Visões da língua(gem) em comentários sobre internetês não é língua portuguesa
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v0i8p425-437Palavras-chave:
Escrita, Heterogeneidade, Internet.Resumo
O objetivo deste trabalho é discutir as representações que estudantes de nível universitário de cursos de licenciatura em letras e em pedagogia colocam em circulação a respeito dochamado “internetês”, forma grafolingüística que se difundiu em gêneros digitais como chats, blogs e redes sociais como o orkut. De maneira popular, o internetês é conhecido como o português escrito na internet, caracterizado por simplificações de palavras que levariam em consideração,
para sua composição, a modalidade falada (em sua vertente popular e estigmatizada) da língua, em
detrimento da modalidade escrita (em sua vertente padrão e prestigiada). A partir de uma proposta de produção textual, os referidos alunos deveriam discutir a pertinência da afirmação internetês não é língua portuguesa, atentando para determinadas concepções teóricas sobre língua, linguagem, relação fala-escrita e letramento, examinadas na disciplina de prática de leitura e produção de texto.
Este trabalho procura problematizar, em especial, representações de língua(gem) que circulam
entre os estudantes universitários. A hipótese é a de que os que concordam que internetês não é língua portuguesa têm como referente concepção(ões) de língua portuguesa como norma gramatical que deve ser obedecida em quaisquer circunstâncias de uso, sobretudo, quando se trata da
modalidade escrita. Apoiado na reflexão de Corrêa (2004) – o modo heterogêneo de constituição da escrita –, este trabalho busca mostrar que a linguagem é heterogênea em sua concepção, o que exclui a possibilidade de pensar o internetês como mera representação da fala ou como produção textual que apenas sofre interferência da fala na escrita.
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Publicado
2006-08-02
Edição
Seção
Artigos (Seção Temática)
Licença
Os direitos autorais serão cedidos à revista para publicação on-line, com livre acesso e impressa para arquivo em papel. Serão preservados, porém, para autores que queiram republicar os seus trabalhos em coletâneas.
Como Citar
Visões da língua(gem) em comentários sobre internetês não é língua portuguesa. (2006). Filologia E Linguística Portuguesa, 8, 425-437. https://doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v0i8p425-437