De olho na paisagem: a construção do espaço em “o tapa-olho do olho mágico” e “o japonês dos olhos redondos”, de Zulmira Ribeiro Tavares

Resumo

A partir da hipótese de que Zulmira Tavares trabalha em muitas de suas ficções com o teatro de falseamento e verdade através de um jogo de olhares e espaços conjugados ao humor constante, o ensaio pretende averiguar como a autora opera o mapeamento de diferentes formas de espaço em “O tapa-olho do olho mágico” e “O japonês dos olhos redondos”, ambos presentes em O japonês dos olhos redondos (Paz e Terra, 1982), como uma maneira de empreender uma investigação acerca do “significado oculto, a significação subjacente”. Para tanto, utilizaremos como aporte teórico principalmente as considerações traçadas por Gaston Bachelard sobre a casa em La poétique de l’espace (Presses Universitaires de France, 1957); as discussões sobre espaço temático levantadas por Bal em “Narratology: Introduction to the Theory of Narrative” (1985) e recuperadas por Brosseau (2008) quando debate a questão do espaço em Bukowski, e o conceito de paisagem trabalhado por Michel Collot (2015).