Marcelino, filho de Inocência Crioula, neto de Joana Cabinda: um estudo sobre famílias escravas em Paraíba do Sul (1835-1872)

Autores

  • João Luís Ribeiro Fragoso
  • Manolo Garcia Florentino

DOI:

https://doi.org/10.1590/1980-53571722jfmf

Resumo

Os limites da reprodução da empresa escravista se definem em relação à mão de obra já que, entre 1830-1870, o investimento em escravos representava mais de 40% do valor total da fazendo de café. A demografla escrava é vista como instrumento para a análise de reprodução deste sistema. Estudam-se as estratégias de convivência social para que a escravidão se perpetuasse, destacando-se a formação de famílias de cativos e roças de escravos. Os dados retirados de inventários post-mortem indicam que mais de 1/3 dos plantéis estavam organizados em famílias, com evidências de que muitas eram preservadas nas vendas ou partilhas de herança.

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Publicado

01-06-1987

Edição

Seção

Não definida

Como Citar

Fragoso, J. L. R., & Florentino, M. G. (1987). Marcelino, filho de Inocência Crioula, neto de Joana Cabinda: um estudo sobre famílias escravas em Paraíba do Sul (1835-1872). Estudos Econômicos (São Paulo), 17(2), 151-173. https://doi.org/10.1590/1980-53571722jfmf