Existe alteração na função dos músculos do assoalho pélvico e abdominais de primigestas no segundo e terceiro trimestre gestacional?

Autores

  • Ana Silvia Moccellin Universidade Federal de Sergipe (UFS); Departamento de Fisioterapia. SE. Brasil
  • Mariana Tirolli Rett Universidade Federal de Sergipe (UFS); Departamento de Fisioterapia. SE. Brasil
  • Patricia Driusso Universidade Federal de São Carlos (UFSCar); Departamento de Fisioterapia. São carlos. SP. Brasil

DOI:

https://doi.org/10.1590/1809-2950/14156523022016

Resumo

O objetivo deste estudo é comparar a função dos músculos do assoalho pélvico no segundo e terceiro trimestre gestacional de primigestas. Foi desenvolvido em duas unidades de Saúde da Família do município de Aracaju (SE). As gestantes foram submetidas a três avaliações da função dos músculos do assoalho pélvico por meio da eletromiografia de superfície: até 16 semanas gestacionais, entre a 24ª-28ª e 34ª-36ª semanas gestacionais. Foram registrados valores de repouso, contrações voluntárias máximas e contrações sustentadas. Os dados foram tabulados no Microsoft Excel e analisados estatisticamente no programa Statistica. Adotou-se um nível de significância de 5% (p≤0,05). Participaram do estudo 19 primigestas, com média de idade de 21,74±3,65 anos. Houve aumento da massa corporal no 3º trimestre gestacional em relação ao período pré-gestacional e diminuição da média do sinal dos músculos do assoalho pélvico durante o repouso ao longo das três avaliações. A musculatura abdominal diminuiu a média do sinal no repouso e durante a contração sustentada nas avaliações 2 e 3 comparadas à avaliação 1. Pode-se concluir que outros fatores, além dos relacionados ao aumento da massa corporal materna, podem estar associados à sobrecarga nos MAP durante a gestação logo no primeiro trimestre. Essa sobrecarga pode fazer que as gestantes apresentem um tônus muscular próximo ao limite superior de referência, alterando o padrão de atividade eletromiográfica principalmente no repouso, a fim de manter a função de sustentação dos órgãos pélvicos e de continência.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Hebert J. Pregnancy and childbirth: the effects on pelvic

floor muscles. Nurs Times. 2009;105(7):38-41.

Oliveira E, Takano CC, Sartori JP, Araujo MP, Pimentel SHC,

Sartori MGF, et al. Trato urinário, assoalho pélvico e ciclo

gravídico-puerperal. Femina. 2007;35(2):89-94.

Brown SJ, Donath S, MacArthur C, McDonald EA, Krastev

AH. Urinary incontinence in nulliparous women before and

during pregnancy: prevalence, incidence and associated risk

factors. Int Urogynecol J. 2010;21:193-202.

Scarpa KP, Herrmann V, Palma PCR, Riccetto CLZ, Morais S.

Prevalência de sintomas urinários no terceiro trimestre da

gestação. Rev Assoc Med Bras. 2006;52(3):153-6.

Solans-Domènech M, Sánches E, Espuña-Pons M. Urinary

and anal incontinence during pregnancy and postpartum.

Obstet Gynecol. 2010;115(3):618-28.

O’Boyle AL, O’Boyle JD, Ricks RE, Patience TH, Calhoun B,

Davis G. The natural history of pelvic organ support during

pregnancy. Int Urogynecol J. 2003;14:46-9.

Batista RL, Franco MM, Naldoni LM, Duarte G, Oliveira AS,

Ferreira CH. Biofeedback and the electromyographic activity

of pelvic floor muscles in pregnant women. Rev Bras Fisioter.

;15(5):386-92.

Botelho S, Riccetto C, Herrmann V, Pereira LC, Amorim C,

Palma P. Impact of delivery mode on electromyographic

activity of pelvic floor: comparative prospective study.

Neurourol Urodyn. 2010;29(7):1258-61.

WHO. Physical status: the use and interpretation of

anthropometry. Report of a WHO Expert Committee.

Technical Report Series: 854. Geneva: World Health

Organization; 1995.

Alexander GR, Tompkins ME, Cornely DA. Gestational

age reporting and preterm delivery. Public Health Rep.

;105(3):267-75.

Rossavick LK, Fishburne JI. Conceptional age, menstrual

age, and ultrasound age: A second trimester comparison of

pregnancies of known conceptional date with pregnancies

dated from the last menstrual period. Obstet Gynecol.

