O desenvolvimento econômico: uma proposta de abordagem teórica evolucionária e institucionalista
DOI:
https://doi.org/10.1590/0101-4161201545235hclPalavras-chave:
Desenvolvimento Econômico, Neoschumpeterianos, Institucionalismo de Veblen, Teoria da Regulação.Resumo
o trabalho objetiva propor uma abordagem teórica para analisar o desenvolvimento econômico unindo elementos da Teoria da Regulação (T.R.), do antigo institucionalismo de Veblen e da teoria evolucionária neoschumpeteriana. O texto congrega os conceitos de inovação, rotinas e revoluções tecnológicas, demonstrando que o crescimento emerge das firmas ao plano macroeconômico a partir do progresso técnico. Com a teoria da regulação se demonstra que as formas institucionais devem estar adequadas e fornecer o estímulo à inovação tecnológica e aproveitamento das janelas de oportunidade abertas pela revolução em curso. A essa análise, incorpora-se a noção de hábitos de pensamento de Veblen que, no plano microeconômico, representam as rotinas e afetam as inovações no interior das empresas. Os hábitos são ainda o elemento de sustentação da regulação macroeconômica, pois consolidam a configuração das formas institucionais que podem afetar a acumulação de capital e o desenvolvimento tecnológico. Enfim, entende-se o desenvolvimento a partir das formas institucionais, dos hábitos dos agentes, da inovação e do progresso técnico.
Downloads
Referências
ABRAMOVITZ, M. Catching up, forging ahead and falling behind. Journal of Economic History, New York, v. 46, n. 2, p. 385-406, 1986.
AGLIETTA, M.; ORLEANS, A. A violência da moeda. São Paulo: Editora Brasiliense, 1990.
AMABLE, B. Régulation theory and technical change. In: BOYER, R; SAILLARD, Y. Regulation
Theory: The state of the art. Paris : La Découverte & Syros, 2002.
ANDRE, C. The welfare state and institutional compromises: from origins to contemporary crises. In: BOYER, R; SAILLARD, Y. Regulation Theory: The state of the art. Paris : La Découverte & Syros, 2002.
BOURDIEU, P. Le champ économique, Actes de la Recherche em Sciences Sociales, nº119,
septembre, 1997.
BOYER. R. A teoria da regulação: uma análise crítica. São Paulo: Nobel, 1990.
BOYER. R. Perspectives on the wage-labour nexus. In: BOYER, R; SAILLARD, Y. Regulation Theory: The state of the art. Paris : La Découverte & Syros, 2002b.
BOYER, R; SAILLARD, Y. A summary of regulation theory. In: BOYER, R; SAILLARD, Y. Regulation
Theory: The state of the art. Paris : La Découverte & Syros, 2002.
BRUNO, M. A. P. Crescimento econômico, mudanças estruturais e distribuição as transformações do regime de acumulação no Brasil: uma análise regulacionista. 2004. 711 f. Tese (Doutorado em Economia) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004.
COMMONS, J. R. Institutional economics. The American Economic Review, Pittsburgh (USA), v. 21, p. 648 -657, 1931.
CONCEIÇÃO, O.A.C. Instituições e crescimento econômico: da “tecnologia social” de Nelson à “causalidade vebleniana” de Hodgson. In: ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA, 37., 2009,
Foz do Iguaçu. Anais do 37º Encontro Nacional de Economia. Disponível em: <https://www.lume.
ufrgs.br/bitstream/handle/10183/30422/000732510.pdf?sequence=1>. Acesso em: 10 fev. 2010.
CONCEIÇÃO, O.A.C. Instituições, crescimento e mudança na ótica institucionalista. Porto Alegre: Fundação de Economia e Estatística Siegfried Emanuel Heuser (FEE), 2001.
CONCEIÇÃO, O.A.C.Crise e regulação: a metamorfose restauradora da reprodução capitalista. Ensaios FEE, Porto Alegre, v. 8, n. 1, p. 155-l74, 1987.
CORIAT, B; DOSI, G. The institutional embeddedness of economic change: an appraisal of the ‘evolutionary’ and `regulationist’ research programmes, 2007. Disponível em http://esnie.org/pdf/textes_2007/Dosi-chap-12.pdf. Acesso 17 de Jul. de 2013
DEWEY, J. Human Nature and Conduct: an introduction to social psychology. New York: Henry Holt and Company, 1922.
DOSI, G. Sources, Procedures and Microeconomic Effects of Innovation. Journal of Economic Literature. Sept. 26 (3) 1120 – 1171, 1988.
DOSI, G. Technological paradigms and technological trajectories : A suggested interpretation of the determinants and directions of technical change. Research Policy. Elsevier, vol. 22(2), pages 102-103, April, 1993.
FARIA. L. A. E. As formas institucionais de estrutura: do micro ao macro na teoria da regulação. Ensaios FEE, Porto Alegre, v. 22, n. 1, p. 187-204, 2001.
GUTTMANN, R. Money and credit in regulation theory. In: BOYER, R; SAILLARD, Y. Regulation
Theory: The state of the art. Paris : La Découverte & Syros, 2002
HODGSON. G. M. From micro to macro: the concept of emergence and the role of institutions. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL INSTITUIÇÕES E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO: UMA
PERSPECTIVA COMPARATIVA SOBRE A REFORMA DO ESTADO, 1997, Rio de Janeiro.
