A cartografia social participativa desvelando territorialidades pesqueiras em Maxaranguape (Rio Grande do Norte, Brasil)
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2024.221533Palavras-chave:
Cartografia social participativa, Jangadeiros, Maxaranguape, Pesca artesanal, TerritórioResumo
Partindo do tema da pesca artesanal, no contexto da falta de uma legislação que garanta a demarcação e conservação do território pesqueiro no Brasil, que é constantemente colocado em ameaça devido à conflitos territoriais e socioambientais, este trabalho objetivou identificar as territorialidades tradicionais pesqueiras no município de Maxaranguape, Rio Grande do Norte (RN), Brasil. Justificando-o pela falta de instrumentos legais que assegurem esse território, fato que também torna os pescadores invisibilizados, borrando sua identidade, há a necessidade de produzirmos testemunhos sobre essa ocupação territorial construída por meio das territorialidades que estão relacionadas com a identidade e com o modo de vida tradicional pesqueiro. No que tange a metodologia de pesquisa, utilizamos o trabalho de campo, a observação participante, as entrevistas com roteiros semiestruturados e a cartografia social participativa, para, assim, elaborarmos o mapa do Território Pesqueiro de Maxaranguape. Conclui-se que a cartografia social participativa pode ser uma ferramenta poderosa para a compreensão, delimitação e proteção do território tradicional, especialmente em relação às práticas tradicionais como a pesca artesanal. Essa abordagem pode ajudar a fortalecer a identidade dos sujeitos e a revelar a consciência social e cultural associada aos territórios e as práticas tradicionais.
Downloads
Referências
ACSERALD, Henry; COLI, Luis Regis. Disputas territoriais e disputas cartográficas. In: ACSERALD, Henry (org.). Cartografias Sociais e Território. Rio de Janeiro: IPPUR/UFRJ, 2008. p.13-43. Disponível em: http://www2.fct.unesp.br/docentes/geo/raul/cartografia_tematica/leitura%204/Cartografias%20Sociais%20e%20Territ%F3rio.pdf. Acesso em: 17 jun. 2021.
BONFÁ NETO, Dorival. Território, modo de vida e pesca artesanal marítima: análise comparada entre Bahía Solano, no Pacífico Colombiano, e Maxaranguape, no Atlântico Brasileiro. Tese (Doutorado em Ciências / Doutorado em Geografia), Programa de Pós-Graduação em Integração da América Latina, Universidade de São Paulo / Programa de Pós-Graduação em Geografia, Universidad Nacional de Colombia, São Paulo / Bogotá, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.11606/T.84.2023.tde-04102023-155955. Acesso em: 18 jan. 2024.
BONFÁ NETO, Dorival. The net-pulling; cooperation, collectivity and mutual help in images. GIS - Revista de Antropologia, v.7, n.1, p.1-36, 2022. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/gis/article/view/190822. Acesso em: 11 nov. 2022.
BONFÁ NETO, Dorival; SUZUKI, Júlio César. Cartografía social participativa como metodología de investigación territorial: un estudio de caso en el Pacífico Afrocolombiano. Perspectiva Geográfica, v.28, n.1, p. 1-22, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.19053/01233769.14529. Acesso em: 19 jan. 2024.
CASCUDO, Luis da Câmara. Jangada: Uma pesquisa Etnográfica. 2. ed. São Paulo: Global Editora, 2002 [1957].
DIEGUES, Antonio Carlos Sant’Anna. O mito moderno da natureza intocada. 6 ed. São Paulo: Hucitec/Nupaup/USP, 2008.
DIEGUES, Antonio Carlos Sant’Anna. A pesca construindo sociedades: leituras em antropologia marítima e pesqueira. São Paulo: Nupaup/USP, 2004.
GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 2008 [1973].
HAESBAERT, Rogério. O mito da desterritorialização. 13. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 2021.
IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Panorama Maxaranguape. 2023. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/rn/maxaranguape.html. Acesso em: 23 jan. 2024.
LÉVY, Jacques. Uma virada cartográfica? In: ACSERALD, Henry (org.). Cartografias Sociais e Território. Rio de Janeiro: IPPUR/UFRJ, 2008. p.153-168.
LITTLE, Paul Elliott. Desenvolvimento territorial sustentável: desafios e potencialidades para o século XXI. Guaju, v.1, n.2, p. 127-143, 2015. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/guaju/article/view/45039. Acesso em: 15 fev. 2021.
PELEGRINA, Marcos Aurélio. Cartografia social e uso de mapeamentos participativos na demarcação de terras indígenas: o caso da TI Porto Limoeiro-AM. Geousp – Espaço e Tempo, v. 24, n. 1, p. 136-152, 2020. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/geousp/article/view/138814/160406. Acesso em 25 out. 2021.
SAQUET, Marcos Aurelio. O território: a abordagem territorial e suas implicações nas dinâmicas de desenvolvimento. IGepec, v. 23, edição especial, p. 25-39, 2019, Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/gepec/article/view/22719. Acesso em: 25 out. 2021.
SAQUET, Marcos Aurélio. Por uma geografia das territorialidades e das temporalidades: uma concepção multidimensional voltada para cooperação e para o desenvolvimento territorial. 2. ed. Rio de Janeiro: Consequência, 2015.
SUZUKI, Júlio César. Território, modo de vida e patrimônio cultural em sociedades tradicionais brasileiras. Espaço & Geografia, v.16, n.2, p.627-640, 2013. Disponível em: http://www.lsie.unb.br/espacoegeografia/index.php/espacoegeografia/article/view/272. Acesso em: 30 jun. 2021.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Dorival Bonfá Neto, Jully K. S. Santos

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho com licença de uso da atribuição CC-BY, que permite distribuir, remixar, adaptar e criar com base no seu trabalho desde que se confira o devido crédito autoral, da maneira especificada por CS.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line (ex.: em repositórios institucionais ou em sua página pessoal) a qualquer altura antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).