;73(2):243-9.

Atalah SE, Castillo LC, Castro SR, Aldea PA. Propuesta de un

nuevo estándar de evaluación nutricional en embarazadas.

Rev Med Chile. 1997;125(12):1429-36.

Soderberg GL, Knutson LM. A guide for use and

interpretation of kinesiologic electromyographic data. Phys

Ther. 2000;80(5):485-98.

Marchetti PH, Duarte M. Laboratório de Biofísica.

Instrumentação em Eletromiografia. Escola de Educação

Física e Esporte. Universidade de São Paulo. São Paulo,

, 28p.

Olsen AL, Rao SS. Clinical neurophysiology and

electrodiagnostic testing of the pelvic floor. Gastroenterol

Clin North Am. 2001;30(1):33-54.

Shafik A, Doss S, Assad S. Etiology of the resting myoelectric

activity of the levator ani muscle: physioanatomic study with

a new theory. Wold J Surg. 2003;27(3):309-14.

Ervilha UF, Duarte M, Amadio AC. Estudos sobre

procedimentos de normalização do sinal eletromiográfico

durante o movimento humano. Rev Bras Fisiot.

;3(1):15-20.

Grape HH, Dedering A, Jonasson AF. Retest reliability of

surface electromyography on the pelvic floor muscles.

Neurourol Urodyn. 2009;28(5):395-9.

Vodusek DB, Janko M, Lokar J. EMG, single fibre EMG and

sacral reflexes in assessment of sacral nervous system

lesions. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 1982;45(11):1064-6.

Wehbe SA, Whitmore K, Kellogg-Spadt S. Urogenital

complaints and female sexual dysfunction (part 1). J SEX

MED. 2010;7(5):1704-13.

Lien KC, Mooney B, DeLancey JOL, Ashton-Miller JA. Levator

ani muscle stretch induced by simulated vaginal birth. Obstet

Gynecol. 2004;103(1):31-40.

Kudish BI, Iglesia CB, Sokol RJ, Cochrane B, Richter HE,

Larson J et al. Effect of weight change on natural history of

pelvic organ prolapse. Obstet Gynecol. 2009;113(1):81-8.

Greer WJ, Richter HE, Bartolucci AA, Burgio KL. Obesity and

pelvic floor disorders: a systematic review. Obstet Gynecol.

;112(2 Pt 1):341-9.

Stothers L, Friedman B. Risk factors for the development

of stress urinary incontinence in women. Curr Urol Rep.

;12(5):363-9.

Wijma J, Potters AE, de Wolf BT, Tinga DJ, Aarnoudse JG.

Anatomical and functional changes in the lower tract during

pregnancy. BJOG. 2003; 110(7):658-63.

Resende AP, Petricelli CD, Bernardes BT, Alexandre SM,

Nakamura MU, Zanetti MR. Electromyographic evaluation of

pelvic floor muscles in pregnant and nonpregnant women.

Int Urogynecol J. 2012;23(8):1041-5.

Tincello DG, Teare J, Fraser WD. Second trimester

concentration of relaxin and pregnancy related incontinence.

Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol. 2003;106(2):237-8.

Wester C, Brubaker L. Normal pelvic floor physiology. Obstet

Gynecol Clin North Am. 1998;25(4):707-22.

Gilleard WL, Brown JMM. Structure and function of

the abdominal muscles in primigravid subjects during

pregnancy and the immediate posbirth period. Phys Ther.

;76(7):750-62.

Sapsford RR, Hodges PW, Richardson CA, Cooper DH,

Markwell SJ, Jull GA. Co-activation of the abdominal and

pelvic floor muscles during voluntary exercises. Neurourol

Urodyn. 2001;20(1):31-42.

Hodges PW, Sapsford R, Pengel LHM. Postural and

respiratory function of the pelvic floor muscles. Neurourol

Urodyn. 2007;26(3):362-71.

Brasil. Portaria nº 1459, de 24 de junho de 2011. Institui no

âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) a Rede Cegonha.

[acesso em 7 jul 2014]. Disponível em: http://www.ibfan.org.

br/legislacao/pdf/doc-693.pdf.

Publicado

2016-06-06

Edição

Seção

Pesquisa Original

Como Citar

Existe alteração na função dos músculos do assoalho pélvico e abdominais de primigestas no segundo e terceiro trimestre gestacional? . (2016). Fisioterapia E Pesquisa, 23(2), 136-141. https://doi.org/10.1590/1809-2950/14156523022016