APP em topos de morro em dois maciços cristalinos de Florianópolis/SC: aplicação para diferentes modelados de relevo e segundo critérios de delimitação do Antigo e do Novo Código Florestal
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2023.193254Palavras-chave:
Área de Preservação Permanente (APP), Topos de morros, Maciços cristalinos, Legislação ambientalResumo
As Áreas de Preservação Permanente (APP) em topos de morros sofreram alterações nos seus critérios de aplicação no Novo Código Florestal (NCF), especialmente em relação ao que é preconizado na Resolução Conama 303/2002. Além disso, o NCF desconsidera que as elevações brasileiras possuam diferentes modelados de relevo, de acordo com sua estrutura geológica e processos geomorfológicos atuantes em cada região. Os objetivos deste artigo são analisar a aplicação desta tipologia de APPs em dois maciços cristalinos com modelado de dissecação em Florianópolis/SC e verificar possíveis mudanças no grau de proteção em relação aos critérios das normativas citadas. Os resultados revelaram que em uma área de geologia relativamente homogênea, os aspectos de relevo são diferentes e condicionam a delimitação das APPs. Também foi observado que com os critérios do NCF houve redução de 100% das APPs em topo de morro em relação aqueles do Antigo Código e Resolução Conama 303/2002.
Downloads
Referências
ALMEIDA, A. Q. de; BERGER, B. Comparação de áreas de preservação permanente demarcadas a partir de diferentes escalas topográficas. In. MORAES, A. de C.; SANTOS, A. R. dos. Geomática & análise ambiental. Vitória/ES: Edufes, 2017. p. 19-39.
BRASIL. Lei no 4.771, de 15 de setembro de 1965. Institui o novo Código Florestal. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 15 de setembro de 1965.
BRASIL. Lei no 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 25 de maio de 2012.
CARUSO JÚNIOR, F. Mapa Geológico da Ilha de Santa Catarina. Notas Técnicas. CECO-UFRGS. Texto Explicativo e Mapa (escala 1:100.000). Porto Alegre: CECO-UFRGS, 1993.
CASSETI, Valter. Geomorfologia. Funape. [S.I.]: [2005].
CONAMA. Conselho Nacional do Meio Ambiente (Brasil). Resolução n. 303, de 20 de março de 2002. Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 13 maio 2002.
FRANCELINO, M. R; SILVA, J. de A. Impacto da inclinação média na delimitação de área de preservação permanente. Floresta e Ambiente, Rio de Janeiro, v. 21, n. 4, p. 441–448, 2014.
GASPARINI, K. A. C.; LYRA, G. B.; DELGADO, R. C.; FACCO, A. G.; FRANCELINO, M. R; OLIVEIRA, J. F. de. Técnicas de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto Aplicadas na Identificação de Conflitos do Uso da Terra em Seropédica-RJ. Floresta e Ambiente, Rio de Janeiro, v. 20, n. 3, p. 296–306, 2013.
GOUDIE, A.; VILES, H. Landscape and geomorphology: a very short introduction. Oxford: Oxford University Press, 2010.
GUERRA, Antônio Teixeira. Novo dicionário geológico-geomorfológico. 6ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2008.
GUIMARÃES, F. G; MOREIRA, A. A. M. As Áreas de Preservação Permanente de topo de morro e a lei federal 12.651/2012: um estudo de caso da região da zona da Mata – MG. Caminhos de Geografia, Uberlândia, v. 19, n. 67, p. 175–187, 2018.
HERRMANN, M. L. P.; ROSA, R. O. Geomorfologia. In: IBGE. DIGEO. Mapeamento Temático do município de Florianópolis. Florianópolis, IPUF, 1991.
HOTT, M. C.; GUIMARÃES, M.; MIRANDA, E. E. de. Um método para a determinação automática de áreas de preservação permanente em topos de morros para o Estado de São Paulo. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO (SBSR), 12, 2005, Goiânia. Anais... São José dos Campos: INPE, 2005. p. 3061-3068.
