Quando um vírus toma lugar: algumas reflexões geográficas sobre a pandemia de Sars-Cov-2

Autores

  • Michel Lussault École Normale Supérieure https://orcid.org/0000-0003-4068-5975
  • Jean Legroux Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Ciências e Tecnologia
  • Cláudio Smalley Universidade de Pernambuco

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2021.190736

Palavras-chave:

Urbanisation planétaire, Pandémie, Hyper-spatialité, Synchorisation, Anthropocène

Resumo

A pandemia de Sars-Cov-2 parece ter surpreendido a maioria das autoridades políticas e sanitárias, em razão da velocidade da difusão do vírus e da necessidade de controlá-la por medidas estritas de confinamento, sem precedentes em tempo de paz na escala planetária. Como apreender o “sucesso” do patógeno em termos geográficos? Este artigo objetiva mostrar que a pandemia se construiu a partir das próprias características do sistema-Mundo urbanizado. Com efeito, só as condições da urbanização global podem explicar a cinética e a exaustividade geográfica da epidemia de Covid-19. O texto visa também compreender como se estabelecem as diferenciações espaciais locais e regionais de tal fenômeno global e propõe, finalmente, uma leitura da pandemia à luz do paradigma do antropoceno.

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Biografia do Autor

  • Michel Lussault, École Normale Supérieure

    Professor da École Normale Supérieure (ENS), Lyon e Diretor do Programa L’École Urbaine de Lyon (EUL).

Referências

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Publicado

2021-12-07

Edição

Seção

Ensaio

Como Citar

LUSSAULT, Michel. Quando um vírus toma lugar: algumas reflexões geográficas sobre a pandemia de Sars-Cov-2. GEOUSP Espaço e Tempo (Online), São Paulo, Brasil, v. 25, n. 3, p. 3–23, 2021. DOI: 10.11606/issn.2179-0892.geousp.2021.190736. Disponível em: https://revistas.usp.br/geousp/article/view/190736.. Acesso em: 3 dez. 2024.