sous licence Creative Commons Attribution - Pas d’Utilisation Commerciale - Partage dans les Mêmes Conditions 4.0 International.
Les auteurs qui publient dans cette revue acceptent les termes suivants :
- Les auteurs conservent le droit d'auteur et accordent à la revue le droit de première publication, avec le travail sous la Licence Creative Commons Attribution qui permet le partage du travail avec reconnaissance de l'auteur et de la publication initiale dans cette revue scientifique.
- Les auteurs sont autorisés à assumer des contrats supplémentaires séparément, pour une distribution non exclusive de la version de la contribution publiée dans cette revue (par exemple, publication institutionnelle ou en tant que chapitre de livre), avec reconnaissance de la publication initiale et originale dans cette revue.
- Les auteurs sont autorisés et encouragés à publier et distribuer leur travail en ligne (par exemple auprès de leurs institutions ou sur leur page personnelle) à tout moment avant ou pendant le processus éditorial, car cela peut générer des échanges académiques productifs, ainsi qu'une croissance de l'impact et de la citation de l'article publié (Voir The Effect of Open Access).