A cartografia social participativa desvelando territorialidades pesqueiras em Maxaranguape (Rio Grande do Norte, Brasil)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2024.221533

Palavras-chave:

Cartografia social participativa, Jangadeiros, Maxaranguape, Pesca artesanal, Território

Resumo

Partindo do tema da pesca artesanal, no contexto da falta de uma legislação que garanta a demarcação e conservação do território pesqueiro no Brasil, que é constantemente colocado em ameaça devido à conflitos territoriais e socioambientais, este trabalho objetivou identificar as territorialidades tradicionais pesqueiras no município de Maxaranguape, Rio Grande do Norte (RN), Brasil. Justificando-o pela falta de instrumentos legais que assegurem esse território, fato que também torna os pescadores invisibilizados, borrando sua identidade, há a necessidade de produzirmos testemunhos sobre essa ocupação territorial construída por meio das territorialidades que estão relacionadas com a identidade e com o modo de vida tradicional pesqueiro. No que tange a metodologia de pesquisa, utilizamos o trabalho de campo, a observação participante, as entrevistas com roteiros semiestruturados e a cartografia social participativa, para, assim, elaborarmos o mapa do Território Pesqueiro de Maxaranguape. Conclui-se que a cartografia social participativa pode ser uma ferramenta poderosa para a compreensão, delimitação e proteção do território tradicional, especialmente em relação às práticas tradicionais como a pesca artesanal. Essa abordagem pode ajudar a fortalecer a identidade dos sujeitos e a revelar a consciência social e cultural associada aos territórios e as práticas tradicionais. 

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Biografia do Autor

  • Dorival Bonfá Neto, Universidade de São Paulo

    Doutor em Ciências pelo Programa de Pós-Graduação em Integração da América Latina da Universidade de São Paulo (PROLAM/USP, 2023) e Doutor em Geografia pela Universidad Nacional de Colombia (UNAL, 2023). Geógrafo pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP, 2018) e licenciado em Geografia e História pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP, 2019). Experiência acadêmica nas áreas de Geografia Humana, Geografia Ambiental e Ecologia Política, com enfoque nos estudos de populações e comunidades tradicionais, pesca artesanal, conflitos socioambientais e integração da América Latina. Membro pesquisador do grupo de pesquisa Território, desenvolvimento e agricultura, da Universidade de São Paulo. Experiência profissional em ensino e educação, atuando como professor na educação básica desde 2015.

    E-mail: bonfaneto@hotmail.com. http://lattes.cnpq.br/1146801936970089. 

  • Jully K. S. Santos, Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN)

    Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Potiguar (UnP, 2018), com especialização em Gestão Ambiental pelo Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN, 2022) e mestranda no Programa de Mestrado Profissional em Uso Sustentável de Recursos Naturais no IFRN (2022 – Atualmente). Bióloga pesquisadora da Associação de Proteção e Conservação Ambiental Cabo de São Roque (APC Cabo de São Roque).

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Publicado

29-10-2024

Edição

Seção

Cartografias, imagens e outras expressões gráficas

Como Citar

BONFÁ NETO, Dorival; SANTOS, Jully Kalyanny Silva. A cartografia social participativa desvelando territorialidades pesqueiras em Maxaranguape (Rio Grande do Norte, Brasil). GEOUSP Espaço e Tempo (Online), São Paulo, Brasil, v. 28, n. 2, 2024. DOI: 10.11606/issn.2179-0892.geousp.2024.221533. Disponível em: https://revistas.usp.br/geousp/article/view/221533.. Acesso em: 6 mar. 2025.