Anais do Seminário Internacional Instituições e Desenvolvimento Econômico: uma perspectiva comparativa sobre a reforma do estado. Rio de Janeiro: UFRJ, 1997a.
HODGSON. G. M. The hidden persuaders: institutions and individuals in economic theory. Cambridge Journal of Economics, Oxford, v. 27, n. 2, p. 159-75, mar. 2002.
HODGSON. G. M. Downward causation - some second thoughts. Watford (UK), 2011. Disponível em:
www.geoffrey-hodgson.info/downward-causation.htm>. Acesso em: 26 ago. 2011.
HODGSON. G. M. Economia e evolução: o regresso da vida à teoria econômica. Oeiras: Celta, 1997b.
HODGSON. G. M. Institucional economics: surveying the “old” and the “new”. Metroeconomica, Oxford [s. l.], v. 44, n. 1, p. 1-28, 1993.
HODGSON. G. M. Choice, Habit and Evolution. Journal of Evolutionary Economics. 20(1), January 2010, pp. 1-18
HODGSON. G. M.What Are Institutions? Journal of economic issues. Vol. XL No. 1. p. 1-25, 2006
HODGSON. G. M. Institutions and individuals: interaction and evolution. Organization Studies, Thousand Oaks (USA), v. 28, n. 1, p. 95-116, 2007b.
HOLLARD, M. Forms of competition. In: BOYER, R; SAILLARD, Y. Regulation Theory: The state
of the art. Paris : La Découverte & Syros, 2002.
KUHN, T. S. A estrutura das revoluções científicas. Tradução de Beatriz Vianna Boeira e Nelson Boeira. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, 1992.
LOPES, H. C. Instituições e crescimento econômico: os modelos teóricos de Thorstein Veblen e Douglass North. Revista de Economia Política. Vol.33, n.4, pp. 619-637, 2013.
NELSON, R. R. As fontes de crescimento econômico. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2006.
NELSON, R. R.What enables rapid economic progress: what are the needed institutions. Research Policy. N. 37, 2008, p. 1–11
NELSON, R. R. Economic Development from the perspective of evolutionary economic theory. Working paper series: Globelics, 2007.
NELSON, R.; e WINTER, S. G. In search of useful theory of innovation. Research Police. Elsevier,
vol. 6(1), pages 36-76. Janeiro, 1977.
NELSON, R. R. Uma Teoria Evolucionária da Mudança Econômica. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2005.
NELSON, R. R.; SAMPAT, B.N. Las instituiciones como factor que regula el desempeño econômico.
Revista de economia institucional, v.2 nº 005. Bogotá: Colômbia, 2001, p 17-51.
OSER, J. Prefácio da classe ociosa. In: VEBLEN, T. B (1983). A teoria da classe ociosa: um estudo
econômico das instituições. São Paulo: Abril Cultural.
PEREZ, C. SOETE, L. Catchin up in technology: entry barriers and Windows of opportunity. In: IN DOSI, G et. All. Technical Change and Economic Theory. Laboratory of Economics and Management (LEM), Sant’Anna School of Advanced Studies, Pisa, Italy, 1988
PEREZ, C. Cambio técnico, restructuración competitiva y reforma institucional en los países en
desarrollo. El trimestre económico, México, v. 1, n. 233, p. 23-64, enero/marzo, 1992.
PEREZ, C. Cambio estructural y asimilación de nuevas tecnologías en el sistema económico y social. Futures. Vol. 15, Nº 4, Octubre, pp. 357-375, 1983 (Tradução do ingles).
PEREZ, C. Cambio tecnológico y oportunidades de desarollo como Blanco móvil. Revista de la CEPAL, Santiago de Chile, n. 75, p. 115-136, dic. 2001.
PEREZ, C. Revoluciones tecnológicas y capital financiero: la dinâmica de las grandes burbujas financieras y las épocas de bonanza. México: Siglo XXI, 2004.
PEREZ, C. Technological revolutions and techno-economic paradigms. Working Papers in Technology Governance and Economic Dynamics, no. 20. Technology governance, 2009.
POSSAS, M. L. Economia evolucionária neo-schumpeteriana: elementos para uma integração micro-macrodinâmica. Estudos Avançados av. [online]. 2008, vol.22, n.63, pp. 281-305.
SCHUMPETER, J. A. Capitalismo socialismo e democracia. Rio de janeiro: Fundo de Cultura, 1984.
SCHUMPETER, J. Teoria do desenvolvimento econômico. São Paulo: Nova Cultural, 1985.
SIMON, H. A. Rationality in psychology and economics. Part 2: The behavioral foundations of economic theory. The Journal of Business, Chicago, v. 59, n. 4, p. 209-224, 1986.
VEBLEN, T. A teoria da classe ociosa: um estudo econômico das instituições. São Paulo: Abril
Cultural, 1983.
VEBLEN, T. The place of science in modern civilization and other essays. New York : Huebsch, 1919.
ZAWISLAK, P.A. Uma abordagem evolucionária para casos de atividade de inovação no Brasil. Ensaios FEE. Porto Alegre, V. 17, nº1, p. 323-353, 1996.
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2015 Herton Castiglioni Lopes
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
A submissão de artigo autoriza sua publicação e implica o compromisso de que o mesmo material não esteja sendo submetido a outro periódico.
A revista não paga direitos autorais aos autores dos artigos publicados.