O ESPAÇO GEOGRÁFICO: DA PERSPECTIVA GEOMÉTRICA À PERSPECTIVA EXISTENCIAL
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2006.73991Palavras-chave:
extensão, distância, existência, situação, espaço banalResumo
Historicamente, a geografia tem se preocupado com a extensão e sua operacionalização – a distância. Os esforços de compreensão orientaram-se, sobretudo, aos resultados – extensão, forma, tamanho, limites – e o espaço foi visto como inerte, como o final de um processo cuja indagação não nos pertence. Todavia, hoje, a existência, muito mais que a distância, parece ser o verdadeiro problema do homem e, especialmente, dos mais pobres. Uma geografia preocupada com a existência é, ao mesmo tempo, uma indagação sobre os eventos, as possibilidades e a ação humana que se tornou capaz de criar uma extensão planetária, mesmo que isto pretenda mascarar as demais formas de existência. É a ação humana que transforma as possibilidades em extensões. Por isso o centro de uma geografia da existência é o espaço banal, onde cada ação se dá segundo seu tempo, mas todas elas têm lugar.
Downloads
Referências
BAILLY, Antoine S. (coord.). (1984). Les concepts de la géographie humaine. 2ed. Paris: Masson, 1991, pp. 43-53.
BORZAGA, Reynold. Contemporary Philosophy. Phenomenological and Existential Currents. The Bruce Publishing Company: Milwaukee, 1966.
BRUNET, Roger. Le déchiffrement du monde. In: BRUNET, Roger e Olivier DOLLFUS. Mondes nouveaux. Livre I. Volume I de Géographie Universelle. Paris: Hachette-Reclus, 1990.
BRUNET, Roger. Le déchiffrement du monde. Théorie et pratique de la géographie. Paris: Belin, 2001.
GRATALOUP, Christian. “Des échelles”. Espaces Temps, Paris, n.10-11 (Région Enquête sur un concept au-dessus de tout soupçon), pp. 72-79, 1979.
HAESBAERT, Rogério. Territórios Alternativos. Niterói: EdUFF, São Paulo: Contexto, 2002.
HEIDEGGER, Martin. Essais et Conferences. Paris: Gallimard, 1958.
PINCHEMEL, Philippe; PINCHEMEL, Geneviève. (1988) La Face de la Terre. Éléments de Géographie. 3 ed., Paris: Armand Colin, 1994.
SANTOS, Milton. “O retorno do território”. In: SANTOS, Milton, Maria Adélia A. de SOUZA e María Laura SILVEIRA. Território: Globalização e Fragmentação. São Paulo: Anpur-Hucitec, 1994, pp. 15-20.
SANTOS, Milton. A natureza do espaço. Técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Hucitec, 1996a.
SANTOS, Milton. El espacio banal, una epistemología de la existencia. In: Universitat de Barcelona, Solemne Investidura de Doctor Honoris Causa, novembro 1996b.
SANTOS, Milton e María Laura SILVEIRA. O Brasil. Território e Sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001.
SARTRE, Jean-Paul (1960): Crítica de la Razón Dialéctica. Precedida de Cuestiones de Método (Critique de la Raison Dialectique - précédé de Questions de Méthode, Gallimard, 1960). Traducción de Manuel LAMANA. 3 ed., Buenos Aires: Losada, 1979.
SARTRE, Jean-Paul. Situations Philosophiques. Paris: Gallimard, 1990.
SCHEIBLING, Jacques. Qu´est-ce que la géographie? Paris: Hachette, 1994.
SILVEIRA, María Laura. Concretude territorial, regulação e densidade normativa”. In: Experimental, ano I, n. 2, Laboratório de Geografia Política e Planejamento Territorial e Ambiental, Departamento de Geografia, Universidade de São Paulo, março 1997, pp. 35-45.
SILVEIRA, María Laura. “Imperio de la escala, escala del imperio”. In: Revista Universitaria de Geografía, vol.8, nº 1 e 2, Bahía Blanca, 1999a, pp.105-113.
SILVEIRA, María Laura. “Escala geográfica: da ação ao império?”. In: Terra Livre, ano 20, v. 2, n. 23, pp. 87-96.
SILVEIRA, María Laura. “Uma situação geográfica: do método à metodologia”, in Território, Laboratório de Gestão do Território - LAGET, Universidade Federal do Rio de Janeiro, ano IV, nº 6, janeiro-junho 1999b, pp. 21-28.
WERLEN, Benno (1988): Society, Action and Space. London, New York: Routledge, 1993.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2006 Maria Laura Silveira
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho com licença de uso da atribuição CC-BY, que permite distribuir, remixar, adaptar e criar com base no seu trabalho desde que se confira o devido crédito autoral, da maneira especificada por CS.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line (ex.: em repositórios institucionais ou em sua página pessoal) a qualquer altura antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).