A expansão das zonas econômicas especiais nos países africanos: uma consolidação do circuito superior da economia urbana no início do século XXI?
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2025.228241Palavras-chave:
zonas econômicas especiais, circuitos da economia urbana, circuito superior, industrialização, continente africanoResumo
As primeiras décadas do século XXI foram marcadas por uma expansão significativa de zonas econômicas especiais (ZEE) no continente africano, haja vista que estas saltaram de 20 no ano de 1990 para 237 no ano de 2020, revelando a preocupação dos Estados africanos em promover uma nova rodada de industrialização. Partindo dos conteúdos conceituais e históricos contidos na Teoria dos Circuitos da Economia Urbana – desenvolvida por Milton Santos na década de 1970 –, este artigo busca caracterizar o processo de expansão dessas ZEE bem como investigar em que medida esse processo é responsável por uma consolidação do circuito superior da economia urbana nas cidades africanas. A metodologia da pesquisa está estruturada em uma abordagem exploratória que contou com o levantamento, sistematização e análise de dados qualitativos e quantitativos obtidos em fontes secundárias. Espera-se, com esse estudo, contribuir para os debates científicos interdisciplinares acerca da presença das ZEE nos territórios do Sul Global, além de contribuir para os debates geográficos postos na interface entre Geografia Econômica, Urbana e Regional.Downloads
Referências
AFONSO, L. “Uma leitura da urbanização recente da cidade de Luanda a partir da teoria dos dois circuitos da economia urbana”. Percursos. v.23, n.51, 2022.
ALENCAR, A. K. G. “Guerra dos lugares e circuitos da economia urbana: a instalação da Grendene S.A. em Crato (CE)”. São Paulo: USP, 2019 (Dissertação de Mestrado).
AMIN, S. “Ideology and development in Sub-Saharan Africa.” In: ANYANG’ NYONG’O, Peter. 30 years of independence in Africa: the lost decades? Nairobi: African Association of Political Science (AAPS), 1992.
ANTIPON, L. C. “Os circuitos da economia urbana e a situação alimentar de São Luís (MA): a dimensão do mercado de alimentação”. Campinas: UNICAMP, 2019 (Dissertação de Mestrado).
ANYANG’ NYONG’O, P. 30 years of independence in Africa: the lost decades? Nairobi: African Association of Political Science (AAPS), 1992.
ARROYO, M. A circulação da mercadoria na redefinição dos usos do território. Revista da Casa da Geografia de Sobral (RCGS), v.20, 2018.
BAISSAC, C. “Brief history of SEZs and overview of policy debates.” In: FAROLE, T. Special Economic Zones in Africa: Comparing Performance and Learning from Global Experiences. Washington, DC: World Bank, 2011.
BALDWIN, R. “Trade and industrialisation after globalisation’s 2nd unbundling: How building and joining a supply chain are different and why it matters.” NBER Working Paper 17716. National Bureau of Economic Research, 2011.
BHORAT, H.; TARP, F. African Lions: Growth Traps and Opportunities for Six African Economies. Washington D.C.: Brookings Institution Press, 2016.
BICUDO JR., E. C. “O circuito superior marginal: Produção de medicamentos e o território brasileiro”. São Paulo: USP, 2006 (Tese de Doutorado).
BOST, F. “Special economic zones: methodological issues and definition.” Transnational Corporations, 26(2), 2019, pp. 141-153.
CASTELLS, M. Sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2008.
CIRERA, X., & QASIM, Q. Supporting growth-oriented women entrepreneurs: A review of the evidence and key challenges. World Bank, 2014.
DA SILVA, F. C. “O circuito inferior da economia urbana em Campinas/SP: análise sobre a mobilidade espacial e o acesso ao crédito”. São Paulo: USP, 2012 (Dissertação de Mestrado).
DAVID, V. C. “Território usado e circuito superior marginal: equipamentos médico‐hospitalares em Campinas, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto (SP)”. São Paulo: USP, 2010 (Dissertação de Mestrado).
