Repercussão da dor da cintura pélvica na funcionalidade de gestantes avaliadas através da versão brasileira do Pelvic Girdle Questionnaire (PGQ-Brasil): estudo transversal
DOI:
https://doi.org/10.590/1809-2950/14342922042015Resumo
Com o objetivo de analisar a repercussão da dor da cintura pélvica na funcionalidade de gestantes, foi realizado um estudo transversal envolvendo mulheres grávidas, com idade entre 18 e 30 anos e diagnóstico clínico de dor da cintura pélvica relacionada à gravidez (DCPG). Foram coletados dados clínicos, seguidos da aplicação do Pelvic Girdle Questionnaire versão brasileira (PGQ-Brasil). Participaram do estudo 105 gestantes, das quais 62,9% eram multíparas. O diagnóstico mais frequente foi o de síndrome sacroilíaca unilateral. Quanto ao aparecimento da dor, 45,7% relataram que a dor ocorria durante os movimentos e as atividades que apresentaram maior limitação eram ficar sentada, em pé e andar por mais de 60 minutos. A média da dor na Escala Visual Analógica (EVA) foi 6,59 (1,8 DP), considerada dor moderada. As gestantes com síndrome da cintura pélvica apresentaram uma média de 54,86 (22,39 DP) para o escore total do PGQ-Brasil, as com síndrome sacroilíaca unilateral, 31,11 (17,37 DP) e com síndrome sacroilíaca bilateral 40,32 (17,46 DP). Quando comparada a média de dor entre as síndromes mediante a EVA, a síndrome da cintura pélvica apresentou a maior média (7,67; 1,72 DP), seguida pela síndrome sacroilíaca bilateral (6,86; 1,95 DP) e síndrome sacroilíaca unilateral (6,21; 1,72 DP). Ao correlacionar a média da EVA com o escore total do PGQ-Brasil, observou-se uma correlação positiva (r=0,458, p=0,01), indicando que quanto maior a dor, maior a incapacidade da gestante. Dessa forma, os achados sugerem que a DCPG pode acarretar diversos níveis de incapacidade e afetar diretamente a funcionalidade das gestantes.Downloads
Referências
Östgaard HC, Roos-Hansson E, Zetherstro MG. Regression of
back and posterior pelvic pain after pregnancy. Spine. 1996;
(23):2777-80.
Norén L, Östgaard S, Johansson G, Östgaard HC. Lumbar
back and posterior pelvic pain during pregnancy: a 3-year
follow-up. Eur Spine J. 2002;11:267-71.
Stuge B, Hilde G, Vollestad N. Physical therapy for pregnancyrelated low back and pelvic pain: a systematic review. Acta
Obstet Gynecol. 2003; 82(11):983-90.
Gutke A, Östgaard, HC, Öberg B. Pelvic girdle pain and lumbar
pain in pregnancy: a cohort study of the consequences in
terms of health and functioning. Spine. 2006;31(5): 149-55.
Vleeming A, Albert HB, Östgaard HC, Sturesson B, Stuge
B. European guidelines for the diagnosis and treatment of
pelvic girdle pain. Eur Spine J. 2008;17:794-819.
Albert HB, Godskesen M, Westergaard J. Incidence of four
syndromes of pregnancy- related pelvic joint pain. Spine.
;27(24):2831-4.
Kanakaris NK, Roberts CS, Giannoudis PV. Pregnancyrelated pelvic girdle pain: an update. BMC Med. 2011; 9(15).
DOI: 10.1186/1741-7015-9-15.
Mogren IM, Pohjanen AI. Low back pain and pelvic pain
during pregnancy: prevalence and risk factors. Spine.
;30(8):983-91.
Mens JM, Vleeming A, Stoeckart R, Stam HJ, Snijders
CJ. Understanding peripartum pelvic pain: implications of a
patient survey. Spine. 1996;21(11):1363-70.
Persson M, Winkvist A, Dahlgren L, Mogren I. “Struggling
with daily life and enduring pain”: a qualitative study of the
experiences of pregnant women living with pelvic girdle
pain. BMC Pregnancy Childbirth. 2013 May; 13(1):111. DOI:
1186/1471-2393-13-111.
Vermani E, Mittal R, Weeks A. Pelvic Girdle and Low Back
Pain in Pregnancy: a review. Pain Prac. 2010;10(1):60-71.
Wu WH, Meijer OG, Uegaki K, Mens JMA, van Dieen JH,
Wuisman PIJM, et al. Pregnancy-related pelvic girdle pain
(PPP), I: terminology, clinical presentation, and prevalence.
Eur Spine J. 2004;13(7):575-89.
Stuge B, Garratt A, Jenssen HK, Grotle M. The pelvic girdle
questionnaire: a condition-specific instrument for assessing
activity limitations and symptoms in people with pelvic
girdle pain. Phys Ther. 2011; 91(7):1097-8.
Simões L. Estudo de validação do “Pelvic Girdle Questionnaire”
(PGQ) para a população brasileira e análise das propriedades
de medida [Dissertação]. Recife: Universidade Federal de
Pernambuco; 2014.
Hansen A, Jensen DV, Wormslev M. Symptom-giving pelvic
girdle relaxation in pregnancy.II:Symptoms and clinical signs.
Acta Obstet Gynecol Scand. 1999;78:111-5.
Rost CCM, Jacqueline J, Kaiser A. Pelvic pain during
pregnancy. A descriptive study of signs and symptoms of
patients in primary care. Spine. 2004;29(22):2567-72.
Ciena AP, Gatto R, Pacini VC, Picanço VV, Magno IMN, Loth
EA. Influência da intensidade da dor sobre as respostas nas
escalas unidimensionais de mensuração da dor em uma
população de idosos e de adultos jovens. Semin Ciênc Biol
Saúde. 2009;29(2):201-12.
Robinson HS, Eskild A, Heinberg E, Eberhard-Gran M. Pelvic
girdle pain in pregnancy: the impact on function. Acta Obstet
Gynecol. 2006; 85(2):160-4.
Albert H, Godskesen M, Westergaard J. Prognosis in four
syndromes of pregnancy related pelvic pain. Acta Obstet
Gynecol Scand. 2001;80:505-10.
Gutke A, Östgaard, HC, Öberg B. Predicting persistent
pregnancy-related low back pain. Spine (Phila Pa 1976)
;33(12):E386-E93.
Rost CC, Jacqueline J, Kaiser A, Verhagen AP, Koes BW.
Prognosis of women with pelvic pain during pregnancy:
a long-term follow-up study. Acta Obstet Gynecol Scand.
;85(7):771-7.
Martins RF, Silva JLP. Algias posturais na gestação:
prevalência, aspectos biomecânicos e tratamento. Femina.
;32(2):163-7.
Bjelland EK, Eskild A, Johansen R, Eberhard-Gran M. Pelvic
girdle pain in pregnancy: the impact of parity. Am J Obstet
Gynecol. 2010;203(2):1-6.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2015 Fisioterapia e Pesquisa

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.