Existe alteração na função dos músculos do assoalho pélvico e abdominais de primigestas no segundo e terceiro trimestre gestacional?
DOI:
https://doi.org/10.1590/1809-2950/14156523022016Resumo
O objetivo deste estudo é comparar a função dos músculos do assoalho pélvico no segundo e terceiro trimestre gestacional de primigestas. Foi desenvolvido em duas unidades de Saúde da Família do município de Aracaju (SE). As gestantes foram submetidas a três avaliações da função dos músculos do assoalho pélvico por meio da eletromiografia de superfície: até 16 semanas gestacionais, entre a 24ª-28ª e 34ª-36ª semanas gestacionais. Foram registrados valores de repouso, contrações voluntárias máximas e contrações sustentadas. Os dados foram tabulados no Microsoft Excel e analisados estatisticamente no programa Statistica. Adotou-se um nível de significância de 5% (p≤0,05). Participaram do estudo 19 primigestas, com média de idade de 21,74±3,65 anos. Houve aumento da massa corporal no 3º trimestre gestacional em relação ao período pré-gestacional e diminuição da média do sinal dos músculos do assoalho pélvico durante o repouso ao longo das três avaliações. A musculatura abdominal diminuiu a média do sinal no repouso e durante a contração sustentada nas avaliações 2 e 3 comparadas à avaliação 1. Pode-se concluir que outros fatores, além dos relacionados ao aumento da massa corporal materna, podem estar associados à sobrecarga nos MAP durante a gestação logo no primeiro trimestre. Essa sobrecarga pode fazer que as gestantes apresentem um tônus muscular próximo ao limite superior de referência, alterando o padrão de atividade eletromiográfica principalmente no repouso, a fim de manter a função de sustentação dos órgãos pélvicos e de continência.Downloads
Referências
Hebert J. Pregnancy and childbirth: the effects on pelvic
floor muscles. Nurs Times. 2009;105(7):38-41.
Oliveira E, Takano CC, Sartori JP, Araujo MP, Pimentel SHC,
Sartori MGF, et al. Trato urinário, assoalho pélvico e ciclo
gravídico-puerperal. Femina. 2007;35(2):89-94.
Brown SJ, Donath S, MacArthur C, McDonald EA, Krastev
AH. Urinary incontinence in nulliparous women before and
during pregnancy: prevalence, incidence and associated risk
factors. Int Urogynecol J. 2010;21:193-202.
Scarpa KP, Herrmann V, Palma PCR, Riccetto CLZ, Morais S.
Prevalência de sintomas urinários no terceiro trimestre da
gestação. Rev Assoc Med Bras. 2006;52(3):153-6.
Solans-Domènech M, Sánches E, Espuña-Pons M. Urinary
and anal incontinence during pregnancy and postpartum.
Obstet Gynecol. 2010;115(3):618-28.
O’Boyle AL, O’Boyle JD, Ricks RE, Patience TH, Calhoun B,
Davis G. The natural history of pelvic organ support during
pregnancy. Int Urogynecol J. 2003;14:46-9.
Batista RL, Franco MM, Naldoni LM, Duarte G, Oliveira AS,
Ferreira CH. Biofeedback and the electromyographic activity
of pelvic floor muscles in pregnant women. Rev Bras Fisioter.
;15(5):386-92.
Botelho S, Riccetto C, Herrmann V, Pereira LC, Amorim C,
Palma P. Impact of delivery mode on electromyographic
activity of pelvic floor: comparative prospective study.
Neurourol Urodyn. 2010;29(7):1258-61.
WHO. Physical status: the use and interpretation of
anthropometry. Report of a WHO Expert Committee.
Technical Report Series: 854. Geneva: World Health
Organization; 1995.
Alexander GR, Tompkins ME, Cornely DA. Gestational
age reporting and preterm delivery. Public Health Rep.
;105(3):267-75.
Rossavick LK, Fishburne JI. Conceptional age, menstrual
age, and ultrasound age: A second trimester comparison of
pregnancies of known conceptional date with pregnancies
dated from the last menstrual period. Obstet Gynecol.
;73(2):243-9.