DE PAULA, C. G. Do Território ao lugar: bancos comunitários, moedas locais e o circuito inferior da economia urbana em São Paulo - SP. São Paulo: USP, 2015 (Dissertação de Mestrado).
DI NUCCI, J. “División territorial del trabajo y circuitos de la economia urbana: bebidas gaseosas y agua saborizadas em Buenos Aires, Mar del Plata y Tandil.” Universidad Nacional del Sur, Departamento de Geografía y Turismo, 2010 (Tesis doctoral)
DO CARMO, L. S. “Território, finanças e circuitos da economia urbana: investigando a capilaridade das organizações do jogo do bicho em Arapiraca (AL)”. São Paulo: USP, 2021 (Dissertação de Mestrado).
FAROLE, T. Special Economic Zones in Africa: Comparing Performance and Learning from Global Experiences. Washington, DC: World Bank, 2011.
FMI – FUNDO MONETARIO INTERNACIONAL. 2023. Disponível em: https://www.imf.org Acesso em 15 de Maio de 2024.
FOSU, A.; ARYEETEY E. “Ghana's post-independence economic growth: 1960-2000.” In: ARYEETEY, E.; KANBUR, R. (orgs.). The economy of Ghana: analytical perspectives on stability, growth & poverty. Oxford: James Currey, 2008.
HARVEY, D. A produção capitalista do espaço. São Paulo: Anna Blume, 2005.
HARVEY, David. Condição pós-moderna. São Paulo: Loyola, 1992.
IAMMARINO, S.; MCCANN, P. Multinationals and economic geography: Location, technology, and innovation. Cheltenham: Edward Elgar Publishing, 2013.
IAMONTI, V. Z. “O circuito inferior na favela de Heliópolis”. São Paulo: USP, 2009 (Trabalho Individual de Graduação).
KENYA VISION 2030, 2024. Disponível em: https://vision2030.go.ke Acesso em: 15 de Maio de 2024.
MAHAJAN, V. Africa Rising: How 900 million African consumers offer more than you think. Nova Jersey: Prentice Hall, 2011.
MEDEIROS, D. A. “Financeirização do território e circuitos da economia urbana: agentes de crédito, técnicas e normas bancárias. Um exemplo em Alagoas”. São Paulo: USP, 2013 (Dissertação de Mestrado).
MIYATA, H. “Trabalho, redes e territórios nos circuitos da economia urbana: uma análise da venda direta em Jundiaí e Região Metropolitana de São Paulo”. São Paulo: USP, 2010 (Tese de doutorado).
MKANDAWIRE, T. “30 years of African Independence: the economic experience.” In: ANYANG’ NYONG’O, P. 30 years of independence in Africa: the lost decades? Nairobi: African Association of Political Science (AAPS), 1992.
MKANDAWIRE, T. “Can Africa turn from Recovery to Development.” Current History, 113 (763), 2014, pp. 171–177.
MOGHALU, K. Emerging Africa. Londres: Penguin Books, 2014.
MONTENEGRO, M. R. “A teoria dos circuitos da economia urbana de Milton Santos: de seu surgimento à sua atualização”. Revista Geográfica Venezolana. v. 53, 2012, p. 147-164.
OLIVEIRA, E. L. “Divisão do Trabalho e Circuitos da Economia Urbana em Londrina – PR”. São Paulo: USP, 2009 (Tese de Doutorado).
ILO – International Labour Organization, 2024. Disponível em: https://www.ilo.org/meetings-and-events/informal-economy-africa-which-way-forward-making-policy-responsive Acesso em: 15 de Maio de 2024.
RODRÍGUEZ-POSE, A.; BARTALUCCI, F.; FRICK, S. A.; SANTOS-PAULINO, A. U.; BOLWIJN, R. “The challenge of developing special economic zones in Africa: Evidence and lessons learnt.” Regional Science Policy & Practice, 14(2), 2022, pp.456–481.
