Crescimento, política salarial e desigualdade: o Brasil durante a década de 1960

Autores

  • Samuel A. Morley Universidade de Vanderbilt Autor
  • Jeffrey G. Williamson Universidade de Wisconsin Autor

Resumo

O leitor bem pode indagar porque nos propomos novamente a ab rir o debate acerca dos determinantes da distribuição de renda durante a década de 1960. Primeiro, julgamos dispor de uma maneira melhor de esclarecer os efeitos distributivos do crescimento macroeconômico e da política repressiva de salário do que a utilizada no debate original. Segundo, queremos discutir a interpretação em termos de bem-estar a respeito das mudanças na desigualdade avaliada numa economia em crescimento. Não há dúvida de que a renda se tomou mais desigualmente distribuída, no Brasil, durante os anos 60. Isso significa que a distribuição em 1970 foi pior que na década de 1960, num sentido de bem-estar social. Boa parte da discussão do modelo brasileiro ignora essa exigência e simplesmente equipara um aumento na desigualdade a uma piora na distribuição. Tais conclusões normativas são baseadas implicitamente em funções de bem-estar social particulares. Funções alternativas levam a conclusões normativas muito diferentes, dado o mesmo conjunto de fatos objetivos. P ara entender realmente as implicações do “modelo brasileiro” em termos de bem-estar sociais, os economistas terão que considerar explicitamente a composição da função de bem-estar social, embora qualquer função desse tipo seja subjetiva. A parte final de nosso trabalho contêm algumas modestas incursões nesta direção.

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Referências

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Publicado

01-12-1975

Edição

Seção

Artigo

Como Citar

Morley, S. A., & Williamson, J. G. (1975). Crescimento, política salarial e desigualdade: o Brasil durante a década de 1960. Estudos Econômicos (São Paulo), 5(3), 107-139. https://revistas.usp.br/ee/article/view/147402