LUPPI, A. S. L.; SANTOS, A. R dos; EUGENIO, F. C. FEITOSA, S. A. Utilização de Geotecnologia para o Mapeamento de Áreas de Preservação Permanente no Município de João Neiva, ES. Floresta e Ambiente, Rio de Janeiro, v. 22, n. 1, p. 13–22, 2015.
OLIVEIRA, G. de C. Precisão de modelos digitais de terreno, mapeamento automático de APPS em topos de morros e a eficácia do Novo Código Florestal. Dissertação (Mestrado), Programa de Pós-Graduação em Solos e Nutrição de Plantas, Universidade Federal de Viçosa – UFV, Viçosa, 2015.
OLIVEIRA, M. J. de. Proposta metodológica para delimitação automática de APPs em topos de morros e em linhas de cumeada. 2002. 53 f. Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal) – Programa de Pós-Graduação em Ciência Florestal, Universidade Federal de Viçosa – UFV, Viçosa, 2002.
OLIVEIRA, G. de C.; FERNANDES FILHO, E. I. Metodologia para delimitação de APPs em topos de morros segundo o novo Código Florestal brasileiro utilizando sistemas de informação geográfica. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO, 16, 2013, Foz do Iguaçu, Anais... Foz do Iguaçu: INPE, 2013, p. 4443–4450.
OLIVEIRA, C. M. M. de; CESSA, R. M. A.; OLIVEIRA, J. Â. M. de. Delimitação de Áreas de Preservação Permanente em Diferentes Resoluções Espaciais. Anuário do Instituto de Geociências - UFRJ, Rio de Janeiro, v. 43, n.1, p. 171–180, 2020.
PELUZIO, T. M. de O; SANTOS, A. R. dos. FIEDLER, N. C (orgs.). Mapeamento de áreas de preservação permanente no ArcGIS 9.3. 1ª ed. Espírito Santo: CAUFES, 2010.
PENHA, H. M. Processos endógenos na formação do relevo. In: GUERRA, A.J.T. e CUNHA, S.B. (orgs.) Geomorfologia: Uma atualização de bases e conceitos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1994, p. 51-92.
PENTEADO, M. M. Fundamentos da Geomorfologia. 3ª ed. Rio de Janeiro: IBGE, 1983.
PISÓN, E. M. de; TELLO, B (cords.). Atlas de geomorfología. Madri: Alianza Editorial, 1986.
SILVA, J. L. G.; et al. Delimitação de Áreas de Preservação Permanente em topo de morro utilizando o Qgis. Selper, 2016.
SOUZA, K. I. S. de. Definição de áreas de preservação permanente com função de proteção aos recursos hídricos naturais. 2021. 332 f. Tese (Doutorado em Engenharia Ambiental) - Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, Florianópolis, 2021.
TOMAZOLLI, E. R.; PELLERIN, J. R. M. Mapa geológico da ilha de Santa Catarina. Escala 1:50.000. Projeto Atlas geológico-geomorfológico da Ilha de Santa Catarina. Departamento de Geociências-Universidade Federal de Santa Catarina, 2014.
TOMAZZOLI, E. R.; PELLERIN, J. R. M.; ESTEVES, M. B. Geologia e unidades morfotectônicas da área Central da cidade de Florianópolis – SC. In: II Congresso sobre Planejamento e Gestão das Zonas Costeiras dos Países de Expressão Portuguesa; IX Congresso da Associação Brasileira de Estudos do Quaternário; II Congresso do Quaternário dos Países de Língua Ibérica. Anais... Recife: ABEQUA, 2003, p. 1-5.
VICTORIA, D. de C. Influência da escala em uma metodologia de delimitação automática de áreas de preservação permanente em topo de morro e montanha e adaptação do método para escalas detalhadas. Revista Brasileira de Cartografia, Uberlândia. v. 62, n. 3, p. 479-488, 2010.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Marina Pinho Bernardes, Edna Lindaura Luiz
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho com licença de uso da atribuição CC-BY, que permite distribuir, remixar, adaptar e criar com base no seu trabalho desde que se confira o devido crédito autoral, da maneira especificada por CS.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line (ex.: em repositórios institucionais ou em sua página pessoal) a qualquer altura antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).