UM POETA QUE “NÃO SENDO NOSSO, TODAVIA SE TORNOU NOSSO”. ÂNGELO DE LIMA ENTRE SIMBOLISMO E MODERNISMO.
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v7i14p86-100Palavras-chave:
Ângelo de Lima, Poesia, Modernismo, Vanguarda, OrpheuResumo
Na extrema, lapidária, mas fulgurante síntese crítica – engastada no título do presente trabalho – com que Pessoa se exprime, à sua maneira, sobre a poética de Ângelo de Lima, enunciada na revista Sudoeste n°3, é possível encontrar em linhas gerais a trave mestra de um percurso exegético pontual sobre a obra lírica desse poeta desventurado em que a doidice, a loucura, mais que ser uma forma dândi de viver e de se projetar na escrita poética (v. Mário de Sá-Carneiro), foi realmente uma doença física grave, que contudo investiu também o seu trabalho criativo. Neste sentido, com estas páginas críticas, pretende-se aprofundar brevemente o percurso poético do nosso autor, através de uma análise textual detida de seus poemas mais significativos, para evidenciarmos sua importância e recolocarmos o poeta em um lugar não secundário na família modernista de vanguarda portuguesa, encenada na revista Orpheu.Downloads
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