Apreensão e significação em “Funes, o Memorioso”, de Jorge Luis Borges
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2012.49381Palavras-chave:
“Funes, o memorioso”, Jorge Luís Borges, apreensão, significação, estetização, fenomenologiaResumo
A partir das noções de apreensão, significação, stase e estetização desenvolvidas pela semiótica da Escola de Paris, e valendo-se de algumas elaborações teóricas próprias da fenomenologia, notadamente as de Husserl, empreende-se neste artigo a análise do conto "Funes, o memorioso", de Jorge Luis Borges. Esse texto foi escolhido como objeto de análise não por outro motivo senão o fato de nos apresentar a fascinante e assombrosa figura de seu protagonista, Irineu Funes, cuja percepção o permite tudo perceber e cuja memória o permite de tudo se lembrar. Sujeito de percepção sobre-humana e memória prodigiosa, Funes instaura a expectativa de ser aquele que de tudo sabe. Porém, o que nos parece ser o aspecto mais inquietante desse conto, originalmente publicado em 1942, e suscitou o desenvolvimento da análise ora apresentada, é o fato de essa excepcional percepção do mundo por Funes e sua acumulação enciclopédica de informações, ao invés de torná-lo um gênio, fazer com que o memorioso paralise-se diante dos fenômenos que o cercam, renegue a linguagem, feneça e morra. Desse modo, por meio da abordagem semiótica de seu percurso narrativo, dispensando maior atenção ao modo de apreensão que Funes estabelece com o mundo discursivizado, busca-se melhor compreender qual é a natureza do liame entre apreensão e significação e também entre memória e linguagem.Downloads
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Publicado
2012-06-08
Edição
Seção
Artigos
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Como Citar
Domaneschi, E. (2012). Apreensão e significação em “Funes, o Memorioso”, de Jorge Luis Borges. Estudos Semióticos, 8(1), 91-98. https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2012.49381