​Ícone e cognição: o ícone puro, os ícones perceptivos e os hipoícones

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2025.238723

Palavras-chave:

Cognição, Hipoícone, Ícone, Ícones híbridos, Percepção

Resumo

Infelizmente as variações graduadas do conceito de ícone de C. S. Peirce têm sido muito pouco exploradas. Com frequência, o conceito fica reduzido à sua versão mais simples e limitada, restrita ao seu posicionamento na tríade do ícone, índice e símbolo, inclusive, negligenciando o fato que deveria ser elementar de que o ícone se refere apenas à relação do signo com seu objeto de possível referência e que poderia ser mais produtivamente compreendido quando se leva em consideração que, para ser ícone, o signo só pode ser em si mesmo um quali-signo e, em relação ao interpretante, um rema. Mais do que isso, não costumam ser exploradas as formas híbridas do ícone com as classes de signos relativas à secundidade e à terceiridade. Como se não bastasse, o hábito é tratar o ícone no seu aspecto de hipoícone, na ignorância de outras possíveis variações da iconicidade. Diante dessas lacunas, este texto pretende apresentar analiticamente as muitas possibilidades de funcionamento semiótico do ícone.

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Biografia do Autor

  • Lucia Santaella, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

    Professora titular do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), São Paulo, SP, Brasil.

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Publicado

2025-12-30

Como Citar

Santaella, L. (2025). ​Ícone e cognição: o ícone puro, os ícones perceptivos e os hipoícones. Estudos Semióticos, 21(3), 01-21. https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2025.238723