‘Fantasmas prolixos, ultrajados, desnorteados’: retratos do gótico sulista a partir de Absalão, Absalão! (1936), de William Faulkner
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i39p184-209Palavras-chave:
Absalão, Absalão!, William Faulkner, Gótico Sulista, Romance Estadunidense, Fragmentação, ModernismoResumo
Este artigo propõe uma leitura do Gótico Sulista, como os críticos costumam chamar grande parte da literatura produzida no Sul dos Estados Unidos entre o fim da Primeira Guerra Mundial e a década de 1950. Em um primeiro momento, discutimos a imprecisão do termo “gótico” quando vinculado à escrita do Sul e questionamos a tendência crítica de reduzir a literatura da Renascença Sulista ao goticismo. Para isso, propomos uma diferenciação entre o gótico e o grotesco, categoria estética que ganhou destaque entre escritoras mulheres, herdeiras de Faulkner, como Carson McCullers e Flannery O’ Connor. Depois, nos concentramos no romance Absalão, Absalão!, de William Faulkner, obra citada como o maior exemplo do estilo gótico do Sul. A partir de aspectos temáticos e formais da obra, traçamos um panorama do Gótico Sulista e de sua ressonância ao tratar as questões históricas do Sul. Argumentamos, assim, que o horror é um potente meio de retrato da realidade social.
Downloads
Referências
BAKHTIN, Mikhail. A Cultura Popular na Idade Média e no Renascimento: O contexto de François Rabelais. São Paulo: Hucitec, 2010.
BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 2017.
BRINKMEYER JR, Robert H. “The Southern literary renaissance”. In: GRAY, Richard. ROBINSON, Owen. A Companion to the literature and culture of the American South. Malden: Blackwell Publishing, 2004.
BRUMM, Ursula. William Faulkner and the Southern Renascence. CUNLIFFE, Marcus. American Literature since 1900. Nova York: Penguin Books, 1993.
CROW, Charles L. “Southern American Gothic”. In: WEINSTOCK, Jeffrey Andrew. The Cambridge Companion to American Gothic. Cambridge: Cambridge University Press, 2017.
CROW, Charles L. American Gothic: An Anthology, 1787-1916. Oxford: Blackwell, 1999.
DAVISON, Carol Margaret. “Southern Gothic: Haunted Houses”. In: CROW, Charles L; STREET, Susan Castillo.The Palgrave Handbook of the Southern Gothic. London: Macmillan, 2016.
DOWNEY, Dara. “The Gothic and the Grotesque in the Novels of Carson McCullers”. In: CROW, Charles L; STREET, Susan Castillo. The Palgrave Handbook of the Southern Gothic. London: Macmillan, 2016.
EVANS, Oliver. “The Achievement of Carson McCullers”. In: BLOOM, Harold. Carson McCullers (Modern Critical Views). New York: Chelsea House Publishers, 1986.
FAULKNER, William. Absalão! Absalão!. Tradução de Celso Mauro Paciornik e Julia Romeu. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.
FAULKNER, William. O som e a fúria. Tradução de Paulo Henriques Britto. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
FAULKNER, William. Luz em agosto. Tradução de Celso Mauro Paciornik. São Paulo: Companhia das Letras, 2021.
FAULKNER, William. “The Bear.” In: Go Down, Moses. Nova York: Random House, 1942.
FIEDLER, Leslie A. “The Novel and America”. Love and Death in the American Novel. Harmondsworth: Penguin, 1984.
GRAY, Richard. “The Social and Historical Context''. The Literature of Memory: Modern Writers of the American South. Baltimore: The John Hopkins University Press, 1977.
GRAY, Richard. “Inside the Dark House: William Faulkner, Absalom! Absalom!. In: CROW, Charles L; STREET, Susan Castillo.The Palgrave Handbook of the Southern Gothic. London: Macmillan, 2016.
GUETTI, James. “Absalom! Absalom! The extended simile”. In: The limits of metaphor: A study of Melville, Conrad and Faulkner. Ithaca: Cornell University Press, 1968.
HURLEY, Jessica. Ghostwritten: Kinship and history in Absalom, Absalom! The Faulkner Journal, v. 26, n. 2, 2012.
LAWSON, Levis A. “The Grotesque in Recent American Fiction”. In: Patterns of Commitment in American Literature. LaFRANCE, Marston. Toronto: University of Toronto Press, 1967.
MOORE, Jack B. “The Heart is a Timeless Hunter”. Twentieth Century Literature. Duke University Press, V. 11, n. 2, 1965. pp. 76-81.
POE, Edgar Allan. “A queda da casa de Usher”. Histórias extraordinárias. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
TATE, Allen. “The new provincialism”. In: Essays of four decades. Chicago: Swallow Press, 1968.
O’ CONNOR, William Van. “The Grotesque in Modern American Fiction.” College English 20, no. 7, 1959. pp. 342-346.
RIQUELME, John Paul. “Modernist American Gothic”. In: WEINSTOCK, Jeffrey Andrew. The Cambridge Companion to American Gothic. Cambridge: Cambridge University Press, 2017.
SPIEGEL, Alan. “A Theory of the Grotesque in Southern Fiction.” The Georgia Review 26, no. 4, 1972. pp. 426-437.
TOWNER, Theresa M. The Cambridge Introduction to William Faulkner. Cambridge: Cambridge University Press, 2008.
WEAVER, Richard M. “Contemporary Southern Literature”. Texas Quarterly II. Summer 1959.
WRIGHT, Richard. “Inner landscape”. In: CLARK, Beverly Lyon. FRIEDMAN, Melvin J. Critical essays on Carson McCullers. New York: G. K. Hall & Co., 1996.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).