Atalah SE, Castillo LC, Castro SR, Aldea PA. Propuesta de un
nuevo estándar de evaluación nutricional en embarazadas.
Rev Med Chile. 1997;125(12):1429-36.
Soderberg GL, Knutson LM. A guide for use and
interpretation of kinesiologic electromyographic data. Phys
Ther. 2000;80(5):485-98.
Marchetti PH, Duarte M. Laboratório de Biofísica.
Instrumentação em Eletromiografia. Escola de Educação
Física e Esporte. Universidade de São Paulo. São Paulo,
, 28p.
Olsen AL, Rao SS. Clinical neurophysiology and
electrodiagnostic testing of the pelvic floor. Gastroenterol
Clin North Am. 2001;30(1):33-54.
Shafik A, Doss S, Assad S. Etiology of the resting myoelectric
activity of the levator ani muscle: physioanatomic study with
a new theory. Wold J Surg. 2003;27(3):309-14.
Ervilha UF, Duarte M, Amadio AC. Estudos sobre
procedimentos de normalização do sinal eletromiográfico
durante o movimento humano. Rev Bras Fisiot.
;3(1):15-20.
Grape HH, Dedering A, Jonasson AF. Retest reliability of
surface electromyography on the pelvic floor muscles.
Neurourol Urodyn. 2009;28(5):395-9.
Vodusek DB, Janko M, Lokar J. EMG, single fibre EMG and
sacral reflexes in assessment of sacral nervous system
lesions. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 1982;45(11):1064-6.
Wehbe SA, Whitmore K, Kellogg-Spadt S. Urogenital
complaints and female sexual dysfunction (part 1). J SEX
MED. 2010;7(5):1704-13.
Lien KC, Mooney B, DeLancey JOL, Ashton-Miller JA. Levator
ani muscle stretch induced by simulated vaginal birth. Obstet
Gynecol. 2004;103(1):31-40.
Kudish BI, Iglesia CB, Sokol RJ, Cochrane B, Richter HE,
Larson J et al. Effect of weight change on natural history of
pelvic organ prolapse. Obstet Gynecol. 2009;113(1):81-8.
Greer WJ, Richter HE, Bartolucci AA, Burgio KL. Obesity and
pelvic floor disorders: a systematic review. Obstet Gynecol.
;112(2 Pt 1):341-9.
Stothers L, Friedman B. Risk factors for the development
of stress urinary incontinence in women. Curr Urol Rep.
;12(5):363-9.
Wijma J, Potters AE, de Wolf BT, Tinga DJ, Aarnoudse JG.
Anatomical and functional changes in the lower tract during
pregnancy. BJOG. 2003; 110(7):658-63.
Resende AP, Petricelli CD, Bernardes BT, Alexandre SM,
Nakamura MU, Zanetti MR. Electromyographic evaluation of
pelvic floor muscles in pregnant and nonpregnant women.
Int Urogynecol J. 2012;23(8):1041-5.
Tincello DG, Teare J, Fraser WD. Second trimester
concentration of relaxin and pregnancy related incontinence.
Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol. 2003;106(2):237-8.
Wester C, Brubaker L. Normal pelvic floor physiology. Obstet
Gynecol Clin North Am. 1998;25(4):707-22.
Gilleard WL, Brown JMM. Structure and function of
the abdominal muscles in primigravid subjects during
pregnancy and the immediate posbirth period. Phys Ther.
;76(7):750-62.
Sapsford RR, Hodges PW, Richardson CA, Cooper DH,
Markwell SJ, Jull GA. Co-activation of the abdominal and
pelvic floor muscles during voluntary exercises. Neurourol
Urodyn. 2001;20(1):31-42.
Hodges PW, Sapsford R, Pengel LHM. Postural and
respiratory function of the pelvic floor muscles. Neurourol
Urodyn. 2007;26(3):362-71.
Brasil. Portaria nº 1459, de 24 de junho de 2011. Institui no
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) a Rede Cegonha.
[acesso em 7 jul 2014]. Disponível em: http://www.ibfan.org.
br/legislacao/pdf/doc-693.pdf.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2016 Fisioterapia e Pesquisa

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.