Profissão docente: uma instituição psicossocial

Autores

  • Carmen Lúcia Souza Barros Universidade Estácio de Sá
  • Tarso Bonilha Mazzotti Universidade Estácio de Sá

DOI:

https://doi.org/10.1590/S1517-97022009000100011

Palavras-chave:

Profissão docente, Liderança, Grupo Psicossocial

Resumo

Atualmente ocorre um amplo debate a respeito do caráter profissional da atividade docente. Em uma das vertentes, afirma-se que uma profissão caracteriza-se pela existência de pessoas consideradas modelos ou líderes profissionais, o que não se encontra entre os professores. Para verificar a existência de líderes profissionais, aplicou-se um breve questionário a 700 professores que trabalham no município de Queimados, estado do Rio de Janeiro, com o retorno de 650. Solicitou-se que o entrevistado nomeasse um(a) professor(a) ao qual recorre quando tem algum problema " de ensino" ou " educação" . A ampla dispersão das respostas indica que não há, de fato, líderes profissionais. Desagregando os dados, verifica-se que as indicações tendem a ser no âmbito de cada unidade escolar (61,85%), ainda que ocorram muitas (36,46%) fora de suas unidades. A principal conclusão é que a unidade escolar, como grupo psicossocial, requer um exame mais acurado, pois os professores só o são neles e por eles. Tal grupo condiciona a maior ou menor eficácia de seus trabalhos, e quanto maior a coesão, mais satisfeitos estão, mesmo que o resultado de suas ações não seja o que outros consideram adequado, especialmente os atores sociais externos ao grupo imediato. A não existência de líderes profissionais é uma evidência de que se trata de um trabalho cujas regras e saberes são as dos grupos imediatos, o que nos leva a afirmar que a escola é a unidade psicossocial a ser investigada para compreendermos as resistências às mudanças.

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Publicado

2009-04-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Profissão docente: uma instituição psicossocial . (2009). Educação E Pesquisa, 35(1), 165-176. https://doi.org/10.1590/S1517-97022009000100011