A Educação Feminina: diálogo entre Christine de Pizan, Mary Wollstonecraft e Jane Austen
DOI :
https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i38p%25pMots-clés :
educação, razão, Christine de Pizan, Mary Wollstonecraft, Jane AustenRésumé
Christine de Pizan foi uma mulher intelectual na Idade Média, uma exceção, se considerarmos que a educação era um campo dos homens para os homens. Sua obra A Cidade das Damas (1405) traz a utopia da construção de uma cidade na qual as mulheres estariam livres da misoginia dos homens. Observamos que para construir a cidade, a autora é auxiliada por três damas alegóricas, sendo a Razão a primeira delas. No final do século XVIII, Mary Wollstonecraft publica A Reivindicação dos Direitos da Mulher (1792), demonstrando que a mulher, assim como o homem, é dotada de razão e por isso tem o direito a ter educação de qualidade. No início do século XIX Jane Austen publica Orgulho e preconceito (1813), romance cuja protagonista é um ícone de razão e inteligência. Isso posto, o presente artigo busca identificar a razão nos escritos das três autoras que reivindicam para seu sexo a nobreza de pensar e decidir por si mesmas, como sujeito racional, em um mundo patriarcal que as consideravam objeto do desejo masculino. Nos auxiliam nesse diálogo as teóricas Virginia Woolf, Simone de Beauvoir, Gerda Lerner, Silvia Federici, Sandra Vasconcelos, Luciana Calado Deplagne, Lucimara Leite, dentre outras.
##plugins.themes.default.displayStats.downloads##
Références
AUSTEN, J. Emma. São Paulo: Peguim-Companhia das Letras, 2020.
AUSTEN, J. Persuasão. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2019.
AUSTEN, J. Jane Austen’s Letters. Collected and Edited by Deirdre Le Faye. Fourth Edition. Oxford: Oxford University Press, 2014.
AUSTEN, J. Orgulho e Preconceito. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2011.
AZERÊDO, G. Para celebrar Jane Austen: diálogos entre literatura e cinema. Curitiba: Appris, 2013.
AZERÊDO, G. Jane Austen, adaptação e ironia: uma introdução. João Pessoa: ed. Manufatura, 2003.
BEAUVOIR, S. de. O Segundo Sexo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.
BÍBLIA. A Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Sociedade Bíblica Católica e Paulus, 1996.
BYRNE, P. A verdadeira Jane Austen: Uma biografia íntima. Porto Alegre, RS: L&P, 2018.
CALADO, L. E. de F. A Cidade das Damas: a construção da memória feminina no imaginário utópico de Christine de Pizan. (2006). 368 f. (Tese de Doutorado). UFPB, Recife, 2006.
COSTA, M. R. N.; COSTA, R. F. Mulheres intelectuais na idade média: entre a medicina, a história, a poesia, a dramaturgia, a filosofia, a teologia e a mística. Porto Alegre/RS: Editora Fi, 2019.
FEDERICI, S. Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. São Paulo: Elefante, 2017.
GOMES, A. S. “Mulheres, sociedade e Iluminismo: o surgimento de uma filosofia protofeminista na Inglaterra do século XVIII”. In: Matraga, Rio de Janeiro, v.18 n.29, jul./dez. 2011.
JONES, V. “Prefácio”. In: AUSTEN, J. Orgulho e preconceito. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2011.
KIRKHAM, Margaret. Jane Austen, Feminism and Fiction. London & Atlantic Highland NJ: The Athlone Press, 1997.
LEITE, L. Christine de Pizan: uma resistência. Lisboa: Chiado Editora, 2015.
LERNER, G. A criação da Consciência Feminista: a luta de 1.200 anos das mulheres para libertar suas mentes do pensamento patriarcal. São Paulo: Ed. Cultrix, 2022.
LERNER, G. A criação do Patriarcado: História da opressão das mulheres pelos homens. São Paulo: Editora Cultrix, 2019.
LOBO, L. “Virginia Woolf – O romance e as mulheres”. In: LOBO, L. Crítica sem juízo. Rio de Janeiro: Garamond, 2007.
MILL. J. S. Sobre a liberdade e A sujeição das mulheres. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2017.
PIZAN, C. de. A Cidade das Damas. Florianópolis: Ed. Mulheres, 2012.
REEF. C. Jane Austen: uma vida revelada. Barueri/SP: Novo Século Editora, 2014.
STONE, M. Quando Deus era Mulher. São Paulo: Goya, 2022.
TODD, J. Jane Austen: Her Life, Her Times, Her Novels. London: A. D. Book, 2013.
TODD, J. The Cambridge Introduction to Jane Austen. Cambridge University Press UK, 2006.
VASCONCELOS, S. G. T. “Uma escultura entalhada em marfim”. In: AUSTEN, J. Orgulho e preconceito. Rio de Janeiro: Antofágica, 2021.
VASCONCELOS, S. G. T. A Formação do romance inglês: ensaios teóricos. São Paulo: Aderaldo & Rothschild: Fapesp, 2007.
WOLLSTONECRAFT, M. Reivindicação dos Direitos da Mulher. São Paulo: Boitempo, 2016.
WOOLF, V. “Mulheres e ficção”. In: Mulheres e ficção. São Paulo: Penguin Classics & Companhia das Letras, 2019.
WOOLF, V. Um teto todo seu. São Paulo: Tordesilhas, 2014.
Téléchargements
Publiée
Numéro
Rubrique
Licence
Ce travail est disponible sous licence Creative Commons Attribution - Pas d’Utilisation Commerciale - Partage dans les Mêmes Conditions 4.0 International.
Les auteurs qui publient dans cette revue acceptent les termes suivants :
- Les auteurs conservent le droit d'auteur et accordent à la revue le droit de première publication, avec le travail sous la Licence Creative Commons Attribution qui permet le partage du travail avec reconnaissance de l'auteur et de la publication initiale dans cette revue scientifique.
- Les auteurs sont autorisés à assumer des contrats supplémentaires séparément, pour une distribution non exclusive de la version de la contribution publiée dans cette revue (par exemple, publication institutionnelle ou en tant que chapitre de livre), avec reconnaissance de la publication initiale et originale dans cette revue.
- Les auteurs sont autorisés et encouragés à publier et distribuer leur travail en ligne (par exemple auprès de leurs institutions ou sur leur page personnelle) à tout moment avant ou pendant le processus éditorial, car cela peut générer des échanges académiques productifs, ainsi qu'une croissance de l'impact et de la citation de l'article publié (Voir The Effect of Open Access).