SANDERS, S. R., & BROWN, D. The migratory response of labour to special economic zones in the Philippines. Population Research and Policy Review, 31(1), 2012.
SANTOS, M. O espaço dividido: os dois circuitos da economia urbana dos países subdesenvolvidos. São Paulo: EDUSP, 2004.
SANTOS, M. Por uma outra globalização. Rio de Janeiro: Record, 2001.
SILVEIRA, M. L. “Globalización y circuitos de la economía urbana en ciudades brasileñas”. Cuadernos del CENDES, Caracas. v.3, n.57, 2004.
SILVEIRA, M. L. “Metrópolis brasileñas: un análisis de los circuitos de la economía urbana”. EURE (Santiago). v.XXXIII, 2007.
SILVEIRA, M. L. “Modernização contemporânea e nova constituição dos circuitos da economia urbana”. GEOUSP: espaço e tempo. v.19, 2015.
SILVEIRA, M. L. Circuitos de la economía urbana. Ensayos sobre Buenos Aires y São Paulo. Buenos Aires: Café de las Ciudades, 2016.
SILVEIRA, M. L. “Urbanização Latino-americana e Circuitos da Economia Urbana”. In: DANTAS, A.; ARROYO, M. M.; CATAIA, M. Dos circuitos da economia urbana aos circuitos espaciais da produção: um diálogo coma teoria de Milton Santos. Natal: Sebo Vermelho, 2017.
SILVEIRA, M. L. “Modo de existência da cidade contemporânea: uma visão atual dos circuitos da economia urbana”. Cidades. v.14. 2022.
SMITH, N. “Uneven development and location theory: Towards a synthesis.” In: PEET, R.; THRIFT, N. (orgs.). New Models in Geography. Londres: Routledge, 2001, pp.152–175.
SPECIAL ECONOMIC ZONES AUTHORITY, 2024. Disponível em: https://sezauthority.go.ke Acesso em: 15 de Maio de 2024.
SPOSITO, E. S. “A teoria dos dois circuitos da economia urbana: seu esquecimento ou sua superação?” Caderno Prudentino de Geografia, Presidente Prudente. v. 21, 1999, p. 43-51.
SPÓSITO, E. S. “A teoria dos dois circuitos da Economia Urbana”. In: SPOSITO, E. S.; CLAUDINO, G. S. (orgs.). Teorias na geografia III: mundos possíveis. Rio de Janeiro: Consequência, 2023.
SPOSITO, E. S. “O espaço dividido: elementos para discussão”. Revista de Geografia. São Paulo: UNESP, v.2, 1983.
UNCTAD – UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELOPMENT. World investment Report: investment and new industrial policies. 2019. Disponível em: https://unctad.org Acesso em: 15 de Maio de 2024.
UNCTAD – UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELOPMENT. Handbook on Special Economic Zones in Africa: Towards Economic Diversification across the continent. 2021. Disponível em: https://unctad.org/system/files/official-document/diaeia2021d3_en.pdf Acesso em: 15 de Maio de 2024.
VANUCCHI, L. V. “Novos nexos na economia urbana da cidade de São Paulo: as grandes redes comerciais e suas interferências no circuito inferior”. São Paulo: USP, 2009 (Trabalho Individual de Graduação).
WATTS, M. “The Geography of post-colonial Africa: space, place and Development in Sub-Saharan Africa (1960-92).” Singapore Journal of Tropical Geography. 14(2), 1993, pp:173-190.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Kauê Lopes dos Santos

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho com licença de uso da atribuição CC-BY, que permite distribuir, remixar, adaptar e criar com base no seu trabalho desde que se confira o devido crédito autoral, da maneira especificada por CS.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line (ex.: em repositórios institucionais ou em sua página pessoal) a qualquer altura antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).

