O valor estatístico de uma vida: estimativas para o Brasil
DOI:
https://doi.org/10.1590/0101-41615022racPalavras-chave:
Valor estatístico de uma vida, Diferenciais salariais compensatórios, Acidentes de trabalho, Empregos de risco, Dados em paineilResumo
Este artigo busca estimar os diferenciais compensatórios recebidos pelos trabalhadores brasileiros utilizando-se um painel de dados individuais construído a partir do Registro Anual de Informações Sociais (RAIS) no período 2012 a 2015. Para este fim, primeiramente, se constrói variáveis relacionadas às taxas de acidentes do trabalho (fatal, lesão e doença) para as subclasses da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) e estima-se a função de salários hedônicos para diferentes amostras de trabalhadores, juntamente com o cálculo do valor estatístico de uma vida (VSL) para cada caso. Os resultados mostram que para os homens em geral, o VSL varia entre R$4,453 milhões e R$5,195 milhões, enquanto que para os homens blue-collars esta variação é entre R$2,895 milhões e R$4,009 milhões. Por outro lado, para as mulheres em geral, o VSL oscila entre R$2,354 milhões e R$3,424 milhões, e entre R$3,399 milhões e R$3,936 milhões para as mulheres blue-collars, ou seja, um comportamento oposto ao observado para os homens. Ademais, constata-se que o VSL médio calculado para o Brasil está muito abaixo do obtido para a maioria dos países, inclusive dos países em desenvolvimento.
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